segunda-feira, janeiro 03, 2011

A Nação do Estado (3)

COMO AGEM AS PRESSÕES

Há dois tipos de pressão que agem sobre os nossos governantes. O primeiro é o que cada um de nós sofre no seu quotidiano, isto é a expectativa do seu meio mais imediato – família, amigos, etc. – que ele use a sua posição em benefício desse meio sob pena de ser considerado “kakata”, parvo ou associal. No caso dos governantes estas pressões são gigantescas porque as expectativas são enormes. E não só. Eles trabalham
com gente que sofre este tipo de pressões também. O seu quotidiano profissional está repleto destas armadilhas e um pequeno descuido em jeito de ajuda a alguém para conseguir emprego aqui ou acolá solta a avalanche dum meio institucional regulado mais pelos favores, compromissos, conluios, etc. do que pela lei. E quanto maior for o controlo do aparelho de estado por uma única força política, maiores serão as probabilidades de institucionalização destes mecanismos informais. Neste aspecto não somos excepção. Vivi perto de duas décadas num estado alemão (Baviera) controlado até há bem pouco tempo por um único partido. Apesar da maior independência das instituições jurídicas, o nepotismo e a incúria grassaram explendidamente. Muita coisa que se passa no nosso país é-me, em virtude desta experiência, extremamente familiar. No Estado da Baviera aprendi como é possível encenar a transparência. Em cada esquina do nosso aparelho estatal e do nosso sistema económico encontraremos sempre alguém que não ocupa a posição que ocupa por mérito profissional próprio, não tem a posição que tem no mercado por mérito económico próprio, etc. E isto cria uma teia terrível de favores que mais do que a ganância individual são a razão fundamental do desfasamento entre o ideal do serviço público regulado por lei e o desempenho profissional do dia a dia.

O segundo tipo de pressão é político. O pano de fundo sobre o qual ele evolui é a abertura política. Partidos políticos são, na essência, organismos bastante parasitários. E o pior é que eles vivem essencialmente do erário público e, quando não é assim, do jogo de influências. Isto coloca sérios problemas a todas as democracias. Nos EUA o problema é menos sério porque lá se legalizou a corrupção. Governa quem consegue arrecadar mais dinheiro das empresas e pessoas ricas. Noutros países, sobretudo nos países europeus, as limitações jurídicas impostas aos financiamentos de partidos por terceiros não conduzem, em princípio, a um maior respeito das regras de jogo. Antes pelo contrário, elas conduzem a verdadeiros malabarismos financeiros que envolvem – no caso do CDU da Alemanha de Helmut Kohl, só para citar um exemplo – a abertura de contas estrangeiras, fuga ao fisco e, inclusivamente, ligações perigosas com negócios sujos (venda de armas). Quem diz Alemanha, diz também França, onde um dos principais responsáveis pela política errática africana desse país é o financiamento de partidos políticos franceses por multinacionais francesas e, curiosamente, por autocratas africanos como Omar Bongo, Paul Biya e até mesmo José Eduardo dos Santos.

O nosso país não podia ser excepção. O acordo que firmou a paz em 1992 ofereceu o Estado de presente ao vencedor das primeiras eleições. Para além da legitimidade conferida pelos dinheiros do auxílio ao desenvolvimento o controlo do Estado significa, acima de tudo, a transformação dum partido em vector de influências. E como o jardim de Deus que nós chamamos terra tem todo o tipo de bichos as pessoas e empresas que querem comprar influências são também de toda a espécie. As piores espécies sentem-se naturalmente muito mais à vontade em ambientes intransparentes com a agravante de que são elas que movimentam os maiores montantes de dinheiro. Não estranha, portanto, esta ligação (infundada ou não) entre altas personalidades da nossa política e o narcotráfico. Só a ganância individual não explicaria a ligação. A necessidade de garantir o financiamento do partido – que na nossa concepção algo doentia de política implica também a eliminação dos outros partidos – constitui um dos principais motivos que tornam a nossa classe política – sobretudo o partido no poder – vulnerável à gente má e suja. Mas antes de içarmos o dedo em riste contra a cúpula devemos também perguntar porque os outros – as famosas bases – nunca procuraram saber donde vem o dinheiro que financia os seus congressos, as suas campanhas e tudo o mais. Nenhum militante do partido no poder pode franzir o sobrolho hoje com o tipo de revelações que andam por aí, pois nenhum deles jamais levantou a voz. E se o fez, ninguém ouviu. Mesmo depois de se saber que alguns dos seus membros – como é o caso do proprietário do MBS – estão sob suspeita de envolvimento no narcotráfico nenhum membro activo do partido no poder viu a necessidade de distanciamento em relação a esse indivíduo até pelo menos o esclarecimento dessas suspeitas. Alguém já o convidou a depôr o seu cartão de membro enquanto limpa o seu nome? Mas algo assim seria tão importante para limpar a imagem do partido.

Continua...

Fonte: Jornal Notícias - 23.12.2010

119 comentários:

Abdul Karim disse...

Tenho que me confessar:

Eu pessoalmente nao conheco o Macamo, e de facto estive mal impressionado com os artigos anteriores que li dele, provavelmente porque nao tinha entendido claramente o posicionamento dele,

Alias, pensei ate que ele fosse alguem que tivesse a funcao primaria, de defesa a todo o custo, de accoes e atitudes de todos os membros do partido no poder,

Depois de ler esses 3 artigos dele, confesso, pensei errado a respeito dele,

Nesses artigos, ele nao so clarifica o seu posicionamento, mas tambem da uma ideia clara sobre o que podera ser considerado "patriotismo intelectual mocambicano", pois de certa forma ele poe a Mocambicanidade dele acima das accoes e atitudes de alguns membros do partido no poder,

Um novo principio e nova forma de ser e estar dos "patriotas intelectuais mocambicanos" ?

Provavelmente SIM, eu espero mesmo que SIM, o 2011 promete sem duvida.

Reflectindo disse...

Karim

Eu tenho um princípio que é de ler os textos e discutir os conteúdos ou reflectir sobre eles. Procuro encontrar partes que concordo e descordo com o autor.

Para mim, há muito em que concordo com Elísio Macamo, mas também há o que não concordo ele e tudo isso acho ser natural e necessário.

Não é apenas Karim que pensa que todas as ideias de Macamo são para defender a Frelimo e Frelimistas, mas há muitos e no pior são Frelimistas que pensam que Macamo os defenderá ou sempre concordará com eles. Isso deves ter notado, não é?

Abraco

Abdul Karim disse...

Notei de facto,

Mas por isso mesmo que considero que podera ser um novo principio e nova forma de ser e estar dos "patriotas intelectuais mocambicanos",

Alias vejo com muitos bons olhos, um certo "moderar" de alguns "intelectuais mocambicanos" em relacao a "idolatria, ou culto de personalidade", e isso significa um descernimento extremamente importante nessa fase dificil do pais, do ponto de vista de valores e moral,

Nao significa de forma alguma que devem deixar de defender o seu partido, mas tambem nao devem nunca "incentivar atravez da defesa", acooes e atitudes dos membros do seu partido, quando anti-eticas ou que lesam fortemente o proprio pais,

E essa atitude que Macamo nos revela nesses artigos,

Mas vamos ver, as coisas prometem, e promessa nem sempre se cumpre, embora quase sempre reprenta uma esperanca, e neste caso, representa ate uma lufada de ar fresco e agradavel.

