sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Obama diz que transferência de poder no Egipto ainda não está clara

Washington - O presidente americano, Barack Obama, alertou que o presidente egípcio, Hosni Moubarak, falhou ao apresentar uma mudança crível, concreta e irreversível e afirmou que o governo deve mostrar um
caminho claro em direcção à democracia.

Obama divulgou um comunicado duro após um dia de drama no Cairo, quando a esperança pela renúncia de Moubarak foi frustrada e substituída pela fúria, após o anúncio de que o presidente permaneceria no poder, apesar de ceder seus poderes ao vice-presidente Omar Suleiman.

"O povo egípcio foi informado de que ocorreu uma transição de autoridade, mas ainda não está claro se esta transição é imediata, significativa ou suficiente", disse Obama.

"Muitos egípcios ainda não se convenceram de que o governo é sério em relação a uma transição genuína em direcção à democracia, e é responsabilidade do governo falar claramente ao povo egípcio e ao mundo", acrescentou.
"O governo egípcio deve mostrar um caminho crível, concreto e inequívoco em direcção a uma democracia genuína", afirmou.
A recusa de Moubarak de acabar com seu "reinado" de 30 anos provocou a fúria de uma multidão reunida na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e provocou temores de que esta sexta-feira seja um dia de violência no Cairo.
Em seu comunicado, no qual não mencionou Moubarak pelo nome, Obama disse ao Egipto para "agir rapidamente para explicar as mudanças que foram feitas, e para explicar em uma linguagem clara e inequívoca o passo a passo do processo que conduzirá à democracia e a um governo representativo".
"Será essencial que os direitos universais do povo egípcio sejam respeitados", afirmou o presidente americano.
"Deve haver contenção de todas as partes. A violência deve ser abandonada. É imperativo que o governo não responda às aspirações de seu povo com repressão ou brutalidade. As vozes do povo egípcio devem ser ouvidas".

Obama também repetiu os pedidos dos EUA sobre o estado de emergência do país, que os críticos afirmam que facilita a repressão pelas forças de segurança do Egipto, e pediu que ele seja levantado.

E após a advertência feita mais cedo por Moubarak de que não irá se curvar a ingerências externas, Obama repetiu o mantra dos EUA de que o povo do Egipto deve decidir o seu futuro, e não os Estados Unidos.
Mas ele também sugeriu um roteiro para uma transição de poder.
"Acreditamos que negociações significativas com uma ampla oposição e com a sociedade civil egípcia devem abordar as questões chave do Egipto sobre seu futuro: proteger os direitos fundamentais de todos os cidadãos; revisar a Constituição e outras leis para demonstrar mudanças irreversíveis e o desenvolvimento conjunto de um roteiro claro para eleições que sejam livres e justas".

Fonte: Angolapress - 11.02.2011

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