Numa entrevista de Jeremias Langa, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Oldmiro Balói, afirmou o seguinte:
Sobre a relação com os os doadores
O que nos é exigido não nos é imposto. O combate à pobreza absoluta e à corrupção são desejos nossos e não de doadores; a melhoria da qualidade de educação e dos cuidados de saúde são desejos de sempre, são as nossas razões de ser, como forma de garantirmos que todo o povo moçambicano tenha melhores condições de vida. Agora, aqui há um problema de ritmo e o que nos é exigido é um ritmo mais acelerado, dentro de um modelo mais complexo.
Por exemplo, na área da justiça, temos sido fortemente criticados e reconhecemos que temos grandes lacunas. E começámos a trabalhar.
Sobre o Zimbabwe
(...) Para se alterar uma determinada situação, é imperioso que sejam conhecidas as suas causas e depois ver qual é a situação num determinado momento.
Ora, o governo da ZANU-PF liderou aquele país durante muito tempo, tem o domínio das forças armadas e das forças de segurança, pelo que a mudança implica igualmente uma mudança de vontades. Na resolução da questão do Zimbabwe, prevaleceu a questão do interesse nacional, dado que nós conhecemos o preço da estabilidade (...).
Queremos os nossos corredores de desenvolvimento a funcionarem normalmente, especialmente o Corredor da Beira, que foi concebido para servir o Zimbabwe e que está com níveis de funcionamento muito baixos.
(...) Na situação do Zimbabwe, era preciso garantir que a solução que saísse fosse estável, e é por isso que o acordo alcançado não estabelece um governo normal, mas sim um governo de transição, para preparar as condições da realização das eleições.
O estabelecimento do governo inclusivo no Zimbabwe não era um fim em si, mas um objectivo intermédio, mas na fase preliminar. Num país existe um governo com 29 anos e totalmente enraizado naquilo que é a realidade do país, e a remoção de um governo destes não pode ser de modo a que se crie condições de utilizar os seus meios para tentar voltar.
Sobre Madagáscar
(...) O que houve [em Madagáscar] foi um golpe de estado sui generis e com características muito próprias e inovadoras, mas foi um golpe de estado.
Trata-se de alguém ilegítimo que substituiu uma pessoa legitimada pelo povo, sendo que a condenação foi imediata. Quando a SADC suspendeu o Madagáscar, foi no sentido de pressionar suficientemente o novo regime.
Mas com os actuais desenvolvimentos, impõe-se a necessidade de se analisar com maior cuidado a situação naquele país, porque aparentemente o novo regime tem um apoio substancial do ponto de vista popular, pelo que a estratégia de imposição de Marc Ravalomana como presidente do país por via da SADC não seria a melhor estratégia. Cada caso é um caso. Leia a entrevista na íntegra aqui.
Fonte: O País online
Sobre a relação com os os doadores
O que nos é exigido não nos é imposto. O combate à pobreza absoluta e à corrupção são desejos nossos e não de doadores; a melhoria da qualidade de educação e dos cuidados de saúde são desejos de sempre, são as nossas razões de ser, como forma de garantirmos que todo o povo moçambicano tenha melhores condições de vida. Agora, aqui há um problema de ritmo e o que nos é exigido é um ritmo mais acelerado, dentro de um modelo mais complexo.
Por exemplo, na área da justiça, temos sido fortemente criticados e reconhecemos que temos grandes lacunas. E começámos a trabalhar.
Sobre o Zimbabwe
(...) Para se alterar uma determinada situação, é imperioso que sejam conhecidas as suas causas e depois ver qual é a situação num determinado momento.
Ora, o governo da ZANU-PF liderou aquele país durante muito tempo, tem o domínio das forças armadas e das forças de segurança, pelo que a mudança implica igualmente uma mudança de vontades. Na resolução da questão do Zimbabwe, prevaleceu a questão do interesse nacional, dado que nós conhecemos o preço da estabilidade (...).
Queremos os nossos corredores de desenvolvimento a funcionarem normalmente, especialmente o Corredor da Beira, que foi concebido para servir o Zimbabwe e que está com níveis de funcionamento muito baixos.
(...) Na situação do Zimbabwe, era preciso garantir que a solução que saísse fosse estável, e é por isso que o acordo alcançado não estabelece um governo normal, mas sim um governo de transição, para preparar as condições da realização das eleições.
O estabelecimento do governo inclusivo no Zimbabwe não era um fim em si, mas um objectivo intermédio, mas na fase preliminar. Num país existe um governo com 29 anos e totalmente enraizado naquilo que é a realidade do país, e a remoção de um governo destes não pode ser de modo a que se crie condições de utilizar os seus meios para tentar voltar.
Sobre Madagáscar
(...) O que houve [em Madagáscar] foi um golpe de estado sui generis e com características muito próprias e inovadoras, mas foi um golpe de estado.
Trata-se de alguém ilegítimo que substituiu uma pessoa legitimada pelo povo, sendo que a condenação foi imediata. Quando a SADC suspendeu o Madagáscar, foi no sentido de pressionar suficientemente o novo regime.
Mas com os actuais desenvolvimentos, impõe-se a necessidade de se analisar com maior cuidado a situação naquele país, porque aparentemente o novo regime tem um apoio substancial do ponto de vista popular, pelo que a estratégia de imposição de Marc Ravalomana como presidente do país por via da SADC não seria a melhor estratégia. Cada caso é um caso. Leia a entrevista na íntegra aqui.
Fonte: O País online
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