Reflectindo disse...

Karim,

É entre o ideal e o real. Na verdade é difícil que uma pessoa seja totalmente imparcial, mas há pessoas que exageram a sua parcialidade, não ajudando assim os seus partidos.
Para alguns Mocambique é a partir dos partidos que pertencem.

Reflectindo disse...

É que se todos nós usássemos o nosso saber para o progresso da democracia em Mocambique e mesmo dentro dos partidos em que pertencemos ou nos simpatizamos seriamos mais úteis à nação, pois até contribuiríamos a evitar a eventual crise política.
Por exemplo, quantos juristas ligados aos partidos alertam os seus líderes a eventual transgressão às leis vigentes inclusive à Constituição da República? Porém anda por aí cada coisa que nem é preciso ser jurista para concluir que o partido no poder está a pisar as leis que aprova com a ditadura do voto. E eu pergunto aos juristas frelimistas se esperam a Frelimo na oposição para criticarem este tipo de violação? É que se eles toleram coisas iguais estão criando condicão que os juristas apoiantes dum outro partido que eventualmente venha gorvernar se sintam obrigados a fecharem os olhos perante às transgressões às leis.

Um outro ponto, é reflectirmos de como se produzem cidadãos críticos. Ou seja como se libertam as alma dos cidadãos para serem críticos? Lembro-me que há algum tempo dei uma sugestão no Desenvolver Mocambique, mas não me lembro se tive apoio. Aliás, o mestre dessa sugestão é Heyden.

Abdul Karim disse...

"...há pessoas que exageram a sua parcialidade, não ajudando assim os seus partidos."

Concordo,

E ai prejudicam nao so ao proprio partido mas a sua propria pessoa tambem,

outro problema 'e BEM apontado pelo Macamo, a "nossa" forma de fazer politica tende a eliminacao dos partidos da oposicao, que infelizmente resulta numa descida consideravel de qualidade de governacao por enixistencia de exigencia para uma performance crescente em funcao do tempo de permanencia no poder,

Olha que um erro gravissimo foi a exclusao do MDM e o "forcing" para maioria absoluta ( na minha opiniao completamente desnecessario ), que acabou enfraquecendo a oposicao e ao mesmo tempo "inocentando" a oposicao das suas responsabelidades e responsabelizando o partido no poder na totalidade do que o pais 'e na actualidade.

V. Dias disse...

Visto, passa,

Zicomo

Anónimo disse...

Há muita gente que pensa a partir de cartilhas partidárias. Para esses (existem no MDM, na FRELIMO e na Renamo) qualquer pronunciamento público á analizado tendo por base a sua conformidade com a respectiva cartilha partidária. Se não se conforma, declara-se sem rodeio a opinião e o opinador como nocivos, como inimigos.
Elísio Macamo, Nuno Castel Branco, Patrício Langa, Brazão Mazula, José Paulino Castiano e o Filósofo Ngoenha são, para mim, intelectuais comprometidos com a objectividade científica. Concordando mais com alguns deles, não deixo de respeitar o labor intelectual dos outros com que não concordo. A ideologia não é a base de todas as coisas. Há mais, para além disso.
Aliás, é por isso que gosto de discutir com Reflectindo. Discordo de 90% do que diz (neste caso, mesmo do ponto de vista ideológico) mas, nessa discorância, consigo ver com ele também ama Moçambique.
O amor a Moçambique não se mede por as pessoas concordarem comigo.

Viriato tembe

Abdul Karim disse...

Gostei do Viriato Tembe,

Anda inspirado, deve ser do fim do ano e prespectivas do 2011.

Gostei mesmo, Tembe,

Emerge um Novo Mocambique, mais bonito, com uma classe intelectual a fazer-se ver,

Bonito mesmo.

Reflectindo disse...

Amigo Viriato Tembe,

Ainda bem que concordas comigo, aliás, já eu sabia que concordarias comigo, porque te dispões ao debate comigo apesar de saberes que não somos simpatizantes do mesmo partido. Quanto à ideologia, tenho dúvidas, pois que se o teu alinhamento partidário tivesse bases ideológicas duvido que continuarias lá com Marcelino dos Santos. Lol!

Agora, quanto aos intelectuais comprometidos com objectividade científica, eu diria que isso tem me preocupado bastante. Entretanto, tenho (mal ou não) me apercebido que muitos são movidos pela ideologia, o que não é difícil compreender. Eu reconheco-me nisso a partir de como eu estava convencido de que era socialismo. Até rio quando me lembro do que Zeferino Martins, o nosso ministro de educacão, havia dito numa revista sobre a a União Soviética, penso que foi entre 1986-88.
Para outros, é por razões do estômago. Conheco excelentes académicos que já comprometeram as suas carreiras porque se sentem pressionados.
Meu amigo, V. Tembe, o combate à partidarização do sector público visa libertar os nossos intelectos, os intelectuais ou académicos da nossa pátria. Não é nenhum combate à Frelimo como alguns pensam. Se reparares, a partidarição do sector público, o maior sector empregador em Moçambique, beneficia também aos líderes dos partidos da oposição. E será que os líderes oposicionais usam os académicos de diferente forma à Frelimo? A resposta é não. A situação de David Aloni, Domingos Pilali, Jafar Gulamo, Benjamim Pequenino (tenho mais exemplos) revela-nos de como as lideranças oposicionistas se beneficiam da partidarização do sector público.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, se não é ideologia o que nos separa, o que é então. veja que ideologia não se confina a um ser Comunista e outro ser Anti-Comunista. A renamo uma vez, na voz do seu líder, se definiu como um partido Democrata-Cristão (embora eu tenha considerado ingenuidade política um líder Partidário declarar-se cristão-democrata num país de maioria muçulmana). Ora, essa definição de Dlhakama transforma a Renamo num partido de Direita.

O MDM vem da Renamo. Pelo menos a maioria dos seus líderes. Seria, pois, estranho que esse novo Partido se viesse declarar da Esquerda. Portanto, considero Reflectindo militante da Direita.

Eu sou da FRELIMO. A FRELIMO é um Partido que professa a filosofia da Esquerda. Mesmo que as condições sócio-económicas de hoje não permitam aplicar uma prática de esquerda (na verdade, não há nada a distribuir segundo os fundamentos da esquerda. Temos que criar a riqueza para ser distribuída como se fazia nos países nórdicos).

Por eu ser da Esquerda e Reflectindo ser da Direita, estamos em polos ideológicos diferentes.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Tembe, Mano, Por favor,

nao fala de esquerda e direita pah,

Fico muito complicado, 'e direita de Refletindo, ou tua direita ?

E eu que estou no meio, ando nas retundas, as voltas ja ha muito tempo, vou fazer como ?

Ja falei com Selecionador, nos vamos formar um partido de retunda, que joga no grande circulo do meio campo, no miolo do terreno, flecte pra esquerda quando aptece e pra direita quando aptece tambem,

Ai nao problemas de filosofia nao aplicavel de esquerda, ou de direita, joga no centro e bola pra frente.

Reflectindo disse...

Caro Tembe

Primeiro vamos escrever bem a sigla Frelimo e não FRELIMO. As duas comecemos bem em se diferenciam.

