sexta-feira, outubro 14, 2016

Mahamudo Amurane: “O que tem de melhor Manuel de Araújo?”

Nos últimos  anos, Manuel  de Araújo, quadro do MDM e presidente  do Conselho  Municipal  de  Quelimane, na Zambézia, tem insistido, na imprensa, que gostaria de ver um MDM mais democrático do que é hoje. Nas vésperas do início da presente legislatura chegou a questionar, publicamente, a indicação do actual chefe da bancada parlamentar daquela formação política, na Assembleia da República, porquanto Lutero Simango, irmão mais velho de Daviz Simango, não saiu do círculo eleitoral que mais deputados colocou no parlamento, que é a Zambézia.

Confrontado com a questão, Amurane disse que não concorda. Para o edil de Nampula, no MDM  há democracia e espaço para todos. Respeita essa colocação de Manuel de Araújo, mas diz que são águas passadas.
A exclusão, nas recentes eleições internas  no  MDM, de  Manuel   de  Araújo  para  a Comissão  Política  do partido,  foi vista como o ponto  mais alto de uma suposta rivalidade entre Daviz Simango e o jovem edil de Quelimane.
Sobre  o assunto, Amurane,  uma  das novas entradas para a Comissão Política do MDM, escusa-se a comentar, alegadamente, porque desconhece o processo. Até porque ele próprio disse ter ficado surpreendido  com a sua nomeação.
Aqui, perguntamo-lo se achava razoável que, nesta fase da sua história, o MDM se desse ao luxo de desperdiçar um  membro  com  capital  político como é Manuel  de Araújo, o que prontamente, desdramatizou.
“O que tem de melhor Manuel de Araújo  em relação aos outros  membros  do  MDM”, questionou,  considerando  o edil de Quelimane  como um membro  normal como outros no partido.
Numa altura em que o MDM em Nampula  acaba de registar uma nova deserção de membros  que formaram o  Movimento   Alternativo   de  Moçambique  (MAMO), depois de uma outra vaga de deserções nas vésperas das eleições gerais de 2014, todos eles a alegarem, essencialmente,  nepotismo e tribalismo  no partido  liderado pelo engenheiro  Daviz  Simango, o edil de Nampula fala de oportunistas. Sobre os desertores que, em  2014, queixavam-se da “importação”, da Beira, de amigos e familiares do presidente do partido para lugares cimeiros nas candidaturas do MDM  a deputados, Amurane diz que tribalistas são aqueles que achavam que, com a vitória do MDM  em Nampula, tinha chegado a sua vez. Diz que não houve colocação massiva de quadros do MDM de fora de Nampula.
Sobre os recentes dissidentes que formaram o MAMO, diz que são indivíduos de conduta duvidosa que, quando se apercebeu do seu oportunismo no município, tratou de expulsá-los. Diz  que  o  MDM de  hoje  não  é o mesmo de há dois anos e meio, quando aderiu e, no actual partido, vê um crescimento  enorme  e um futuro  risonho.
Fonte: Savana – 14.10.2016

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