O ex-presidente de Moçambique Joaquim Chissano e presidente honorário do Partido Frelimo negou à Lusa qualquer envolvimento com narcotráfico e classificou os documentos divulgados pelo portal WikiLeaks como “mentira grossa”.
“Gostaria de saber em que é que me ligam ao narcotráfico”, disse Joaquim Chissano em declarações à Lusa, garantindo que é tudo mentira e que duvida que a embaixada dos Estados Unidos tenha alguma informação.
“Diz-se que o Manuel Tomé (líder da bancada parlamentar da FRELIMO, partido no poder) recebia dinheiro e que era meu familiar. Nunca foi meu familiar. O que me parece que dão a entender é que estão a tentar meter o meu nome a todo o custo”, afirmou o antigo chefe de Estado moçambicano à agência portuguesa de notícias.
Segundo telegramas confidenciais da embaixada norte-americana em Maputo divulgados pelo portal WikiLeaks, que envolvem o Presidente moçambicano, Armando Guebuza, e o seu antecessor, Joaquim Chissano, em Moçambique, o poder político ao mais alto nível está comprometido com o narcotráfico.
Após a Guiné-Bissau, Moçambique tornou-se “o segundo lugar africano mais activo para a actividade dos traficantes de droga”, relatou num telegrama, no verão do ano passado, o representante diplomático da Embaixada dos Estados Unidos na capital moçambicana.
Segundo a correspondência diplomática, o narcotráfico será dirigido por dois moçambicanos de ascendência asiática, Momad Bachir Suleiman, conhecido como "MBS", e Ghulam Rassul Moti, cujas actividades seriam impossíveis sem a cumplicidade ao mais alto nível do Estado.
Quanto à acusação de o Partido Frelimo receber dinheiro de empresários, como de Bachir Suleman, Joaquim Chissano disse à Lusa que isso sempre foi prática normal de todos os partidos, que em campanhas faziam jantares com empresários, que prometiam determinadas somas.
Momad Bachir “nunca escondeu que tinha simpatia pela FRELIMO, toda a gente aplaudia quando ele construía centros comerciais. Ninguém dizia que esse dinheiro era do narcotráfico. Agora se se provasse que esse dinheiro era do narcotráfico teríamos de evitar receber”, disse o antigo Presidente à Lusa, acrescentando que foi apenas uma vez ao Maputo Shoping Centre (de Momad Bachir), quando da inauguração.
Joaquim Chissano frisou que a única droga que conhece é a que se produz em Moçambique (cânhamo, conhecida por suruma), e que lhe foi proposta a sua legalização, por ser “suave”, quando era Presidente, o que recusou.
“Não conheço nomes de drogas, nunca vi, a erva é a única planta que conheço e que recusei que se legalizasse e que se fizesse negócio. Sou completamente contra drogas”, frisou. (Redacção)
Fonte: CanalMoz - 2010.12.13
3 comentários:
Será que é mentira? Existem muitas dúvidas. Gostariamos de mais esclarecimentos.
Maria Helena
he he he, era só o que faltava uma galo narcotraficante... he he he
O senhor Mo Ibrahim deve estar arrependido, pensava que em africa ainda existem politicos correctos!!!
Considero este assunto eh serio e de extrema importancia. As autoridades mocambicanas devem encarar estas informacoes com responsabilidade.
Os americanos podem ter as suas razoes, mas hoje, tratando este assunto estao fora do campo de jogo. Esperaram muitos anos para dizerem algumas verdades, e o povo foi sofrendo...evidencias e provas devem ser do dominio publico.
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