Depois, sei que a Frelimo já foi isso da esquerda. Hoje é ela da esquerda? A maioria dos seus assumem a ideologia esquerdista? Será que se assume esquerdista quando há bens em abundância para distribuir?


O MDM é de Centro-Direita, e penso que é fácil falar do tipo de política por exemplo economia do mercado, mas que nunca se deve confundir com feudalismo ou capitalismo selvagem.

Se for Marcelino dos Santos a falar de diferenças ideológicas com ele não discuto. Mas Armando Guebuza pode dizer que é da esquerda? Não seria uma ideologia forcada?

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

Eu tenho uma proposta pra ti, voce um tipo porreiro, nao tem maldade e ate 'e nacionalista,

Eu vou falar com Selecionador, pra voce estar na lista dos talentos em observacao das Rolas,

'E Seleccao nacional de Mocambique, estao representados todos os prestigiados e respeitosos do pais, independentemente de esquerda, centro ou direita,

'E uma Seleccao de Honra, todos os Honraveis dos 3 partidos politicos estao la, os que nao tem partido mas sao Honraveis tambem estao la, os que verdadeiramente querem o melhor do pais, e que de forma Digna contribuem para o melhor do nosso pais, estao la.

Queres que falo com o Selecionador ? hain ? ele 'e teu xara, e muito Boa Pessoa tambem, ele pode aceitar observar-te, e na minima folga, zas, agente seleciona-te e o Adjunto tambem pode ajudar,

Queres ?

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe

Desculpe-me em ter visto só agora o teu último comentário na postagem: Toma posse o primeiro deputado negro da Polónia.

O caso Philiph Gagneaux diz respeito ao discurso racista que alguns políticos ou aspirantes a políticos recorreram e recorrem. Um discurso semelhante é o tribalista.

Eu escrevi que o Povo Mocambicano não faz discurso racista.

Agora diga-me lá meu amigo se negas que há muitos desses que usam discursos racistas e tribalistas. Negas esse facto? Negas que muitos desses pululam mesmo aqui no Reflectindo?

Eu não tenho receios em dizer que se um não negro criticar a Frelimo ou não for membro da Frelimo alguns compatriotas aqui recordam-se logo da cor da pele desse moçambicano. É isso que acontece. É um facto.

O discurso racista está em crescimento em Mocambique ao contrário daquilo que acontecia nos primeiros anos da independência. É esse facto que tu, eu e outros devemos estudar. Quem são os fomentadores e porquê se fomenta?

A Polónia não está a dar exemplo ao mundo e muito menos a Mocambique, mas serve para entender que o mundo está a caminhar para uma sociedade multiracial e multicultural, isto porque se verifica em países onde isso nunca se aconteceu. Em Mocambique nem jornalista escreverá sobre coisa igual por é algo normal e frequente. Eu até questiono a situacão de países como Portugal e Grã-Bretanha que pela história deviam ser um exemplo na Europa. Há muito ainda por se fazer em todo o lado.

Anónimo disse...

Amigo Reflectindo, a Esquerda que eu professo'não é a da Luta de Classes. Não é a da Ditadura do Proletariado. É a Esquerda da Justiça Social.

Justiça Social tem a ver com a forma como se distribuem os rendimentos da sociedade. Essa distribuição, como deves imaginar, não se faz na rua. É feita através de políticas fiscais, taxando mais aos ricos, para redistribuir pelos pobres (na forma de obras públicas que criam mais emprego, na forma de mais escolas técnicas, na forma de mais hospitais...).

Moçambique ainda está a formar a sua classe de ricos. Os pequenos empresários moçambicanos, ao invés de serem sobrecarregados com impostos pesados, carecem de medidas ao contrário. Deviámos dar-lhes incentivos fiscais.

É por isso que digo que não alcançamos a fase de redistribuir. Quando a classe empresarial se consolidar vamos implementar as políticas dde Esquerda, nossa filosofia política.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Amigo Karin, compreendo a sua situação. Já se deixou seduzir pela FRELIMO, com a sua filosofia de Esquerda. Agora deixou-se seduzir pelo MDM que, segundo Reflectindo, é um Partido do Centro-Direita. Mas penso que acabará se adaptando na Direita.

Quanto ao seu convite para a equipa há dois problemas. O primeiro é que o meu xará não há-de gostar. Disse várias vezes que eu envergonho o nosso nome comum. Ele acha que o meu nível intelectual devia ser mais alto, para ser igual ao dele. Questão de opinião, como o Amigo Karin concordará. O segundo motivo, mais sério ainda, é que eu nunca fico de observação. Entro directamente no onze inicial. Só para exemplo, deixa-me dizer-te que, para ser membro da FRELIMO, fui convidado às 10 horas, e às 13.30 já tinha cartão. Para uma simples equipa de futebol havia de querer entrar directamente.

Mas... Amigos Sempre!

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Amigo Reflectindo, ainda bem que concorda comigo que, em termos de integração, Moçambique não toma lições de ninguém, muito menos da Polónia.

O caso de Gagneaux eu acompanhei bem porque, embora alternando com a Beira, considero-me munícipe de Maputo. E nessa altura eu estava permanentemente em Maputo.

Gagneaux não perdeu eleiçãoe por ser branco. Perdeu porque o seu minúsculo Partido defrontou um colosso que é a FRELIMO, precisamento num dos locais onde a FRELIMO é mais popular. Nenhum militante da FRELIMO se referiu à raça deste concorrente durante a campanha. Desafio qualquer de vocês a dizer qual dos membros da FRELIMO fez uma campanha com base na raça!

Segundo, tem havido um equívoco de se dizer que alguém da FRELIMO chamou Albino a Gagneaux. Isso é mentira. O facto é que Gagneaux fala perfeitamente Changana. Durante a campanha, ele interagiu com meninos de rua e limpadores de carros na baixa da cidade, dirigindo-se-lhes num Xangana sem sotaque de branco. Os meninos de rua e os limpadores de carro, espantados, esclamaram que aquele não era branco nenhum! Que era um Albino. O seu Xangana não era de branco!

O próprio Gagneaux, com a ajuda de Carlos Cardoso no seu Jornal, propagandeou este facto. Não zangado por lhe chamarem Albino, mas orgulhoso de estar a ser aceite como um igual por aqueles humildes meninos. Quem tiver dúvida que pergunte ao próprio Gagneaux porque, felizmente, continua vivo e saudável.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

As vezes a vida'e tristeza, 'e dor, 'e solidao e perdicao.
Mas tambem 'e amor, 'e paixao, 'e loucura e seducao,

Que interesse teria a vida se nao acreditamos em ninguem, mesmo sabendo que podemos sair "machucados", nem por isso deixamos a amar, ne ?

Linha Inicial, Mano, esta fora de questao, esta house full, so tem vaga pra Educacao e Saude, e o Mano Tembe nao 'e Medico nem Professor,

Esquerda de Justica Social com um pouco de direita de fe religiosa, 'e o que eu gosto. religiao e fe 'e direita, ne ?

Quando quizeres entrar na Seleccao nao te preocupes, 'e so dizer, eu vou selecionador pra voce ser observado, ele vai-me ouvir.

