-Afirma Tomé Makwelia, arcebispo de Nampula, na graduação de mais 274 estudantes da UCM
O arcebispo de Nampula, D.Tomé Makweliha, exortou com veemência, particularmente aos estudantes graduados em Direito, para que não iludam e desiludam ao povo moçambicano no desempenho das suas funções, como juízes e advogados, por forma a que tragam a verdadeira justiça para o nosso país, onde, na sua percepção, ela ainda faz muita falta. O prelado fez esta exortação na cerimónia de graduação de 274 estudantes em diversos cursos ministrados pelas Faculdades de Direito, Educação e Comunicação da Universidade Católica de Moçambique, em Nampula, acontecida sábado passado na capital provincial.
Este que terá sido, segundo analistas locais, um dos discursos mais contundentes e muito comentado da história das graduações naquele estabelecimento de ensino superior privado, nesta região do país, Mkweliha salientou que o povo moçambicano está cansado de ser usado como instrumento, de ser humilhado, iludido e desiludido, por falta da verdadeira justiça.
Para Makweliha, o povo de Moçambique tem direito à priorizaçao. É por isso que é igualmente necessário que os novos graduados em Direito saibam defender os direitos desta grande nação e dos seus cidadãos, defender a verdadeira justiça, custe o que custar, a justiça para todos e sobretudo para os pobres.
Deveis saber e sabeis de certeza, que há muita expectativa do vosso povo a vosso respeito, expectativa que não tendes direito de desiludir. Na área da justiça bem sabeis como hoje ela está e o seu exercício no nosso país. O
povo espera que sejais juízes e advogados, a engrossar a soma de tantos que o país tem, mas preocupados com o soldo e despreocupados com a justiça a que o povo tem direito. Deus queira que não venham a ser advogados e juízes lobos. Juízes e advogados piratas, anotou.
Makweliha acrescentou, dizendo que até quando continuaremos dependentes de poder estranho, até quando continuaremos sendo humilhados. Vós fostes preparados para para que este país conheça dias de melhorias, para que o cidadão deste país se sinta orgulhoso de ser moçambicano. Para que cada cidadão viva de cabeça erguida e tenha um futuro de esperança.
Em relação aos graduados doutros cursos, como por exemplo da Educação e Comunicação, o arcebispo da Arquidiocese de Nampula disse que os problemas existentes nestes sectores são do conhecimento de todos, daí que os novos quadros devem ser capazes de enfrentá-los, dando, desta forma, seu contributo na sua resolução, em prol do desenvolvimento. Aliás, eles deverão lutar para a melhoria do sistema escolar, em que uma criança possa saber ler e escrever desde o primeiro ano da sua escolarização.
Num outro desenvolvimento Makweliha salientou a necessidade de a uUniversidade Católica de Moçambique continuar a ser referência no nosso país, no capítulo referente à formação de quadros de qualidade para o mercado de emprego cada vez mais exigente.
Por seu turno, o governador da província de Nampula, Felismino Tocoli, referiu que ter formação universitária deve significar obediência e consciência às obrigações, uma mudança de atitude, aceitando as mudanças que se nos impõem, respeitando os outros, aos mais novos, aos mais velhos, aos nossos país e aos demais familiares.
Formação superior deve significar, também, identificar- se através do respeito à nossa cultura, às nossas tradições e, enfim, à nossa moçabicanidade. Deve, igualmente, significar a responsabilidade perante o Estado que investiu naqueles que nos transmitiram os conhecimentos e perante todos que directa ou indirectamente contribuíram para que conseguíssemos chegarmos até aqui, frisou.
Do total dos estudantes graduados, 111 são bacharéis, 105 licenciados e 3 mestres, em Ciências de Educação, Comunicação, Serviço Social, Comunicação Social, Relações Públicas e Comunicação Estratégica, Educação Social, Educação de Adultos, Direcção e Gestão Educacional e Direito. WF
Fonte: Wamphula Fax in Diário de um sociólogo
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