Esta questão deixa-me inquieto e, mais inquieto porque já eu contava com alguma coisa deste tipo de jogo. Ler a notícia aqui. Há também dentro deste assunto e os demais outra coisa que me inquieta, nomeadamente falta de flexibilidade por parte dos quadros da Renamo em estudar o jogo do seu adversário, desenhando vários cenários. Se os quadros da Renamo estudam o jogo da Frelimo, poucas vezes eles têm demonstrado que o fazem. Eu devia falar de todos os partidos de oposição, sociedade civil, mas, os primeiros não existem e os segundos sei lá são o quê. Nisto cabe à Renamo e os seus quadros a agir estrategicamente contra as manobras do partido no Poder. E, a Renamo tem que assumir o seu papel, a sua responsabilidade e mesmo a sua culpabilidade quando ela não conseguir fazer com estratégia aquilo que a sociedade moçambicana espera dela.
Ora, a Frelimo não vai ceder sobre isto que ela própria provocou como jogo de mestre conforme Jeremias Langa disse? Não vai ceder o quê? Quando é que a Frelimo cedeu e para ceder quando tempo passa e de que maneira ela apresenta a sua cedência? De princípio, isto de propor o adiamento das eleições, não é cedência de alguma pressão? Mas, com que esperteza apresenta ela a cedência?
Vejamos, sobre a impossibilidade de realização das eleições dentro do tempo estabelecido pela Constituição da República, quase que todos nós moçambicanos sabíamos. A Comunidade Internacional disse de cara e a tempo que o prazo não era realista para eleições sérias e por causa disso não lhe valia em investi-las. Quando digo nós, falo aqui mesmo da Frelimo como a Renamo, entanto que partidos representados na Assembleia da República e com o poder de FAZER QUALQUER COISA nisto, nomeadamente proceder a emenda constitucional. Para nós, os quaisquer, a questão estava quem poderá ousar a lançar a proposta. O problema residia na interpretação do outro. Muitos de nós, pois, a 21 de Junho do corrente ano, eu também escrevi um artigo sobre isto
neste blogue, pensávamos que existia uma via democraticamente menos problemática, que passava pela recomendação directa do Presidente da República à Assembleia da República ou passando pelo Conselho de Estado. O pior ainda é que os partidos ditos da oposição extra-parlamentares fizeram uma carta ao Presidente da República, o senhor Armando Emílio Guebuza.
E o que é que aconteceu afinal? Ele não usou as vias que pensávamos. Nós todos, incluindo a Renamo, devíamos ter gastado tempo para reflexão sobre isto. O PR não respondeu aos partidos extra-parlamentares e como não são o que dizem, não exigiram resposta a ele, entanto que Presidente da República. Ao contrário, aplaudem a mestria maquiavélica da Frelimo. Como não sou jurista, algo gostaria de me escusar, mas sinto-me obrigado a interrogar-me se o Presidente da República é um órgão de soberania, razão pela qual os extra-parlamentares escreveram-no, será isto a mesma coisa com o partido Frelimo... Será esse grupo extra-parlamentar é algo que se delecomanda pelo partido no poder? E, se for, terá jogado bem? Pois, a meu ver, esse grupo escreveria uma única carta à Assembleia da República, também órgão de soberania e com o poder de emendar a CR ou distribuiria a carta à Frelimo e Renamo para cada partido responder-lhe individualmente.
E a Renamo não compreendeu o jogo da Frelimo? Isto é o que me parece? Mas será mesmo que nenhum quadro da Renamo descobriu a carta que a Frelimo está a jogar? Isto não me parece, porque a Renamo de quadros e bons a notar pela forma como trabalham quando assumem uma tarefa INDIVIDUAL... O que me leva a fazer estas perguntas é o facto de ela não apresentar até aqui a carta superior a da Frelimo, embora ela, a Renamo, tenha muitas. Se o que a Frelimo quer é fingir que ela é una e internamente democrática, porquê a Renamo não mostrá-la que ela é mais una e mais democrática? Esta é a minha questão principal?
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