domingo, novembro 07, 2010

Contenção de despesas afecta desfavorecidos (3)

MIRADOURO

Por Arlindo Oliveira
Muitas vozes se levantam, não em jeito de repulsa ou reprovação e muito de desacordo com as minhas opiniões, com as minhas críticas e observações. Aliás, tenho dito que não tenho feito críticas nenhumas, mas sim apenas a observar alguns aspectos que julgo estarem fora daquilo que norma entre os humanos, sobretudo para a classe política do dia.

Realmente, sou contundente, todavia, assim prefiro, do que deixar a panela queimar, porque quem cozinha não sou eu. Nas famílias poligâmicas, cá entre nós os africanos, isso de deixar a panela da rival queimar é frequente. Cada uma das mulheres do todo-poderoso, quer chamar para si o protagonismo de eficácia e da eficiência. Não é o meu caso. Até porque este espaço que este  matutino me proporciona, é exactamente, para “despertar” alguns letárgicos, que ficam descansados na sombra da bananeira e a coçarem o umbigo. Epá, deixemos de piadas e de histórias, porque são várias. Um dia, contar-vos-ei algumas, dentre as várias que as conheço, embora o poder político moderno, sobretudo o legislativo tenha evidenciado casamento monogâmico, apenas para agradar os europeus. Até porque conheço muitos deputados do nosso parlamento que têm uma série de concubinas por aí. Não estou a ser fofoqueiro, bisbilhoteiro, que isso só as comadres é que são exímias, logo pela manhã, naquelas sessões de varrerem os seus respectivos quintais domésticos.
Bem, penso que as medidas que o Executivo cá da praça tomou como medidas para sacudir a pressão popular, porque a vida aperta mesmo, enquanto do outro lado do muro da alta sociedade, se respira ar puro, se goza da bonança. Os mais antigos jurisconsultos, cultores e doutrinários do Direito deram a entender que ninguém legisla para se condenar a si mesmo.
Para pintar esse quadro com a dor de transparência e imparcialidade, os governos modernos sustentam que ninguém está acima da lei. Muito bem, só que, uma cláusula das Constituições de várias nações, incluindo europeias, deixam bem claro que nenhum Chefe de Estado e de Governo é submetido a julgamento judicial durante o exercício das suas funções, pois trata-se do mais alto magistrado de um dado país. Apenas uma brincadeira de caneta, mas me parece que o PR sudanês está em apuros que o TPI, que o quer lá no velho continente, como arguido ou réu. Aqui, está a esperteza dos europeus, que querem dar a entender que são os mais justos e limpos na governação. Mas cá na praça, o pão ainda é motivo de disputas titânicas, pois gente de Maputo e Matola rebelou-se, nos dias 1 e 2 de Setembro último, em protesto contra a subida do preço deste produto básico, enfim, até nos digladiamos pelas migalhas.

Fonte: Jornal Notícias - 03.11.2010

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