A posição do Governo do Malawi em relação aos refugiados moçambicanos no seu território não tem sido clara, o que não agrada as autoridades moçambicanas, que acham que muitas dessas pessoas têm alguma relação com a Renamo.
Centenas de pessoas deslocaram-se da região fronteiriça de Nkondezi, na província central de Tete, para o Malawi, e as causas podem ser de âmbito de instabilidade político-militar, mas também de problemas relacionados com seca ou outra calamidade natural.
Centenas de pessoas deslocaram-se da região fronteiriça de Nkondezi, na província central de Tete, para o Malawi, e as causas podem ser de âmbito de instabilidade político-militar, mas também de problemas relacionados com seca ou outra calamidade natural.
Dado o facto de em algum momento se ter registado na zona uma movimentação de homens da Renamo e das forças de defesa e segurança governamentais, é natural que as pessoas tenham ficado assustadas procurando refúgio no Malawi.Para o sociólogo Rogério Sitoi é difícil afirmar que todas as pessoas que estão para além da fronteira são da Renamo.
Sitoi disse que poderá "haver pessoas que são simpatizantes da Frelimo ou que não são simpatizantes de nenhum dos dois lados, que terão fugido para o Malawi, por essas razoes", frisou.
Ele recordou que sempre foi difícil lidar com a história das relações entre Moçambique e o Malawi, porque "sempre foram relações de gelatina".
No governo de Kamuzu Banda, as relações foram más, por causa do seu forte relacionamento com o regime do apartheid, na África do Sul, disse Sitoi.
Na década de 1980, o antigo Presidente de Moçambique, Samora Machel ameaçou bombardear o território malawiano.
As relações entre Moçambique e o Malawi registaram algumas melhorias no tempo da presidência de Joaquim Chissano, mas voltaram a crispar nos últimos 10 anos, sobretudo por causa da navegação do rio Chire.
Contudo, Sitoi, conhecedor da realidade malawiana, diz não acreditar que do ponto de vista oficial, o Governo do Malawi possa acolher guerrilheiros da Renamo.
Sitoi desconfia que "os falcões do poder do partido (o mesmo de Kamuzu Banda) possam continuar a olhar isto como uma possibilidade de ter um inimigo tradicional e permitir que pessoas da Renamo possam, eventualmente, circular dentro do território malawiano".
Entretanto, para o sociólogo, isso não é suficiente para perigar as relações entre os dois países.
Ele acredita que o Governo moçambicano, pela forma como o ministro dos Negócios Estrangeiros foi falar no parlamento, "está a tentar lidar com este problema com a cautela necessária, para que não haja crispação de posições".
Para aquele académico, do ponto de vista estratégico e geoestratégico, seria um tremendo erro o Governo moçambicano, no lugar de puxar para uma distenção de relações com o Malawi, entrar numa crispação de posições.
O politólogo Lázaro Mabunda afirma também que Moçambique e o Malawi não têm boas relações, sendo caracterizadas por vários incidentes violentos, sobretudo nos últimos 10 anos.
Mabunda falou dos ataques das forças malawianas a funcionários moçambicanos dos serviços de migração e da detenção de representantes do Malawi quando estavam a navegar o rio Chire, bem como a rejeição, por Moçambique, do plano do Governo malawiano de construir um porto naquele rio.
Aquele analista disse que a questão dos refugiados moçambicanos em território malawiano tem o potencial de criar incidentes diplomáticos entre os dois países, tendo em conta os pronunciamentos de governantes do Malawi relativamente a este assunto.
Ele recordou que sempre foi difícil lidar com a história das relações entre Moçambique e o Malawi, porque "sempre foram relações de gelatina".
No governo de Kamuzu Banda, as relações foram más, por causa do seu forte relacionamento com o regime do apartheid, na África do Sul, disse Sitoi.
Na década de 1980, o antigo Presidente de Moçambique, Samora Machel ameaçou bombardear o território malawiano.
As relações entre Moçambique e o Malawi registaram algumas melhorias no tempo da presidência de Joaquim Chissano, mas voltaram a crispar nos últimos 10 anos, sobretudo por causa da navegação do rio Chire.
Contudo, Sitoi, conhecedor da realidade malawiana, diz não acreditar que do ponto de vista oficial, o Governo do Malawi possa acolher guerrilheiros da Renamo.
Sitoi desconfia que "os falcões do poder do partido (o mesmo de Kamuzu Banda) possam continuar a olhar isto como uma possibilidade de ter um inimigo tradicional e permitir que pessoas da Renamo possam, eventualmente, circular dentro do território malawiano".
Entretanto, para o sociólogo, isso não é suficiente para perigar as relações entre os dois países.
Ele acredita que o Governo moçambicano, pela forma como o ministro dos Negócios Estrangeiros foi falar no parlamento, "está a tentar lidar com este problema com a cautela necessária, para que não haja crispação de posições".
Para aquele académico, do ponto de vista estratégico e geoestratégico, seria um tremendo erro o Governo moçambicano, no lugar de puxar para uma distenção de relações com o Malawi, entrar numa crispação de posições.
O politólogo Lázaro Mabunda afirma também que Moçambique e o Malawi não têm boas relações, sendo caracterizadas por vários incidentes violentos, sobretudo nos últimos 10 anos.
Mabunda falou dos ataques das forças malawianas a funcionários moçambicanos dos serviços de migração e da detenção de representantes do Malawi quando estavam a navegar o rio Chire, bem como a rejeição, por Moçambique, do plano do Governo malawiano de construir um porto naquele rio.
Aquele analista disse que a questão dos refugiados moçambicanos em território malawiano tem o potencial de criar incidentes diplomáticos entre os dois países, tendo em conta os pronunciamentos de governantes do Malawi relativamente a este assunto.
Fonte: Voz da América – 11.03.2016
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