O número de mortes provocadas pelas cheias que atingem a região centro e norte subiu para 117, das quais 93 na província da Zambézia, informa um balanço das autoridades, hoje divulgado.
Segundo um relatório do Ministério da Administração e Função Pública enviado à agência Lusa, mais de 157 mil pessoas foram afectadas pelas cheias que atingiram as províncias da Zambézia (124,3 mil pessoas), Nampula (19,5 mil), Niassa (12,8 mil), Cabo Delgado (169), Sofala (145) e Tete (45).
Na Zambézia, as autoridades sanitárias registaram 93 óbitos associados às enxurradas, que provocaram também mortes nas províncias de Niassa (13) e de Nampula (3), havendo indicação de que permanecem desaparecidas mais de 50 pessoas em todas as regiões.
O balanço das autoridades revela ainda que as cheias provocaram a destruição completa de mais de oito mil habitações, afectando parcialmente cerca de 11 mil.
Pelo menos seis unidades de saúde foram também atingidas, além de mais de um milhar de salas de aula.
O transbordo do rio Licungo, na Zambézia, deixou às escuras cerca de 300 mil clientes da estatal Electricidade de Moçambique (EdM), depois da queda de dez postos de alta tensão, na localidade de Mocuba, onde também ruiu parte do tabuleiro de uma ponte que permitia a ligação rodoviária entre o norte e o sul do país.
Embora os prejuízos associados às cheias não sejam ainda conhecidos, são já perceptíveis alguns dos seus impactos económicos, como no caso do sector energético, em que só a EdM regista perdas diárias de cerca 177,2 mil euros, o que pode traduzir, segundo a empresa, um valor até dez vezes superior para a economia.
O restabelecimento das ligações energéticas na região é, por isso, a prioridade da eléctrica, que espera concluir até sábado a construção de uma linha alternativa à destruída.
As autoridades procuram igualmente criar uma alternativa de tráfego à ponte de Mocuba, intransitável desde o dia 12, prometendo finalizar até sexta-feira a construção de um desvio rodoviário, através do rio Namilati.
Fonte: LUSA - 27.01.2015
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