Por Joseph Hanlon
Prevê-se que a maioria dos funcionários votaram nestas eleições. E muitos funcionários públicos são leais a Frelimo têm razões para tal - por exemplo, eles pensam que foi a independência que permitiu que tivessem acesso à uma boa educação, e têm visto uma expansão dos serviços de saúde e educação que creditam dever-se a Frelimo. Alguns vão um pouco mais longe apoiando o partido e dando preferência aos membros do partido nos postosde trabalho ou atribuição de financiamentos, como é o caso dos "7 milhões".
Mas alguns sentem-se pressionados - eles recebem telefonemas dizendo que a terra deve ser dada a pessoa X ou um contracto para a pessoa Y. Os professores que se declaram candidatos do MDM foram transferidos, e as pessoas que não possuem o cartão do partido Frelimo não tiveram acesso as promoções. Pode não ser a política oficial, mas algumas pessoas sentem que sua progressão na função pública e no partido será reforçada se fizerem coisas que prejudiquem a oposição e ajudem a Frelimo. Como consequência, em alguns lugares, há receio das pessoas de identificarem como delegados dos partidos da oposição ou como activistas da oposição. Há varias reclamações sobre o aumento desta política durante o segundo mandato de Armando Guebuza na presidência da república.
Como sabemos a partir das eleições autárquicas em Gurué no ano passado, é muito fácil as pessoas aproveitarem-se da confusão no apuramento distrital para colocar folhas dos resultados (editais) falsos no sistema. A falta de pessoal do STAE tem sido uma desculpa perfeita para retardar a emissão de credenciais para pessoas capazes de detectar as irregularidades.
Alguns destes exemplos de desorganização pode ser intencionais? Pode ser que algumas pessoas que trabalham no STAE pensem que com um sistema confuso, obscuro, e com poucos funcionários, seja mais fácil a práctica fraudes e alterações nos resultados?
Será que estamos perante casos simples de incompetência e desorganização, ou estamos perante casos de desorganização propositada? Jh
Fonte: Eleições Nacionais 2014, Boletim sobre o processo político em Moçambique-Número EN75 - 2 de Novembro
Sem comentários:
Enviar um comentário