Desde os meados dos anos 80 que
conheço essa luta nas cidades concretamente em Nacala-Porto. Que o senhor
Champion Amade o diga. O município que parece calado hoje, pode ser daqueles
que está a criar problemas para amanhã, para o futuro. Os problemas de hoje não
realmente de hoje, mas criados por antecessores.
Se há área que hoje me
desencoraja a trabalhar num município é na urbanizacão. Mas mais do que isso
tenho exemplos concretos que. Muita gente em Mocambique, incluindo, pessoas bem
colocadas na sociedade, quer mais um pedaco de terra com direito ou sem
direito.
Em 2011, passei uns dias no
Conselho Municipal de Nacala, porque eu queria uns técnicos com o demarcacões
precisas de onde comecava e terminava o meu talhão, onde eu ia construir o muro
de vedacão. Na verdade a minha casa está numa "vantagem", sobretudo
no olhar de quem não respeita a postura urbana/municipal, porque se situa num
cruzamento de duas ruas muito amplas. Também, para esse tipo de gente, eu estou
lá numa grande vantagem, porque tenho naquele departamento de urbanizacão,
muita gente que me respeita de coracão o que faz com que quando lá entro,
procuro me reduzir ao máximo para eu não criar embaracos tanto para eles lá
como para mim.
Chegados ao meu talhão, os técnicos demarcaram as ruas. E como
sempre, notámos que os marcos haviam sido movidos para um pouco mais à rua. De
um lado, a rua é reduzida no seu uso, e quase 1/3 do espaco está do meu lado.
Contudo, primeiro chamei um pedreiro para a construcão do muro. A maior guerra
que tive com ele era que ele sugeria que o meu muro devia usurpar as ruas e ele
usava como padrão aos vizinhos que violaram os limites. Eu ao insistir a
rigorosidade do respeito das demarcacões do município, ele continuava a
discutir comigo e expressamente a chamar-me de burro. Eu disse-lhe apenas que
já não lhe precisava para construir o meu muro. Não podia aceitar um indivíduo
que estivesse a criar-me problemas no futuro em que ela não vai me defender ou
assumir a culpa.
O segundo que comecou a
construcão, depois de eu dizer-lhe que não queria violacão das demarcacões, eis
que aproveitando-se da minha ausência, num canto ele entra com alicerce um
pouco pela rua. Eu mandei-lhe imediatamente destruir essa parte. E vejam como
ele argumentava que ao destruir eu ia perder o cimento, a areia e todo o
material aplicado. Mas afinal, o que era melhor para eu resolver o problema que
ele criara?...
Mas só para verem, apesar de a
minha zona ser muito organizada, é visível que há muitos desses que não
respeitaram o espaco das ruas e algumas deles são pessoas que deviam ajudar a
disciplinar os munícipes. Enquanto não se asfaltam as ruas, claro que não há
barulho, mas quando o Conselho Municipal as precisar?. Enquanto no Conselho
Municipal estiver que extorquiu, não há barulho, mas quando este sair? Até
esses funcionários que extorquem a um munícipe, dizem ao seu colega corrupto
que têm em ti uma machamba.
Do caso da Matola, ouvi com
tristeza, um munícipe, a reclamar porque a rua seria larga. Aí sim?
É A SITUACÃO URBANA EM 40 ANOS DA
INDEPENDÊNCIA. Se queremos cidades verdadeiras que respeitemos a postura.
A minha sugestão aos Conselhos Municipais
é de promover uma eduçacão massiva sobre a postura urbana, divulgando o mapa do
planeamento físico de cada bairro. Isso ajudaria também a combater a corrupção
e a venda de terrenos por parte dos funcionários municipais.
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