quarta-feira, novembro 21, 2007

A morte de Nympine Chissano e o Poder Judiciário e Político Moçambicano

Mais uma vez, minhas condolências à família Chissano. É verdade que deviamos evitar de ser hipócritas, mas entre esses que acham este ser o momemnto em que se deveria esquecer do que Nympine fez, pode haver gente com quem ele fazia o que fazia – os seus colaboradores. Sou contra a pena de morte e não vou alterar a minha opinião pela morte do Nympine, manifestando o contrário. Para mim, Nympine morreu cedo demais para além de pela idade, ele devia viver mais para ser julgado e se fosse culpado, cumprir a sua pena. Pela idade do Nympine, havia essa probabilidade.

Neste momento, quem perdeu a guerra não é Nympine e nem somos nós os cidadãos pacatos, mas o nosso Poder Judiciário que em muitos anos não conseguiu julgar um acusado de crime de homicídio. Que não tenha sido esse Poder que o acusou em termos jurídicos, mas houve quem o apontou e penso que isso convenceu a maioria dos moçambicanos. A minha sensibilidade diz que até devem ser os homens da Justiça que desejavam ver o Nympine Chissano morto duma forma menos esclarecida e antes do seu julgamento. Essa não deve ser a razão de toda a demora? Não cheira aqui a esperteza do saloio. E, por mais uma injustiça, podem ser os mesmos homens, dos primeiros a depositarem flores sobre as urnas do Nympine e a darem um abraço de condolências a Joaquim e Marcelina Chissano e desejando paz à sua alma – as lágrimas de crocodilo.

Se o ex-Presidente da República teve influência para toda a demora do julgamento do seu filho, ele fez muito mal. Ele não conseguiu livrar o filho de todas as acusações que lhe pesaram na terra ou pedir desculpas ao Povo moçambicanos pelos seus actos.
Mas para mim, mais do que Nympine, o nosso Poder Judiciário e o Poder Político, particularmente da Frelimo, ficam eternamente com todas as culpas. Estes ficaram com a mancha.
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