Abdul Karim disse...

ja agora que fizemos uma "viagem" ao facto de eu ter sido seduzido pela frelimo,

Numa coisa tens muita razao, a uma determinada altura a esquerda da frelimo era "sedutora" mesmo, ao ponto dela ter "seduzido" a maioria dos Mocambicanos, 'e tambem verdade que a democracia 'e importante, assim como a economia de mercado,

O problema talvez seja a frelimo ter perdido o "carisma" do Machel, nao ter entendido os"principios" da democracia e ter confundido os "fundamentos" da economia de mercado,

Acima de tudo perdeu a "alma" que lhe identificava como partido do Povo, perdeu o "charme" revolucionario, perdeu o "senso" de justica, e perdeu "estima" dos seus e acaba assim tal qual 'e hoje, tao contestada pelo seu proprio Povo, que nem se parece a mesma.

Amigos Sempre.

Anónimo disse...

Amigo Reflectindo, pode ser que, em certod casos, alguns bloguistas façam discursos racistas. Não posso negar isso. Mas atenção: Racismo não é dizer que José é branco, que Mutisse é negro! Isso não é racismo.

Já agora, Reflectindo concorda ou não que, aqui em Moçambique, quando um negro funda uma empresa que prospera lança-se sobre ele um conjunto de suspeitas de ser ladrão, de ser corrupto, de estar ligado ao poder (que é uma forma de dizer que teve vantagens indevidas). No entanto, não vemos as mesmas suspeitas quando é um branco que enriquece e ganha todos os concursos da sua área. E é preciso dizer que até 1986, negros e brancos só tínhamos a roupa do corpo! Tudo o que usávamos era do Estado! Porque quando alguns enriquecem é de direito e quando os outros o fazem têm de ser estigmatizados?

Reflectindo concorda ou não com estes factos?

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

Deculpa porque isso nao acontece so com negros,

Quando um amarelo prospera um pouco tambem 'e visto como contrabandista e terrorista,

Aqui ha a questao dos "role models", 'e que "nos" criamos os "role models" invertidos para nos mesmos,

Quando alguem 'e honesto, nos chamamos de "burro" e basta ter um carro de luxo, "nos" chamamos de inteligente e transformamos esse "inteligente" em "role model" e assim influenciamos a conduta e postura dos jovens, que ja nao querem mais saber de valores, e procuram a todo custo seguir as pegadas do "inteligente de carro de luxo".

Isso 'e problema que criamos para nos mesmos, e a uma determinada altura, os desonestos de verdade" aproveitaram essa situacao e exploraram-na em seu beneficio,

O exemplo disso 'e "empresarios de sucesso" todos coloridos sem discriminacao racial, mas pouquissimos capazes de bordar e justificar a seu sucesso, sem recorrer a "fintas discursivas e ao abstrato",

No entanto esses "empresarios de sucesso" sao publicitados como "gurus", "role models" ou nao ?

Ja chegou ao ponto em que ser "empresario de sucesso" em Mocambique 'e pejorativo, pois ate a terminologia "empresario de sucesso" deixou de ter o seu significado intrinsico, para ser auto-proclamacao de "bolada ou cabecada", no entanto vemos gente em poltronas a dizer de peito aberto que 'e "emprsario de sucesso", e temos muitos e de todas cores e feitios.

E os honestos estao ai, a asistir a assistir o filme, com resultado triste para o pais, porque agora o mundo comeca a ver os "nossos empresarios de sucesso".

Mas voce parece honesto, por isso esta aqui a debater conosco, se voce fosse "empresario de sucesso" estaria ai tambem na poltrona a dar-nos discursos e toda media nacional a beijar-te os pes, porque voce 'e um "inteligente" e "role model".

Abdul Karim disse...

Agora Mano Tembe,

Tenho uma questao que pode valer, como soi dizer, US $ 1.000.000.00, valor que o Mano Mutisse desja ganhar em 2011.

Como podes substituir os "role models negativos", pelos "role models positivos", se todos os "role models positivos" sao mais humildes e orientados pelos valores, e quando todos "role Models negativos" estao cheios de bens materias, num estado social economico Mocambicano, onde a pobreza 'e predominante e a juventude deseja mais bens materiais que valores morais, ate pela condicao social da mesma juventude ?

Reflectindo disse...

Caro V. Tembe

Nota que em nenhum lado escrevi que Philipe Gagnaux teria vencido as eleições se não fosse o discurso racista. E ainda porque nessa altura a minha possibilidade de acompanhar tudo ou o muito era escassa não posso dizer de como foi o discurso na campanha eleitoral em Maputo em 1998. Do meu conhecimento, o discurso em redor Gagnaux mais explodiu em Agosto de 2009 apenas por ele ter dado a sua opinião em relação ao processo da independência. E, a partir daí, notei que indivíduos como “Neves” têm referido Gagnaux aqui no Reflectindo duma maneira racista.
E não apenas a ele, mas tu sabes que o mestre de discursos racistas, Sérgio Paúnde, aliás Nuno Amorim, já claramente proferiu isso ao José, e a muitos que ele identifica não usarem o cartão da Frelimo. Também muitos de forma indirecta usam discursos racistas. Como antes expliquei, no imensis, o discurso racista foi usado de forma directa.
Dizer que o fulano é branco ou negro PODE NÃO ser um discurso racista, mas isso depende de como se usa. Se usas negro, branco ou amarelo para falares das relações entre estes é muitas vezes um discurso racista, pois muitas vezes parte de conceitos simplesmente racistas – superior ou inferior, oprimido ou opressor, explorado ou explorador, etc, etc. E quando é escrito desta maneira não é difícil de entender nem que seja numa frase curta. Um exemplo é um curto comentário deixado por “NEVES” numa das postagens aqui no Reflectindo a 19 de Setembro e cito: “O Economista Inroga deu aulas de socio-economia ao Joao Mosca.” Aqui o que o autor queria dizer? Porquê Inroga não podia dar aulas a João Mosca?
Isto tudo para não falar sobre o discurso inflamatório contra o MDM durante todo o ano passado. O Nuno Amorim, em particular, passou todo o ano 2009 a ver a cor da pele dos membros do MDM e racializar todas as viagens Daviz Simango à Europa.

Afirmas que quando um negro funda uma empresa que prospera lança-se sobre ele um conjunto de suspeitas de ser ladrão, de ser corrupto, de estar ligado ao poder (que é uma forma de dizer que teve vantagens indevidas). Será que tens algum exemplo concreto que possa ser de estudo? Pessoalmente não tenho prova de as suspeitas dizerem respeito apenas aos negros. Mas eu, sou dos que muito suspeitam, porque estranhamente as empresas que “prosperam” são ligadas à pessoas (sejam elas negras, brancas ou amarelas) ao poder. O exemplo concreto é MBS alegadamente ligado ao tráfico de drogas. Por outro lado, sabemos de como a acumulação começou que foi Matando a galinha dos ovos de ouro. Depois o que assistimos, o privilégio de se estar no poder e oportunar-se às comissões, falta de transparência nos concursos, etc., etc., tudo sim que sejam vantagens indevidas. Por exemplo.
Sou de opinião que é bom que suspeitamos e reclamamos à transparência. É a cidadania.

Reflectindo disse...

