Até ao fim-de-semana, Roque Samuel era o primeiro secretário do “Frelimistão de Gaza”, a única província do país que não consegue eleger deputados para os partidos da oposição. Agora, ele é o novo vice-ministro da Administração Estatal e Função Pública.
Foi em Gaza onde se registaram os piores incidentes da campanha eleitoral com espancamentos, destruição de propriedade e prisões entre os partidos da oposição, nomeadamente o MDM (Movimento Democrático de Moçambique). Em pelo menos dois incidentes, na Macia e junto ao Chibuto, hordas de militantes da Frelimo montaram barricadas para não deixar passar a caravana de Daviz Simango.
Só depois de o Sheik Abdul Carimo, o presidente da CNE (Comissão Nacional de Eleições) se ter avistado como uma delegação de topo da Frelimo, Roque Samuel aceitou timidamente condenar a violência na campanha eleitoral. Foi também em Gaza onde se registaram notórios casos de enchimento de urnas a favor da Frelimo, como em Massingir, Chicualacuala, Chigubo e Massangena. Nem a CNE, nem o Conselho Constitucional se pronunciaram sobre as anormais “taxas de votação” verificadas em vários distritos de Gaza. Quando a Procuradoria da República deveria estar a fazer o seu trabalho sobre os ilícitos criminais verificados nas elei- ções em Gaza, o primeiro secretário do partido beneficiário das irregularidades eleitorais recebe a promoção de passar a integrar o grupo restrito de governantes centrais da nação. Caso para dizer que o crime compensa. C.S.
Fonte: Savana - 23.01.2015
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