Os cidadãos de Pemba, em Moçambique, mostram-se preocupados quanto às assimetrias regionais e à desigual divisão da riqueza, por considerarem que compromete o futuro do país.
Os cidadãos de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, em Moçambique, entendem que as assimetrias regionais e a divisão desigual da riqueza no país são fatores que comprometem a unidade nacional, a paz, o progresso, o desenvolvimento e a estabilidade política.
Os cidadãos são unânimes ao manifestarem profunda preocupação quanto ao futuro da paz em Moçambique, e apelam aos políticos para que apostem numa cultura de diálogo.
À semelhança de muitos outros cidadãos entrevistados pela DW África, Sansão Luís, residente em Pemba, defende a necessidade de os intervenientes no processo da consolidação da paz no país terem em conta as diferenças ideológicas e garantirem a segurança do povo.
“Hoje, depois do acordo de paz em Roma, ainda vemos Moçambique como apenas Maputo ou a Beira. Esses pensamentos devem ser ultrapassados”, refere Sansão Luís.
Para cimentar a coesão dos moçambicanos, de acordo com declarações de António Latifo, outro cidadão de Pemba, é necessário intensificar ações concretas em busca de progresso no país e em defesa de milhões de vidas humanas inocentes.
“Não haver união e colaboração pode criar rivalidades no país. É importante haver entendimento e trabalho em conjunto", diz Latifo.
É necessária uma partilha justa da riqueza
As assimetrias regionais e a divisão desigual da riqueza no país, segundo o analista Cheia Inglês, devem ser vistas como problemas fundamentais a resolver para a manutenção da paz e do bem-estar do povo, e para garantir o desenvolvimento de Moçambique.
“A distribuição desigual da riqueza: esse é o foco do problema. Se o país chegasse a um ponto em que os decisores conseguissem criar condições para que houvesse uma partilha justa da riqueza para todos, isso contribuiria muito para a paz.”
Para Cheia Inglês, este seria o momento de os moçambicanos disporem de espaço para trabalhar, de modo a reforçar o crescimento do País, e garantir a paz e a tranquilidade do povo.
“As pessoas querem sentir-se incluídas no processo, e esta inclusão não é aquela apenas retórica a que nós estamos habituados. Tem de existir algo de concreto, as pessoas têm de ter ganhos". considera o analista.
Devido à tensão que tem pautado o diálogo entre RENAMO e o governo, os cidadãos de Pemba começam a perder as esperanças devido ao ambiente de insegurança que se vive no seio da sociedade moçambicana.
Fonte: Deutsche Welle – 15.07.2015
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