A dado momento, em 1989, numa reunião de professores católicos com o padre Dionísio na paróquia de Nacala, para abordar-se o papel do professor-cristão na sociedade, levantou-se uma questão que me recorda algumas opiniões sobre o assunto em debate, aqui. Um dos professores participantes da reunião levantou a questão de recrutamento militar à margem da lei do serviço militar obrigatório. Tratava-se de um recrutamento compulsivo, caça aos jovens, nos bairros e ruas protagonizado pelos militares. Isto criava pânico aos jovens, sobretudo alunos, que muitas vezes a caminho da escola ou de regresso eram compulsivamente recrutados pelas rusgas militares. Pessoalmente, tenho experiências amargas desta acção.
O comentário do padre foi de que a questão era de horror e difícil perante pais e mesmo professores sem poder para dizer não a este método, porque como se sabe, os que mostram uma certa resistência, são chamboqueados e “coronhados”. Entretanto, o facto de ele ter sido conhecido como padre, já uma vez, lhe ajudou a salvar daquele tipo de violência a jovens que estavam no seu carro. Quando alguns militares exigiram-o os tais jovens, ele disse que não admitia porque aquela acção estava fora da lei do serviço militar obrigatório.
O padre tinha poder. E, sempre é necessário ter-se algum poder (social, político, científico ou académico ou económico) para resgatar a quem não tem.
O comentário do padre foi de que a questão era de horror e difícil perante pais e mesmo professores sem poder para dizer não a este método, porque como se sabe, os que mostram uma certa resistência, são chamboqueados e “coronhados”. Entretanto, o facto de ele ter sido conhecido como padre, já uma vez, lhe ajudou a salvar daquele tipo de violência a jovens que estavam no seu carro. Quando alguns militares exigiram-o os tais jovens, ele disse que não admitia porque aquela acção estava fora da lei do serviço militar obrigatório.
O padre tinha poder. E, sempre é necessário ter-se algum poder (social, político, científico ou académico ou económico) para resgatar a quem não tem.
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