sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Arábia Saudita diz que apoiará Mubarak se os EUA o deixarem cair

O rei Abdullah, da Arábia Saudita, disse aos Estados Unidos que se Washington tentasse retirar o líder egípcio, Hosni Mubarak, do poder, Riad se encarregaria de assegurar apoio ao regime, avança o diário britânico "The Times".

Caso os EUA cortassem o apoio financeiro ao Egipto de cerca de 1,5 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros), a maioria destinada ao Exército, a Arábia Saudita iria dar, ela própria, esse dinheiro, terá afirmado o rei Abdullah a Barack Obama num telefonema a 29 de Janeiro, no dia seguinte à pior repressão policial sobre os manifestantes no Egipto e em que os EUA afirmaram publicamente que admitiam rever a ajuda ao regime do Presidente Mubarak.

No telefonema, o rei Abdullah terá pedido a Obama que não “humilhasse” Mubarak. Abdullah e Mubarak são aliados e também mantém uma próxima amizade, sublinhou um responsável saudita ao "Times". E Riad vê o regime egípcio como um importante contrapeso à influência iraniana na região.

A oferta saudita deu força a Omar Suleiman, o vice-presidente que tomou as rédeas à situação no país apesar de Mubarak se manter no cargo. O ministro dos Negócios Estrangeiros do Egipto, Abul Gheit, criticou ingerências de fora e afirmou que os EUA deviam aceitar o calendário de mudança política desenhado pelo regime, centrado na saída de Mubarak nas próximas eleições, em Setembro. “Os americanos dizem: ‘mudem agora’ mas nós já estamos a mudar!”, queixou-se. “Ou ‘comecem agora!’, mas nós já estamos a mudar”.

Medo do Irão nuclear


A Arábia Saudita está especialmente preocupada com a perda de aliados para contrariar a influência regional do Irão. Isso é mais importante para Riad do que o chamado “efeito dominó” em que as razões de revolta como o desemprego e os preços altos e o efeito da queda de Ben Ali na Tunísia poderiam causar revoltas sociais nos países da região: o regime tem petrodólares suficientes para aliviar as tensões sociais, nota a agência Reuters.

A Arábia Saudita partilha com os EUA o medo de um Irão nuclear. Telegramas da WikiLeaks tornaram pública esta preocupação notada por muitos analistas mas até então negada e mantida em privado. “Cortem a cabeça da serpente”, terá pedido o embaixador saudita em Washington ao general David Petraeus, segundo um telegrama a que a WikiLeaks teve acesso.

Fonte: Público Portugal - 10.02.2011

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma piada de Cairo…

Hosni Mubarak morreu inesperadamente. Quando entrou no céu, Gamal Abdel Nasser e Muhammad e Anwar El Sadat já lhe esperavam na recepção. Foste assassinato ou envenenado, perguntou Sadat. Nem um, nem outro, respondeu Mubarak. Foi o Facebook.

Oxalá