Karim

Ainda que estás acordado para este assunto empresarial.
Se alguém ler com atencão o texto do Macamo entenderá que as suspeitas aos "empresários de sucesso" que se sentam nas poltronas a abanarem e auto-intitulando-se têm razão de ser. Atendamos que Mocambique não EUA nem tem no papel a prática da democracia americana, mas próxima da europeia.

Reflectindo disse...

V. Tembe

Quanto à ideologia ainda temos muito a discutir, mas parece-me que és aquilo que eu disse antes. Não estás nada à esquerda, pois toda a definição que fazes é da actual ideologia centro-direita. Veja que nos meus escritos defendo a justiça social; veja que Daviz Simango defende como Presidente do MDM e pratica a justiça social como Presidente do Município da Beira.

Maquiti disse...

Reflectindo meu caro!!

Nuno Amorim é Sergio Paunde??

Este mufana lá da Beira (Esturro, Ponta Gea), Buzi, Susundenga e agora Nampula?

Se fôr verdade nao perecebo o porqué desta mascara!

Enfim,

Abraços

M

Abdul Karim disse...

To acordado Adjunto, mas concordo muito com o Tembe quando diz :

"Justiça Social tem a ver com a forma como se distribuem os rendimentos da sociedade. Essa distribuição, como deves imaginar, não se faz na rua. É feita através de políticas fiscais, taxando mais aos ricos, para redistribuir pelos pobres (na forma de obras públicas que criam mais emprego, na forma de mais escolas técnicas, na forma de mais hospitais...)."


E concordo tambem com ele quado diz:

"Moçambique ainda está a formar a sua classe de ricos. Os pequenos empresários moçambicanos, ao invés de serem sobrecarregados com impostos pesados, carecem de medidas ao contrário. Deviámos dar-lhes incentivos fiscais."

Ate porque o mercado esta completamente distorcido, e ja nem pode ser chamado de economia de mercado, porque foram criados monopolios e oligopolios, com "vantagens competitivas" concedidas aos "empresarios de sucesso", ao invez daquilo que o Tembe acredita e gostaria de ver.

Reflectindo disse...

Maquiti

Nuno Amorim é sim 100 % Sérgio Paúnde, filho do Secretário-Geral da Frelimo.

O resto que ele mesmo justifique.

JOSÉ disse...

Quem afirmar que Mutisse é preto e José é branco, em princípio não está a ser racista, o problema é quando se usa essa diferença para excluir ou diminuir, afinal uma forma subtil de se afirmar que um argumento é inválido devido à raça do debatedor. Por outras palavras, alguns espertalhões pensam que as pessoas são menos moçambicanas ou menos coerentes consoante a raça ou/e simpatia política.
No caso concreto do Gagnaux, ele foi crucificado por ter feito certas declarações, afirmações essas que se fossem proferidas por negros não levantariam qualquer celeuma. Curiosamente, mais ou menos nessa época, um conhecido académico negro disse sensivelmente o mesmo e ninguém questionou. No caso do Gagnaux, os espertalhões com complexosr racistas imediatamente questionaram a sua moçambicanidade, lembrando que os seus antepassados eram estrangeiros.Infelizmente, o caso de Gagnaux não é único!
No tempo colonial os brancos nascidos em Angola ou Moçambique eram considerados "portugueses de segunda classe". Hoje, em Moçambique, alguns confusos ainda acreditam que alguns são mais moçambicanos do que outros!
Sinceramnete não sei se os empresários negros são vistos com suspeita, mas apercebo-me que em Moçambique há racismo encapotado.
Eu continuo a sonhar que Moçambique possa ser um País onde todos tenham os mesmos direitos e deveres, independetemente da raça, simpatia política, etc.!

Anónimo disse...

Caros amigos Reflectindo e Karin, não abandonei o debate. Estou numa correria. Hei-de voltar a entrar, principalmente agora que Reflectindo puxou o post um pouco mais para cima.

Onde anda o meu chará? Alguém sabe?

Não comento agora porque preciso de pensar e sistematizar as questões que me puseram.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Karim,

"...Essa distribuição, como deves imaginar, não se faz na rua. É feita através de políticas fiscais, taxando mais aos ricos, para redistribuir pelos pobres (na forma de obras públicas que criam mais emprego, na forma de mais escolas técnicas, na forma de mais hospitais...)"

Aqui é onde há contradição entre o discurso e a prática de muitos frelimistas. Os monopolistas e oligopolistas são os que não pagam impostos e são protegidos pelo governo da Frelimo, bancada maioritária da Frelimo, membros simples da Frelimo. A mercadoria dos empresários de sucesso passa pelas alfândegas sem se pagar os direitos alfandegários e nenhum membro dos partidaristas da esquerda se questiona. Mas sabemos que os pequenos empresários são os subcarregados com impostos pesados. Aliás este assunto tem sido retratado pelo economista João Mosca.

Sou de opinião que as ideologias deviam constar nos livros escolares, o mesmo devia ser quanto ao que cada partido defende. Dessa maneira os moçambicanos seriam mais conscientes na altura da sua filiação partidária ou no momento de votação.

Abdul Karim disse...

Adjunto,

E achas eu nao sei que existe um grande fosso entre o discurso e a realidade ?

Eu passei por todo o sistema, ouvi discursos, bati portas todas, possiveis e imagnarias, as PME's nao tem chance nem opurtunidades, e ja disse isso varias vezes,

Mas eles continuam com discursos, entao 'e deixa-los,

O BOM, 'e que ate Tembe, que o Selecionador diz que 'e frelimista nato, consegue ja ver o que esta errado, mas se calhar ele tem vontade de mudar as coisas, so que nao tem poder para tal,

Tudo bem que ele diz que em 30 minutos tem cartao de membro, mas o cartao de membro nao fez com que ele deixasse de ver o que esta errado a nivel economico com enfase a PME's, isso ja 'e positivo, ao menos nao esta cego.

Um pais nao 'e feito de discursos, e pior agora, que discursos estao sendo constatados no inverso, piora a credibelidade.

Reflectindo disse...

José,

No geral o racismo que se manifesta no debate na blogsfera mocambicana não é diferente ao que se manifesta noutros países por pessoas que procuram o poder à toda custa. A diferença é o poder de informação e a possibilidade de confrontar com tal discurso.

O que julgo ser particular em Mocambique e muitos não querem debater é o facto de muitos compatriotas continuarem com a mentalidade colonial/imperialista onde qualquer pessoa com a cor da pele mais clara é vista como superior que a de mais escura. É uma coisa facilmente verificável basta que tu vás comigo ao um bar ou restaurante, a uma instância turística, a uma instituicão pública. Isto é também na questão de emprego. Mia Couto tem denunciado isto. O mesmo fez o juíz João Carlos Andrade Ser branco dá vantagens
. Falo destes por serem conhecidos, pois que são muitos brancos, sobretudo aqueles que vêm de países onde há política de igualdade que se questionam por esta atitude nossa. São muitos que me questionaram.
Mas paradoxo que pareça, os que na blogsfera espalham discursos racistas são os mesmos que se recusam à criação de uma lei contra a discriminação.

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe, cá estaremos e eu puxarei o tema para frente enquanto for actual.

