Em Angoche e Nacala-porto, respectivamente
A “ Yinuo Pescas, Limitada”, uma empresa chinesa, acaba de encomendar o
fabrico de nove embarcações para a captura de Atum na província de Nampula,
mais concretamente no distrito de Angoche.
A Japan Tuna Company, de origem nipónica, já manifestou igualmente
interesse em capturar aquele tipo de pescado, desta feita no distrito de
Nacala-porto, operação que envolverá 15 embarcações, com possibilidade de
crescer à medida que as respectivas potencialidades assim o confirmarem.
O delegado provincial da Administração Nacional de Pescas em Nampula,
Momade Juízo, que revelou o facto, não quantificou o valor global do
investimento, mas referiu que aquela empresa, depois de pesquisar o potencial
da nossa costa em atum, avançou que as embarcações estarão equipadas com
artefactos para captura em cerco daquela espécie.
Segundo a fonte, a Administração Nacional de Pescas espera o cumprimento
por parte da Yinuo Pescas Limitada, dos procedimentos legais para o seu
posterior licenciamento, conforme o previsto no plano estratégico de
desenvolvimento da pescaria do atum.
Momade Juízo precisou, ainda, que a frota de embarcações da empresa
chinesa, estará baseada na cidade de Angoche, onde já conta com outras quatro
unidades construídas localmente, com recurso à madeira, licenciadas para a
pesca semi-industrial, tendo, para o efeito, investido um montante equivalente
a 6 milhões de dólares norte-americanos.
Questionado acerca das vantagens do estabelecimento da frota de embarcações
em Angoche, Momade Juízo explicou que são inúmeras.
Em princípio as embarcações devem receber a bandeira nacional, um requisito
previsto na legislação internacional da pesca que obriga o armador a declarar a
origem das suas pescarias, cujas estatísticas servirão para o cálculo dos
impostos a pagar aos cofres do Estado"- disse Juizo.
Mais importante também é o facto do processamento do atum para completar a
cadeia de valor, antes da colocação do pescado no mercado internacional, exigir
da empresa uma logística que comportará o abastecimento de água às embarcações,
energia eléctrica para garantir a operacionalização da sala de processamento,
produtos alimentares para tripulação, cujas receitas irão reverter a favor das
firmas locais vocacionadas para a prestação daqueles serviços.
Momade Juízo vincou o facto das oportunidades de acesso ao emprego por
parte da população de Angoche vir a crescer em face do estabelecimento das
embarcações de pesca de atum no porto local.
As capturas de atum na zona económica exclusiva, que cobre 200 milhas
náuticas a partir da linha da costa moçambicana, estão, neste momento, abaixo
do limite de exploração, segundo estudos existentes relativos às
potencialidades daquela espécie marinha que tem uma contribuição considerada
baixa no nível de receitas do Estado.
Fonte: WAMPHULA FAX –
13.08.2015
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