Parece-me ser muito fácil manisfestar o desconhecimento da Frelimo por mais
que se faça de membro desse partido. Andar por aí a propôr a reintrodução de
guias de marcha é simplesmente uma revelação de desconhecimento de que ali há
estrategas que esboçam tudo para se salvaguardarem no presente e no futuro.
Talvez depois da passagem desses estrategas será possível assistir decisões não
acauteladas como as do jovem que propõe a reintrodução de guias de marcha.
Sei que não reflectir bastante sobre o que os gurus da Frelimo estão a arrumar para “the next episode” algumas vezes tem sido a grande fraqueza dos partidos da oposição, mas duvidava que alguns dos ou muitos jovens que militam naquele partido, tenham mais problemas nisso.
Ora, sabe esse que roga a reintrodução de guias de marcha de como, quando e
porquê elas foram banidas? Não seria melhor que estudasse a história para
entender?
Näo seria bom que esse jovem e outros reflectissem sobre porque a Frelimo
abandonou o política das aldeias comunais, da lei de chicotadas, da pena de
morte, da reintrodução de regulados, os ditos centros de reeducação, dos
princípios que regeu para a Constituição da República de 1990, de decretos
sobre amnistia, de criação de leis bonitas, mesmo que ela não própria não as cumpra?
Feliz ou infelizmente, a Frelimo não é partido de Saddam Hussein, Hosni
Mubarak ou Muammar Gaddafi que se deixaram a ser vítimas de suas próprias leis.
Enquanto os jovens como este proponente e de grupo de choque contam com
vitaliciedade da Frelimo no poder, os gurus desse partido já prevêm que um dia
não estarão no poder e aí vão reivindicar o direito às leis bonitas, as leis
muito humanas, que criaram ou contribuiram na sua criação e agora jazem nas
gavetas.
Na verdade, em surdina, a Frelimo continua com a pena de morte por
esquadões de morte ou asfixia, chicotadas ou outro tipo de tortura. Quando lhe
convém pode exigir guia de marcha e abertamente mantém as suas células nas
instituições, mas é consciente sobre os princípios de Estado de Direito
Democrático. No dia que ela for para a oposição, será primeiramente ela a
exigir o respeito pelos princípios de Estado de Direito Democrático. Aliás, não
é por acaso, que a sua propaganda contra os partidos de oposição é gritando:
esses democratas serão piores, etc. etc. como se ela mesma não havia prometido
a construção de um estado democrático em Moçambique.
Finalmente, a menos que o tal jovem pense a reintrodução da guia de marcha
fosse por decreto ministerial, os gurus da Frelimo nunca deixaria que a
proposta passasse pela Assembleia da República onde há dois partidos da
oposição.
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