Karim, não se pode deixar que alguém fique apenas no discurso. Isso seria conformismo e não é bom para o país.
É verdade é uma, muitos políticos de todos os partidos aproveitam-se por um lado da nossa ignorância e por outro do nosso conformismo. O outro problema grave é que para alguns e são muitos, a adesão a um partido em Mocambique nada tem a ver com os princípios e muito menos a ideologia desse partido. E, por falta disso os membros não exigem nada às liderancas e senão limitarem-se ao culto de personalidade.

Anónimo disse...

Amigo Karin, tens razão. A sedução, a confiança, o amor, a amizade, a crença, a repulsa, a desconfiança, o ódio, a discrença fazem parte da vida. Mas nem por isso devemos perder a vontade de acreditar. Acho bom que continues à procura de um ideal.

Tens razão quando dizes que não são só os negros que são estigmatizados e ridicularizados quando prosperam. Acontece os mesmo com os moçambicanos de origem asiática. Só não concordo contigo quando sugeres que a culpa é dos negros e dos asiáticos. Com esta sugestão parece estares a sugerir que ninguém estigmatiza a riqueza dos brancos porque eles são mais hinestos que os outros. Há corruptos brancos em Moçambique. Há traficantes de droga brancos em Moçambique. Há brancos encostados ao poder e que fizeram a sua fortuna por esse encosto. A diferença é que os escándalos de uns são silenciados enquanto que os de outros são propagandeados e, até, inventados. Não há raças mais honestas que outras.

É racismo, e do mais grosseiro, vender a imagem de que os negros e os moçambicanos de origem asiática só enriquecem por desonestidade.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Amigos Karin e Reflectindo, a imagem que temos de que a Américca é um país de oportunidades foi construída pelos intelectuais americanos. Foram ao ponto de romancear o genocídio dos índios e apresenta-lo como um puro acto de heroismo. A marcha para o extremo oeste, que foi uma das bases da acumulação de capital nos USA, dspersou e dizimou os índios, transformando-os numa raça marginal na América. Essa marcha foi um somatório de massacres, traições, roubo e corrupção.

Vejam, no entanto, como a inttelectualidade americana vendeu-nos em filmes e livros de cowboyadas aqueles lamentáveis eventos. Como actos de puro heroismo.

Ninguém foi estigmatizado na América por ter enriquecido com base naqueles factos. Aqueles homens são nos mostrados como representando a América das oportuniddades para todos.

Esta é a grande diferença. O que na América é glorificado, aqui é satanizado (Não estou a dizer que deveriam ocorrer genocídios em Moçambique. Estou a mostrar como dois povos são diferentes).

Os nossos jornais são incapazes de contar uma história de sucesso individual de um moçambicano. Essas histórias não abundam na nossa imprensa. Até parece que neste país ninguém empreende com honestiddade.Este facto fala alto da nossa inveja e da nossa inconformidade com o sucesso dos outros

Francamente, fico desolado quando a intriga, a maledicência, a delacção e o oportunismo são nos apresentados como os valores mais elevados do humanismo.

Eu gosto de ver moçambicanos a enriquecer (negros, "asiáticos" e brancos). Cada um de nós (Reflectindo, Karim e Viriato Tembe) devia ser capaz de apresentar no mínimo 10 casos de histórias de sucesso económico que aplaudiu PUBLICAMENTE. Histórias de brancos, negros e "asiáticos"

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Tembe,

Nao foi intencao minha, sugerir que nao ha brancos "desonestos",ate porque acho que desonestidade nao depende da cor, depende do caracter.

Mas por uma questao coerencia, principalmente quando temos as 3 cores representadas aqui neste blog e debate, dei a opurtunidade do Jose por exemplo falar dos brancos, enquanto eu tento-me limitar nos amarelos,

E como o debate ia pra negros e brancos, eu falei como amarelo, e em parte pelos amarelos por eu ser amarelo, tambem nao fica bem eu ficar a dizer que negros e brancos sao isso e aquilo quando eu sou amarelo,

Foi um pouco por ai que joguei, tu entraste com negros, eu com amarelos, deixei os brancos se prenunciarem,

Espero que entendas o meu posicionamento, fico um bcado constangido em fazer acusacoes ou insunuacoes em funcao de racas e apenas falei tambem em relacao aos amarelos porquefui varias vezes mal tratado e confundido com alguns amarelos de caracter duvidoso.

Anónimo disse...

Amigo Reflectindo, na Europa quais são os Partidos mais conotados com medidas de grande alcance social (mais gastos na educação, saúde e na segurança social)? São os Partidos da Direita? O amigo Reflectindo sabe perfeitamente que não.

A grande desilução da esquerda europeia com a FRELIMO e outros Partidos da Esquerda em África releva da sua ingenuidade, subjectivismo e utopia. Eles queriam que o que acontece na Europa acontecesse aqui, de modo semelhante.

Essa Esquerda europeia não tomo em conta que, em África, o Estado é o maior empregador. Não toma em conta que, em alguns casos, o número total de empresas de um país africano é inferior ao número de empresas de um bairro europeu. Não toma em conta que o número de empresários nacionais é bastante pequeno. Não toma em conta que a produtividade das empresas é baixíssima. Não toma em conta que, devido à ausência de escala, os custos unitários são bastante elevados. No geral, não toma em conta que aqui se produz pouca riqueza.

Uma parte da Esquerda europeia desconhece que, numa fase da sua história, eles também tiveram grandes desigualdades sociais. Que elas são inerentes aos primeiros passos de um sistema capitalista.

Ora, caros amigos, como é que sociedades que produzem pouco, com ineficiência, podem distribuir equitativamente riqueza (que não existe).

Nós tentamos fazer isso em 1975. O resultado foram as bichas, pois o que havia para distribuir equitativamente não chegava para todos.

A FRELIMO é, sim, um Partido de Esquerda. Só que tornou-se uma Esquerda mais pragmática do que foi em 1975. Não quer distribuir equitativamente o que não produziu.

O que eu disse significa que Karim, que no passado se sentiu seduzido pelas ideias de Esquerda da FRELIMO, pode voltar porque este Partido está é mais adulto.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Amigo Karim, eu vi o que José escreveu. Diz que desconhece os factos aqui narrados. E que não se deu conta de que a prosperidade dos negros é estigmatizada.

Claro que José não representa os brancos neste debate. Nem eu represento os negros. O que cada um de nós devia fazer, em minha opinião, era identificar manifestações claras de racismo e condena-las vigorosamente. Venham de brancos, de negros ou de asiáticos.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Tembe,

Em relacao ao teu ultmo post, 'e dificil de falar de "casos de sucesso mocambicanos" porque o sucesso como defenicao ou terminologia mocambicana 'e subentendido como dinheiro, esse 'e o primeiro problema que temos, ate o proprio Tembe quer casos de sucesso economico, e ai nao sei se realmente temos casos de sucesso economico real, mas temos casos de sucesso real que nao sao economicos, mas nao sao considrados casos de sucesso, e quando o sao, entao sao apresentados de forma muito timida.

