segunda-feira, outubro 24, 2016

Um morto em ataque da Renamo a autocarro no centro de Moçambique, afirma polícia

Uma pessoa morreu e outra ficou gravemente ferida num ataque atribuído pela polícia à Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) a um autocarro de passageiros na coluna de escolta militar em Manica, no centro do país, disse hoje fonte policial.
Uma mulher foi atingida mortalmente a tiro na cabeça e outra ficou ferida com estilhaços de vidros quando homens do braço armado do maior partido da oposição dispararam contra um autocarro da companhia Linhas Terrestres de Moçambique (LTM), na escolta no trajecto Catandica-Vanduzi, disse o porta-voz do comando da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Elsídia Filipe.
"O ataque dos homens armados da Renamo ocorreu na tarde da Sexta-feira em Nhamatema (Báruè), tendo resultado num morto e um ferido, passageiros de um autocarro colectivo", afirmou Elsidia Filipe no 'briefing' semanal da Polícia, adiantando que, depois da incursão, os atacantes fugiram para as matas.
Em consequência do ataque, prosseguiu, as Forças de Defesa e Segurança perseguiram o grupo e descobriram duas supostas bases da Renamo na zona de Nhaunche (Nhamatema), onde foram apreendidas 95 munições de espingarda automática AKM.
Ainda segundo a polícia, um outro grupo do braço armado da oposição incendiou nove casas e a viatura do régulo Macuo no distrito de Mossurize, a sul da província de Manica, igualmente muito atingido pelo conflito que opõe as Forças de Defesa e Segurança e Renamo e que tem vindo a registar um número crescente de deslocados.
"Ao incendiarem as casas, uma criança de quatro anos acabou sofrendo queimaduras", disse ainda Elsídia Filipe.
O maior partido de oposição exige governar em seis províncias onde reivindica vitória eleitoral nas eleições gerais de 2014, acusando a Frelimo de ter cometido fraude no escrutínio.
A região centro e Norte tem sido palco de confrontos entre o braço armado do principal partido de oposição e as Forças de Defesa e Segurança e denúncias mútuas de raptos e assassínios de dirigentes políticos das duas partes.
As autoridades acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas estradas e ataques em localidades do centro e Norte de Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis, como centros de saúde ou alvos económicos.
A Renamo, por sua vez, acusa as Forças de Defesa e Segurança de investidas militares contra posições do partido.
Apesar dos casos de violência, o Governo e a Renamo voltaram ao diálogo em Maputo, na presença de mediadores internacionais.

Fonte: SAPO – 24.10.2016

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