terça-feira, novembro 12, 2013

Candidato do MDM a Maputo quer lucros imobiliários na requalificação de bairros

O candidato do MDM ao município de Maputo, Venâncio Mondlane, prometeu hoje orientar os "lucros subterrâneos" da venda de terrenos nas "zonas chiques" da capital para a construção de habitações sociais nos bairros periféricos.
 
Distribuem-se camisolas e bandeiras do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) na delegação do partido, situada na Avenida de Angola, em Maputo, antes do início de mais uma arruada, esta no Bairro da Mafalala, que marcará o sétimo dia de campanha de Venâncio Mondlane, 39 anos, para as eleições autárquicas de 20 de Novembro.

 
Engenheiro agrónomo, Mondlane, que é o mais jovem dos três candidatos ao município [pela Frelimo recandidata-se o actual presidente do município David Simango, 49 anos, e pelo movimento independente Juntos Pela Cidade, Ismael Mussá, 46 anos], tem na construção de habitações sociais uma das suas grandes promessas eleitorais, que, assegura, só necessitam de "recurso à banca, no limite".
 
"Na zona chique da Avenida Julius Nyerere, em Maputo, um espaço de um hectare para a construção de um prédio pode chegar a custar seis milhões de dólares, que são transaccionados fora da lei ou de forma subterrânea. E para onde vai esse dinheiro? É preciso formalizar isto para beneficiar as pessoas e o município", disse à agência Lusa o candidato do MDM.
 
Venâncio Mondlane propõe desenvolver um sistema que obrigue, por via de parcerias público-privadas, a que os grandes empreendimentos imobiliários direccionem parte dos seus lucros para a requalificação de bairros periféricos, "corrigindo situações gravíssimas que existem em Chamanculo, Mafalala, Maxaquene", numa primeira fase.
 
"A nossa lei-mãe salienta que toda a terra é do Estado, que não pode ser vendida, nem alienada, por isso, através de parcerias públicas e privadas, todos os que querem criar grandes empreendimentos imobiliários, em contrapartida, devem criar um certo tipo de construção social", enfatiza.
 
Nos transportes, por sinal, um dos grandes indicadores do descontentamento dos munícipes, Mondlane fala em baixar custos e aumentar meios, tudo sob a tutela de uma nova entidade a ser criada - "porque o município não tem capacidade técnica e humana para gerir o sector" -, e que até já tem uma possível denominação: Autoridade Metropolitana de Transportes.
 
"Os transportes ferroviários, marítimos e rodoviários não estão integrados, e as 38 rotas que Maputo tem funcionam de forma desfragmentada. A nossa ideia é tentar unificar isto num sistema integrado, baixando os custos", adianta Mondlane, acrescentando que o setor deve ser "pensado como um problema interligado com o município da Matola, Boane, Manhiça e distrito de Marracuene".
 
O candidato quer desenvolver um sistema de "bilhete electrónico que seja usado em todos os sistemas de transporte", que, diz, colhe a "simpatia" dos operadores privados, "responsáveis por 90% dos transportes na cidade".
 
As eleições autárquicas moçambicanas disputam-se a 20 de Novembro em 53 autarquias do país.

Fonte: LUSA - 12.11.2013

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