Depois temos o problema da media nao dar espaco a esses "casos de sucesso mocambicano" porque em parte tambem considera ucesso o dinheiro,

Senao vejamos, temos um Professor Carlos Serra, cujos livros de sociologia, sao conhecimento mocambicano, nao tem divulgacao devida e destaque na media nacional, temos uma Noorjahan Abdul Magid que 'e responsavel pelo projecto de maior sucesso em HIV infantil com um taxa de sucesso de 97% em criancas sero negativas nascidas de maes sero-positivas, que a media nacional nem esta ai, temos um Benjamim Pequenino que deu resultados positivos numa empresa estatal falida, sao 3 casos de sucesso real que nao sao considerados grande sucesso,

Em contrapartida temos mbs "empresario de sucesso", temos mc roger "musico de sucesso" e temos devemos ter ai alguem tambem, branco,com carro de luxo, de sucesso, que nao passa agora pela cabeca,

quais sao as determinantes do sucesso nestes casos ? para a media as determinantes sao sinais exteriores de riqueza e nao conquistas ou reconhecimentos cientificos, intelectuais ou profissionais,

'E essa diferenca de tratamento que faz com que Mocambique nao tenha um posicionamento solido e ate historias de sucesso real que influenciam a sua imagem para alem de toda a juventude.

N.B
Obrigado pelo convite Mano Tembe, eu vou a Mocambique SIM, a esquerda da frelimo que me seduziu foi aquela que mesmo quando pouco ou nada tinhamos, ensinavam-nos a compartilhar o pouco, a minha formacao, a mnha personalidade e caracter e ate o meu trabalho tem influencia dessa frelimo que me ensinou a compartilhar o pouco que eu tinha,

Quem sabe um dia, quando a frelimo voltar a ser mais simpatica, mais sedutora, eu nao volte a acreditar ?

Reflectindo disse...

Caro Viriato,

Vou te responder uma coisa, sobre ideologias e princípios na Europa que conheco. As políticas partidárias dependem mais dos membros, simpatizantes dos partidos e do eleitorado. E esta deve ser a razão de ocorrência de alternância.

mas enquanto isso, sabes me dizer do porquê a Frelimo não pode escolher neste momento em contratar professores que comprar carros luxuosos para membros da CNE e deputados?

Como reages quanto à coisa igual?

Vamos ao concreto para deixarmos o romantismo.

Nota: 1) não tenho nada contra se a Frelimo é da esquerda, mas o problema é ela faz neste momento uma política feudal. Portanto, ela nem faz a política de economia de mercado.

2) Se enriquecer licitamente é o normalmente deve acontecer, já não constitue um assunto jornalistico, como uma vez escreveu Lázaro Mabunda. O anormal é que é assunto jornalistico. Por exemplo, Agostinho Chelua, ex-administrador de Namapa em Nampula, foi uma vez considerado administrador exemplar a nível nacional. Não escreveu muito sobre ele. Mas assim que foi denunciado como corrupto ele tornou-se uma notícia nacional e internacional.

3) Meu amigo, os piores invejosos são os que excluem outros mocambicanos por razões de cor partidária e acima de tudo usam jogos sujos, intransparência, assaltam o bem comum para fins pessoais. Vamos é lutar pela pela transparência e inclusão.

Abdul Karim disse...

Agora so para cocluir o raciocionio de "role models":

os "role models" que nos criamos sao todos negativos e tratamento nao 'e so diferenciado pela media, mas o proprio governo nao valoriza os "role models positivos",

Quando estamos a dar 12 Hunday V6 a 12 vogais da CNE depois de interncionalmente serem constatadas irregularidades no processo de eleicoes de 2009, estamos na realidade premiar irregularidades, que transmitem a imagem negativa de um Mocambique que premeia irregularidades,

Mas se governo desse ao invez de 12, apenas 3 Hunday V6 aos 3 casos de sucesso real que acima apresento ( Professor Carlos Serra, Dra Noorjehan Abdul Magid e Benjamim Pequenino ) estaria nao so a reconhecer um trabalho feito para o pais, mas tambem a investir em "role models positivos" para o pais e que garantem uma projeccao cientifica, intelectual e proffissional de Mocambique a nivel de imagem internacional,

Mas nunca vemos ninguem a dizer que esses 3 casos de sucesso real sao o nosso orgulho e a nossa Mocambicanidade,

Vemos SIM gente em editoriais dizer que mbs 'e nosso orgulho e deve como consequencia ser nossa Mocambicanidade.

JOSÉ disse...

Viriato Tembe escreveu:
"O que cada um de nós devia fazer, em minha opinião, era identificar manifestações claras de racismo e condena-las vigorosamente. Venham de brancos, de negros ou de asiáticos".
Eu assino por baixo e é isso que vou continuar a fazer intransigentemente.
Sejamos claros, racismo, em todas as suas vertentes, é simplesmente inaceitável.De igual modo, qualquer enriquecimento ilícito, é também inaceitável.
Eu nunca sugeri que há raças mais honestas, evidentemente que há vigaristas e oportunistas em todas as raças e que devem ser denunciados.
O que eu sempre afirmei é que em Moçambique há racismo, aberto ou subtil, e, tal como as outras formas de exclusão, tem de ser desmascarado e combatido.

Reflectindo escreveu:
"Vamos é lutar pela pela transparência e inclusão".
Assino e apoio sem reservas este ideal, estamos juntos neste combate.

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe

Para não dizeres que resumi bastante a resposta da tua pergunta "na Europa quais são os Partidos mais conotados com medidas de grande alcance social (mais gastos na educação, saúde e na segurança social)? São os Partidos da Direita?". Eu vou dar exemplo: Na Suécia, a alianca centro-direita, está agora no seu 1.o mandato, mas a educacão até ao nível superior continua gratuita, isto para além do almoco e transporte que também são gratuitos até ao nível médio. A diferenca nota-se na forma como cada bloco quer ver a performance da educacão. Por outro lado, a diferenca é muitas vezes de qual dos blocos consegue a reducão do desemprego. Aliás a reducão é muito importante. O bloco do centro-direita usa a reducão da taxa dos empregadores das pequenas e médias empresas de modo que estes empreguem legalmente mais gente.
Falando disto, eu queria acrescentar que para além de João Mosca, Carlos Castel-Branco tem feito a discussão.

O meu sentimento em relacão Mocambique é que os governantes podem viver em opulência como quiserem enquanto que a maioria só deve bater palmas, parecendo aquele tempo que os reis e a classe nobre na Europa construiam castelos enquanto que o povo vivia na pobreza absoluta.

O amigo Viriato Tembe parece que gosta da política social dos Estados Unidos da América, mas eu não gosto porque é extremamente excludente. A política social dos EUA é difícil se não impossível de criar uma justica social independentemente de que partido estiver a governar. Dos EUA podemos buscar outras experiências, mas não na política social.

Anónimo disse...

Não se preocupem. Volto! Ocupado agora. VTembe

Anónimo disse...

Amigo Karim, o nosso país teve aprender a celebrar todo o tipo de sucesso. A mesma inveja e despeito que nos impede de celebrar o sucesso empresarial dos outros, impede-nos também de celebrar o sucesso intelectual, académico, literário, escolar... dos outros. Sempre que alguém tem sucesso em todas essas áreas tratamos de diminui-lo com alegações depreciativas do tipo "publica muitos livros por ser branco", "publica muitos livros por ser lambe-botas", "só publica no notícias porque defende os governantes", "toda aquela riqueza?! com 35 anos?! só pode ser testa de ferro de alguém".
Se reparares, hás-de concluir que eu só a favor de que se celebrem os achievements dos moçambicanos, em todas as áreas.
Eu devo ser dos poucos que acredita que existem neste país empreendedores empresariais honestos. Que estão a ter sucesso apesar das dificuldades. Por exemplo, reparei que o edif''icio onde funciona a Gringo está a ser ampliado. Isso me alegra. Mostra que apesar de todas as barreiras, essa marca está a registar progressos. Graças ao mérito dos seus gestores. Que, pelo que sei, são moçambicanos originários de origem asiática. Como esse há centenas de axemplos.

