A Polícia da República de
Moçambique (PRM) anunciou hoje a detenção de dois suspeitos de envolvimento na
morte do constitucionalista franco-moçambicano Gilles Cistac, assassinado em
Março no centro de Maputo.
"A
polícia deteve dois indivíduos, indiciados de envolvimento no assassínio de
Gilles Cistac. São eles Lúcio Manuel e Arsénio Nhaposse. Eles já foram
apresentados ao tribunal da cidade de Maputo e, por termos notado fortes
indícios, o tribunal emitiu a prisão dos mesmos", disse hoje à Lusa o
porta-voz da PRM em Maputo, Arnaldo Chefo.
Sem avançar detalhes sobre a data exacta e as circunstâncias da detenção
dos suspeitos, que são moçambicanos e foram presos na capital, o porta-voz da
PRM disse que as detenções foram legalizadas na sexta-feira pelo tribunal da
cidade de Maputo.
De acordo com Arnaldo Chefo, os suspeitos encontram-se detidos na cadeia de
máxima segurança da Machava (BO), nos arredores de Maputo.
"Nós não podemos avançar mais detalhes para não perturbar a operação,
o que podemos dizer é que está em curso uma operação para capturar os restantes
membros da quadrilha indiciada pela morte do académico moçambicano Gilles
Cistac", disse o porta-voz.
Gilles Cistac morreu a 03 de Março no centro da capital, depois de ter sido
atingido a tiro por desconhecidos.
O constitucionalista, de origem francesa, era conhecido por defender
posições jurídicas desfavoráveis ao partido no poder, Frelimo, a última das
quais dava cobertura constitucional ao projecto da Renamo, principal partido no
poder, de concessão de autonomia em seis das 11 províncias.
Alguns dias antes de morrer, Gilles Cistac disse ao semanário Canal de
Moçambique que tinha apresentado uma queixa contra uma pessoa que usava o
pseudónimo de "Calado Kalachinicov" no Facebook para o difamar pelas
suas posições jurídicas.
A família de Gilles Cistac apresentou uma queixa à Procuradoria-Geral da
República de Paris pelo homicídio do jurista, considerando que um processo
aberto no país de origem da vítima pode criar condições para que as autoridades
francesas auxiliem a parte moçambicana no esclarecimento do crime.
Fonte: LUSA – 13.04.2015
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