Os atributos a regionalista, tribalista e todos os nomes feios que por aí se acham a quem reclama equilibrios sociais, políticos e económicos para todas as regiões do país não é novo. Isso já custou a vida de muitos moçambicanos como sabemos. E para negar a existência de assimitrias semearam-se muitas mentiras e identidades falsas que só agora com abertura democrática estamos a descobri-las.
Se o colonialismo foi culpado pelas assimetrias, pelo que sei, nunca em Moçambique pós-independente houve um plano concreto para reduzí-las. Para tal, é necessário uma política regional e é exactamente isso que é proibido até em falar em Moçambique. Vejamos, até deputados da Assembleia da República são proibidos em falar de problemas particulares das suas regiões. Se o fizerem são atribuidos os tais nomes feios que se acham convenientes. Não é por acaso que os deputados pouco trabalham porque ninguém os controla senão pelos discursos bajulantes ou de atributos ao outro. Quem controla um eleito é o eleitor, o eleitorado, mas em Moçambique é isso proibido, claro duma forma indirecta. É assim que lançam cabeças de lista para zonas/províncias onde ele/ela não tem o mínimo de ideia do que é e muito pouco tem instrumento de comunicação com a maioria da população, com o eleitorado. Não tem raízes e é como um estrangeiro, um turista, vivendo nos hoteis quando ele/ela lá está.
É fácil atribuir culpas ao colonialismo, fugindo da responsabilidade que nos cabe. É isso que temos que reflectir. Nem tudo, o culpado é o colonialismo português. Para quem tinha olhos em 1975 pode confirmar que as assimetrias regionais e mesmo entre cidade e campo mais se acentuam agora ou se mantêm como eram. Dou aqui um exemplo de uma zona de Nampula: até a altura da independência, havia autocarro/machimbombo de Memba passando por Mazua até Alua, algo que desapareceu nos finais de 1976. A linda praia de Simuco era frequentada por turistas. Aliás, as estradas directas que iam de Memba para Mazua/Nampuecha e para Simuco já não existem. É isso que aquela deputada da AR, natural dessa zona devia tratar, mas não faz e vai para uma outra província como turista.
Havia machimbombo que de Nacala passando por Nacala-a-Velha, ia até Nacaroa. Isto para não falar dos comboios Nacala – Nampula ou Cuamba e Lichinga. Muito disto desapareceu nos primeiros anos de independência e muito antes da guerra civil atingir à província de Nampula.
Eu que não tenho medo desses atributos, digo que o pouco que se realiza em termos de equilíbrios regionais é graças a discursos ou manifestações de sentimento como o de Edson da Luz. Se não houvesse isso que alguns consideram de falacioso, a situação teria sido pior do que a que assistimos hoje. Tambem há que dizer que muito do que se considera hoje solução dos desequilíbrios é apenas uma acção populista, caça ao voto, silenciar os que reclamam e enganar a comunidade internacional. Vemos boas escolas nas cidades e ao longo das estradas principais (N1), mas se tu vais mais para o interior, vais lá conhecer o Moçambique real. Dizem expandir o ensino superior, mas se visitas algum estabelicimento na província, ficas a saber que de ensino superior é só nome. Leia também um artigo do Miradouro
Se o colonialismo foi culpado pelas assimetrias, pelo que sei, nunca em Moçambique pós-independente houve um plano concreto para reduzí-las. Para tal, é necessário uma política regional e é exactamente isso que é proibido até em falar em Moçambique. Vejamos, até deputados da Assembleia da República são proibidos em falar de problemas particulares das suas regiões. Se o fizerem são atribuidos os tais nomes feios que se acham convenientes. Não é por acaso que os deputados pouco trabalham porque ninguém os controla senão pelos discursos bajulantes ou de atributos ao outro. Quem controla um eleito é o eleitor, o eleitorado, mas em Moçambique é isso proibido, claro duma forma indirecta. É assim que lançam cabeças de lista para zonas/províncias onde ele/ela não tem o mínimo de ideia do que é e muito pouco tem instrumento de comunicação com a maioria da população, com o eleitorado. Não tem raízes e é como um estrangeiro, um turista, vivendo nos hoteis quando ele/ela lá está.
É fácil atribuir culpas ao colonialismo, fugindo da responsabilidade que nos cabe. É isso que temos que reflectir. Nem tudo, o culpado é o colonialismo português. Para quem tinha olhos em 1975 pode confirmar que as assimetrias regionais e mesmo entre cidade e campo mais se acentuam agora ou se mantêm como eram. Dou aqui um exemplo de uma zona de Nampula: até a altura da independência, havia autocarro/machimbombo de Memba passando por Mazua até Alua, algo que desapareceu nos finais de 1976. A linda praia de Simuco era frequentada por turistas. Aliás, as estradas directas que iam de Memba para Mazua/Nampuecha e para Simuco já não existem. É isso que aquela deputada da AR, natural dessa zona devia tratar, mas não faz e vai para uma outra província como turista.
Havia machimbombo que de Nacala passando por Nacala-a-Velha, ia até Nacaroa. Isto para não falar dos comboios Nacala – Nampula ou Cuamba e Lichinga. Muito disto desapareceu nos primeiros anos de independência e muito antes da guerra civil atingir à província de Nampula.
Eu que não tenho medo desses atributos, digo que o pouco que se realiza em termos de equilíbrios regionais é graças a discursos ou manifestações de sentimento como o de Edson da Luz. Se não houvesse isso que alguns consideram de falacioso, a situação teria sido pior do que a que assistimos hoje. Tambem há que dizer que muito do que se considera hoje solução dos desequilíbrios é apenas uma acção populista, caça ao voto, silenciar os que reclamam e enganar a comunidade internacional. Vemos boas escolas nas cidades e ao longo das estradas principais (N1), mas se tu vais mais para o interior, vais lá conhecer o Moçambique real. Dizem expandir o ensino superior, mas se visitas algum estabelicimento na província, ficas a saber que de ensino superior é só nome. Leia também um artigo do Miradouro
3 comentários:
Concordo com contigo Reflectindo Mocambique. Leva a que no's "pisemos na ferida" para uma dia as coisas se equilibrarem. Nao passar a outra geracao o sofrimento de hoje. E no's somos e devemos ser actores principais nessa direccao. Tenha uma boa noite. Gostei muito deste ultimo artigo. Dede
Exactamente. Sempre achei que é necessário falarmos frontalmente sobre assimetrias e combatermos o discurso de tudo ser o colonialismo o culpado ou a guerra como querem nos fazer entender.
O mais perigoso é serem pessoas inculcadas às mentiras, pessoas que não viram a realidade de Mocambique nos anos 70. Eles não sabem que muita coisa passou a se concentrar em Maputo ou nas grandes cidades nos anos seguidos a independência, daí sermos nós mesmos os mais responsáveis. Se a discussão tivesse continuado teriamos tido a oportunidade de falar do que aconteceu nas diferentes áreas vitais. Comércio, transportes, agricultura, Educacão, turismo, etc.
Em Mocambique precisamos de uma política regional.
Tema difícil?
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