segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Malawi: Polícia interdita marcha contra escassez de combustível

Blantyre - A polícia do Malawi impediu hoje (segunda-feira) a realização de uma marcha pacifica contra a escassez de combustível e interpelou vários organizadores da manifestação, anunciou um porta-voz.

"Nós estamos inquietos pela segurança dos cidadãos, mas os convidamos para discutir o assunto posteriormente", declarou à AFP esse porta-voz, Wille Mwaluka, após a intervenção da polícia, visando os preparativos da marcha prevista na capital Lilongwe.

Os manifestantes deviam marchar do centro da cidade Capital Hill, o bairro administrativo, a fim de entregar uma petição ao presidente, Bingu wa Mutharika para "encontrar as soluções duráveis" a crise do combustível.

"As manifestações não tinham nenhuma autorização. Segundo a lei, todo aquele que deseja organizar uma manifestação deve pedir autorização as autoridades", afirmou Mwaluka.

Segundo Mabvuto Bamusi, o coordenador da marcha que deveria reagrupar 91 associações de direitos cívicos, os manifestantes estavam no caminho de se organizar, quando mais de 200 polícias "nós atacaram".

Pelo menos 17 líderes do Comité Consultivo sobre os Direitos Humanos (HRCC), que representa os 91 ONG, foram interpelados e
detidos algumas horas, contou Bamusi.

"Nós não apelamos a demissão do presidente como no Egipto. Trata-se do combustível e não de política. Nós vimos que ele deve se dirigir a não e explicar como encontrar as soluções duráveis", acrescentou.

Uma manifestação foi igualmente interdita em Mzuzu, uma pequena cidade no norte do país.

O presidente Bingu wa Mutharika falou hoje (segunda-feira) a rádio do Estado e explicou que o país está encravado e depende de outros países para importar o seu combustível.

"Nós não controlamos o fluxo de bens quando entram nos portos. A escassez é devido o embaraço nos portos de Beira e Nacala (Moçambique)", declarou.

O governante disse a semana passada ter pedido uma linha de crédito de 50 milhões de dólares (37 milhões de dólares) para reaprivisionar essas reservas de combustíveis.

O Malawi, país pobre do sul de África, depende das exportações de tabaco e tem a necessidade de 300 a 400 milhões de dólares (220 a 300 milhões de euros) cada ano para importar o combustível.

Fonte: Angolapress - 14.02.2011

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que o "rugido popular" do Norte já chegou no Centro de África-Malawi.
A seguir será Harare, porque a situação também é caótica.
Falta de combustível generalizada-por culpa de Mugabe!

Fungulamasso