Démarches para o
reinício do diálogo político
- A resposta diz
sim ao diálogo, mas exige a resposta à carta que a Renamo enviou, em finais do
ano passado, ao gabinete de Filipe Nyusi
Tal como escreveu o
mediaFAX na edição desta segunda-feira, o Presidente da Renamo, Afonso
Dhlakama, efectivamente respondeu ao interesse manifestado pelo Presidente da
República, Filipe Nyusi. Segundo se sabe, Filipe Nyusi encaminhou, no dia 4 de
Março corrente, um expediente onde informava da necessidade de se retomar o diálogo
político, isto no âmbito da busca de caminhos para devolver a paz e
estabilidade no país. Na carta, Filipe Nyusi informava ter constituído uma
equipa que se iria responsabilizar pela criação de condições para a efectivação
do encontro ao mais alto nível e, por esta via, pedia que a Renamo também
formasse e indicasse uma equipa que pudesse, junto da equipa do governo, criar
condições para a realização do chamado encontro ao mais alto nível.
Tendo em conta a
urgência, Afonso Dhlakama respondeu à missiva do PR em menos de três dias. A
carta foi enviada no dia 4 (sexta-feira) e ontem (segunda-feira), já uma
resposta estava a ser depositada no gabinete do Presidente da República.
A resposta de
Afonso Dhlakama, que agradece e reitera (também) disponibilidade para o
diálogo, refere que o desiderato só se poderá concretizar mediante a resposta
do expediente, apresentado, também em carta, pelo gabinete de Afonso Dhlakama.
A Renamo, recorde-se, submeteu em finais do ano passado, uma proposta de
indicação de nova equipa negocial para a retomada do diálogo político.
Entretanto,
passados cerca de cinco meses, a referida carta ainda não tem qualquer
resposta, realidade que tem estado a indignar as hostes da Renamo e, não só.
De forma mais
concrecta, refere a resposta assinada por Augusto Mateus, chefe do gabinete do
Presidente da Renamo, que o governo aceite publicamente a credenciação dos
mediadores já indicados, nomeadamente, a igreja católica, o presidente
sul-africano e a União Europeia.
“A Renamo propõe
que o governo aceite publicamente a credenciação destes mediadores, como forma
de mostrar ao povo moçambicano e ao mundo em geral o seu comprometimento com a
paz e reconciliação nacional” – refere a carta assinada por Augusto Mateus,
chefe do gabinete e incumbido por Afonso Dhlakama para exarar o documento em
resposta à preocupação do PR.
A nota deixa claro
que só depois da credenciação dos mediadores, é que a Renamo vai indigitar a
lista dos membros que se vão juntar aos membros do governo moçambicano.
A necessidade de
indicação e confirmação da equipa negocial antes de se avançar com a lista dos
membros da Renamo visa, segundo este partido, evitar que o encontro ao mais
alto nível seja simplesmente para fazer mais uma fotografia para a
prosperidade, “tal como aconteceu em encontros anteriores”.
Na resposta, a
Renamo não toca, em nenhuma linha, a questão da governação autónoma provincial,
que tinha publicamente sido anunciada por Dhlakama como condição para se
retomar o diálogo político. A omissão deste condicionalismo é visto com bons
olhos, no sentido de que mais natural uma barreira do diálogo foi removida. (Ilódio Bata e
redacção)
Fonte: MEDIAFAX – 08.03.2016
2 comentários:
Não há nada sério nesta iniciativa de Nyusi, é só para entreter enquanto a caravana passa, nesta caso para justificar os preparativos de atacar Dhlakama, pois amanhã há de vir dizer que Dhlakama negou encontro. Veja tamanha publicidade que é data à tal carta pelos orgãos estatais, mas não fizeram o mesmo quanto à carta que Dhlakama primeiramente mandou para Nyusi. Isto dá para Renamo e Dhlakama que nunca aprendem.
Não existe diálogo nenhum, alem de sombra do diálogo! nenhum diálogo resolveu problemas do pais! So enganam-nos...
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