sexta-feira, outubro 05, 2012

Justiça britânica aceita acção de quenianos por crimes da era colonial

Um tribunal britânico aceitou nesta sexta-feira a queixa apresentada contra o Reino Unido por três quenianos do movimento "Mau Mau" que afirmam terem sido vítimas de crimes durante a era colonial no Quênia.

O juiz do Tribunal Superior de Londres, Richard McCombe, considerou que "um julgamento justo nesta parte do caso continua a ser possível e que as provas das duas partes continuam a ser consideravelmente convincentes para que o tribunal possa desenvolver a sua tarefa de maneira satisfatória". A decisão foi anunciada três meses depois da acção ter sido examinada numa audiência de 15 dias.


Jane Muthoni Mara, Paulo Muoka Nzili e Wambugu Wa Nyingi, que não compareceram nesta sexta-feira ao tribunal, afirmam terem sofrido torturas e abusos sexuais em campos de detenção durante a revolta Mau Mau contra os colonizadores britânicos nos anos 1950. Segundo os advogados, Mara foi vítima de abusos sexuais, Nzili foi castrado e Nyingi duramente agredido.

Os três querem um pedido de desculpas do governo britânico e a criação de um fundo para as vítimas. O julgamento pode estabelecer jurisprudência para quase mil quenianos que foram vítimas de repressão e continuam vivos.

A brutal repressão da revolta Mau Mau provocou mais de 10 mil mortes entre 1952 e 1960, três anos antes da independência do Quênia. Dezenas de milhares de pessoas foram presas, incluindo o avô do presidente dos Estados Unidos Barack Obama.

Fonte:  Rádio Mocambique - 05.10.2012

Sem comentários: