Ao ouvir a decisão da Comissão
Nacional de Eleições de não dar provimento à reclamação da Renamo por razões
processuais veio-me, imediatamente, à ideia uma frase dos nossos amigos
brasileiros: “estão a cutucar a onça com vara curta”.
Esta frase é usada quando alguém,
normalmente por irresponsabilidade, provoca uma situação de grande perigo. À
letra, significa que alguém está a irritar uma onça (espécie de leopardo)
espetando-a com uma vara curta.
Ora todo este processo eleitoral,
que se aproxima do fim, tem sido, na minha opinião, um permanente cutucar da
onça-Renamo esquecendo que ela continua com as suas garras intactas e a morar
nas mesmas partes incertas.
Ao assinar o acordo de
cessar-fogo com o Governo e com Armando Guebuza, Dhlakama afirmou que o fazia
convencido de que as partes estavam a agir de boa-fé. Como se comportarão, ele
e os seus homens, se chegarem à conclusão de que esta boa-fé não existiu?
No Centro de Conferências Joaquim
Chissano o chefe da delegação do Governo afirma, com total cara de pau, que não
há partidarização do Estado e que os órgãos de informação do sector público se
regem, meramente, pela Lei de Imprensa. Mas será que aquele responsável pode
indicar o nome de 1 pessoa, em todo o país, que ocupe uma posição de chefia e
não seja membro do partido Frelimo? Não estoua pedir muito, estou a pedir
apenas 1. Desde a chefia do Estado até ao chefe de posto, passando por
ministros, directores nacionais, secretários permanentes e administradores de
distrito. Desde os comandantes de todas as principais Forças de Defesa e
Segurança até aos Presidentes dos principais tribunais e do Conselho
Constitucional. Desde os reitores e vice-reitores das universidades estatais
até aos presidentes dos conselhos de administração de todas as empresas
públicas.
1, eu só peço 1.
Quanto aos órgãos de informação
do sector público, o ministro Pacheco estava, obviamente, a mostrar o seu
sentido de humor. Ainda há pouco tempo, na rúbrica Café da Manhã do Jornal da
Manhã, quando foi pedido aos ouvintes que mandassem críticas e sugestões, um
grande número deles afirmou que está farto de ouvir sempre os mesmos
comentadores que, antes de começarem a falar, já se sabe o que vão dizer.
Passou talvez um mês, ou pouco mais,sobre esse dia. Os resultados são que
continuamos a ouvir sempre os mesmos comentadores, encabeçados pelo Gustavo
Mavie que, de resto, também encabeça a lista dos tristemente celebres G 40.
Opiniões críticas ao governo do dia, ou meramente diferentes, nunca. E isso não
se passa apenas nesse programa mas em toda a Emissão Nacional da RM.
E, como sei que os jornalistas da
Rádio Moçambiquenão são estúpidos e contam, entre eles, alguns dos
(tecnicamente) melhor formados da Informação moçambicana, tenho que concluir
que não fazem o jornalismo que gostariam de fazer mas sim aquilo que lhes
mandam fazer. Porque, em casa, têm uma família à espera do salário ao fim do
mês.
Na TVM, no Notícias e no Domingo
não douopinião porque, há muito, deixei de os frequentar. Por razões de
higiene...
Mas, voltando ao tema inicial
desta crónica, eu daria ao dr. Hermenegildo Gamito Presidente do Conselho
Constitucional, um conselho meu. Ao dar o parecer final sobre as eleições
de 15 de Outubro, não cutuque ainda mais a onça. Analise, sem artifícios
legalistas, o fundo das questões. Não receba ordens nem recados. Isto se não
quiser acordar, um dia destes, com sangue de moçambicanos a sujar-lhe as mãos.
Machado da Graça, Savana,
07-11-2014
2 comentários:
Meu irmão o cenário de Moçambique é muito triste, estes fulanos da Frelimo estão a nos colonizar desde que proclamaram a independência. A Renamo não tinha sido compreendida quando exigia o fim de marxismo. O marxismo já não existe mas já se tornaram colonialistas.
Sobre as eleições, quem não viu que a Frelimo fez fraude? Querem continuar a explorar o povo moçambicano? No mês de eleições os pacatos funcionários públicos foram pagos o salario até dia 10 e agora, ainda não chegou o dia 10? Basta, a RENAMO fez a sua parte ,vamos todos nos unir para libertar este país, tal como eles fizeram.
Meu irmão o cenário de Moçambique é muito triste, estes fulanos da Frelimo estão a nos colonizar desde que proclamaram a independência. A Renamo não tinha sido compreendida quando exigia o fim de marxismo. O marxismo já não existe mas já se tornaram colonialistas.
Sobre as eleições, quem não viu que a Frelimo fez fraude? Querem continuar a explorar o povo moçambicano? No mês de eleições os pacatos funcionários públicos foram pagos o salario até dia 10 e agora, ainda não chegou o dia 10? Basta, a RENAMO fez a sua parte ,vamos todos nos unir para libertar este país, tal como eles fizeram.
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