terça-feira, março 15, 2016

Perguntas ao ilustre Mia Couto:


1)    De que resolveram os tantos encontros de chá entre os líderes da Frelimo/governo e da Renamo? O que servirá um encontro sem agenda nem mediadores?

2)    Eu concordo consigo que um partido não pode, ao mesmo tempo, ter presença na Assembleia da República e ter armas. Contudo, ainda não sei se o meu caro compatriota refere a um único partido ou refere aos dois partidos, e, neste caso à Frelimo e à Renamo. Ora, se a Renamo não nega em ter armas e seus homens armados e defende que é de uma cláusula no AGP, a Frelimo que não teve ou não criou para si essa cláusula, voltou de Roma e criu uma força especial, a FIR, que foi treinada fora do padrão do treinamento policial. Ademais, a FIR e/ou UIR é usada a luz do dia pela Frelimo como uma força particular dela e não republicana, algo que não me recordo que o ilustre compatriota tenha alguma vez contestado.

3)    O mais flagrante é que o ilustre compatriota ainda não disse nada se concorda que forças de defesa e segurança (republicanas) se transformem em um grupo de bandidos como se viu em Manica no ataque à comitiva de Afonso Dhlakama.

4)    Acredito que o ilustre compatriota Mia Couto, tem lido nos jornais e/ou acompanhado pela TV as acções dos esquadrões da morte, em Murrupula, província de Nampula, em Marracuane, em plena cidade de Maputo, na Beira, entrentanto, não me lembro em lado nenhum onde o ilustre repudiu. Será que acha que em Moçambique há os que têm o direito de matar os outros? 

“AO IMPOR CONDIÇÕES PARA O DIÁLOGO A RENAMO MOSTRA QUE NÃO ESTÁ INTERESSADA NO DIÁLOGO” -MIA COUTO
O escritor e jornalista moçambicano, Mia Couto, diz que o facto de a Renamo impor condições para o diálogo com o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, mostra que o partido não está interessado em dialogar.
Mia Couto referiu que impor condições para o diálogo é chantagear o governo e o povo.
 Ele falava à Rádio Moçambique a propósito da iniciativa presidencial de mais uma vez convidar o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, para o diálogo ao mais alto nível, como forma de por fim à tensão político-militar no país.
“No fundo quem impõe condições está a jogar com vidas humanas, está a fazer chantagens com aquilo que é a tranquilidade dos moçambicanos todos “-referiu Mia Couto.
O escritor e jornalista explicou que a pré-condição que o povo devia exigir da Renamo é que entregue as armas e siga para o diálogo.
“Um partido político não pode, ao mesmo tempo, ter presença na Assembleia da República e ter armas.”-sublinhou Mia Couto.

Fonte: Rádio Mocambique – 15.03.2016


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