Os mediadores do diálogo político entre o Governo e a Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, defendem que as duas delegações, que discutem há mais de dois anos, aparentam uma incapacidade para alcançar consensos no ponto referente às Questões Militares.
É nossa percepção que na mesa do diálogo não vai sair nenhuma solução e, nós próprios, já não conseguimos vislumbrar qualquer saída que possamos sugerir às duas delegações para que se resolva essa questão militar, disse Lourenço de Rosário, falando em nome dos mediadores, no término da 114ª ronda do diálogo politico, acrescentado que este assunto deveria ser retirado da mesa do diálogo.
As Questões Militares é o terceiro ponto da agenda e preconiza a desmilitarização dos homens armados da Renamo e seu enquadramento nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) ou reintegração social nos casos de incapacidade física ou por velhice.
Essas questões devem ser remetidas às instâncias superiores, pois são assuntos muito sensíveis e, realmente, eu não vejo solução, a não ser que haja mandatos muito claros de ambos os líderes, o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, disse Do Rosário, reconhecendo a incapacidade dos mediadores para resolver o diferendo.
Sobre o quarto e último ponto da agenda do diálogo político, que finalmente começou a ser discutido esta segunda-feira, os mediadores, nas rondas anteriores, defendiam a necessidade de se incluir actores mais experientes de modo a permitir a realização de uma discussão mais consistente.
Finalmente, entraram no quarto ponto e a Renamo apresentou os seus pressupostos e as suas propostas. Portanto, consideramos que os pressupostos estão correctos porque fazem levantamento de todas as questões relativas a exclusão, disse o porta-voz dos mediadores.
Ao longo da nossa história, pode-se observar que ao nível da académia, sociedade civil e etc., se tem discutido, de facto, que o nosso país não tem tido uma distribuição de riquezas da forma mais correcta, acrescentou.
Os mediadores advertem ainda que as Questões Económicas não deveriam ser debatidas exclusivamente pelo Governo e a Renamo devido ao seu caracter transversal, porque tratam-se de matérias de interesse público.
Toda a sociedade deve participar, não devemos, aqui, de forma nenhuma, tipificar quem é que deve pertencer. Por exemplo, num Conselho de Administração, quem é que deve ser nomeado por pertencer uma bancada da oposição. Portanto, se sair isso daqui, está errado, disse o professor.
Refira-se que os mediadores têm criticado severamente o facto de as duas delegações, por vezes, discutirem questões ultrapassadas e que não fazem parte da agenda do diálogo, comprometendo, desta feita, o seu curso, cujo fim não se vislumbra para breve.
Fonte: AIM - 17.08.2015
3 comentários:
Brazao Catopola, um canalha disfarçado
a delegacao d renamo apresenta qustoes cerias d exclusao total e completa perpetrada pelo partido n puder.
Concordo com o primeiro anônimo...
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