Caro reflectindo, não concordo contigo quando sugeres que Sucesso académico enriquecer honestamente não é notícia. Nos outros países isso é notícia sim. Publicam artigos de jornais e de revistas para mostrar como se pode vencer a pulso, sem herança e sem se ter nascido num berço de oiro. As centenas ou milhares de histórias de sucesso, conhecidas por todos, são a evidência plena de que uma determinada nação tem vitalidade. A vitalidade da nação nào se mede, com aqui em Moçambique, apenas pelos investimentos do governo nas estradas, escolas ou hospitais. Mede-se pela contribuição de milhares de indivíduos. E essa contribuição é celebrada em jornais, magazines, semanérios e biografias ou memórias.
Já reparou que, aqui em Moçambique, para avaliarmos se o país está a crescer ou não enumeramos estradas, escolas, hospitais que o governo construiu. Aí onde tu vives, o crescimento do país é medido pelos investimentos privados de milhares de indiv;iduos que contribuem para criar riqueza e empregos. E essa vitalidade individual é celebrada pelos jornais, todos os dias.

Isso tem a ver com a questão dos carros de luxo que me colocas. Meu grande amigo, mesmo que não acredites, o governo ainda paga mal aos seus funcionários, incluindo ministros. Um ministro moçambicano ganha, pelo que sei, menos de 3.000 dólares. Exactamente por pagar mal, o governo tem que se responsabilizar pelos cursos dos seus funcionários, pela habitação dos seus funcionários, pelos carros em que andam os seus funcionários.
Há países em que o Estado paga um salário decente e os funcionários se encarregam de comprar os seus próprios carros. Que, normalmente, são mais luxuosos que os que transportam os dignatários moçambicanos.
Por isso mesmo, eu me recuso a discutir carro de ministro, habitação de ministro ( ou de membro da CNE ou de Deputado). Acho uma discussão mesquinha, sem dignidade e que revela a nossa inveja permanente.
Eu acho que estes indivíduos devem se locomover em condições de dignidades. De preferência, devia ser com carros próprios. Mas como o estado paga mal, pois que arque com a responsabilidade de garantir essas condições mínimas de dignidade.
Não sei se esses carros são de luxo ou não. ë luxo em relação a qué?

Viriato Tembe

Anónimo disse...

SIBSTITUIR "Caro reflectindo, não concordo contigo quando sugeres que Sucesso académico enriquecer honestamente não é notícia." POR "Caro Reflectindo, não concordo contigo quando sugeres que enriquecer honestamente não é notícia."

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Amigo Reflectindo, o que é viver na opulência? É andar num Mercedes do Estado que, quando terminar o mandato, não se leva para Matituine/Denguene, minhas zonas de origem? Eu preferia, se fosse ministro, que o governo me pagasse um bom salário ao invés de me emprestar um mercedes.

Eu não sou admirador da América. Sou admirador do Moçambique que, com a minha ajuda modesta, está a ser construido a sangue e fogo. Está a ser construido a pulso.

Contei o caso americano para mostrar como o que num país é celebrado, no outro é satanizado. Foi apenas isso.

A discussão sobre justiça social carece de balizas. Seria importante definirmos o que cada um de nós entende por justiça social. E qual é o papel do Estado na promoção dessa justiça social. Tenho receio de que vamos atribuir ao Estado responsabilidades que não lhe cabem.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe,

Colocas muita coisa que merece rebate, mas é tarde demais.

Entretanto, diz-me lá em que país o NORMAL É GRANDE NOTÍCIA. Em que país do mundo o normal se discute em todo o canto o que é visto como normal? Tens exemplo disso? Na Suécia fala-se neste momento em todos os canais da TV sobre uns 4 indivíduos que preparavam atentado na Dinamarca, já pensaste sobre quantos suecos vão diariamente para aquele país para fazer a vida normal, grandes negócios?

Deixa-me te PROVOCAR um pouco: Porquê razão nunca nos falaste do bom trabalho do Conselho Municipal da Beira e do edíl Daviz Simango, ainda que vives aí? Podes dar algum exemplo donde falaste sobre os prémios de Daviz Simango, Presidente do Município onde vives? Já alguma vez corrigiste os constantes ataques do Nuno Amorim ao teu edil que foi visto internacionalmente como o melhor do país? Podes nos provar que falas mais do bem feito dos moçambicanos?

O mesmo tenho notado o teu silêncio absoluto quando estamos a discutir sobre melhores quadros que estão sendo preteridos. Já alguma vez criticaste no teu partido que BENJAMIM PEQUENINO (a título de exemplo), que recuperou os Correios de Moçambique, tenha sido marginalizado pelo governo de Guebuza?

Eu disse, e é o mesmo que Lázaro Mabunda disse, quando alguém faz com zelo as suas tarefas pode não constituir uma grande novidade. Mas se viola, se deixa de fazê-lo, é sim uma grande novidade, algo para sancionar, para muitos reflectirem. Podes não concordar comigo por palavras mas pela postura, fazes isso e pior ainda. Se eu consigo apreciar abertamente alguma prostura de um frelimista tu não fazes. Se eu estiver errado que me corrijas.

Em Moçambique temos que deixar de fazer evangelhos, mas sermos críticos a partir do que acontece na nossa família passando pelo círculo de amigos, partido, nação, etc. É por essa razão que aprecio ou apreciamos neste artigo que dividi em séries e mesmo noutros artigos de Elísio Macamo que já publiquei aqui no Reflectindo. Ele pode dar a sua opinião abertamente nem que eu não concorde com ele em algumas coisas. Veja que no teu caso (desculpa-me pela frontalidade) e dos outros, como exemplo, evitas/evitam falar de Mohamed Suleim Bachir e MBS como que estejam a manchar pelo menos o vosso partido. Eu não tenho como poupar este tipo de gente que faz do meu país um corredor de drogas. Agora queres que falemos de quem não está envolvido no tráfico de drogas e faz tudo legalmente para encobrirmos o Bachir e Moti?

Agora sobre carros luxuosos para governantes moçambicanos, deputados, meu amigo Tembe, é em relação aos camponeses, funcionários moçambicanos. Porquê devias comparar com cidadãos de países doadores? Tens alguma base económica que sustenta isso? Esse é um outro erro. Eu perguntei sobre carros luxuosos em relação contratação de professores para crianças moçambicanas. Esta é uma das razões que não concordo que muitos frelimistas sejam por justiça social. A falta de princípio de justiça social pode abranger mesmo aos MDMistas, renamistas e outros doutros partidos, mas fica marcante quando alguém que diz ser esquerdista acha que mais vale distribuir carros luxuosos aos governantes que contratar professores para os filhos dos pobrezinhos, pois que os que recebem os tais carros luxuosos têm os seus filhos nas escolas luxuosas, as privadas e ou mandam-nos para fora do país.

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

"Por exemplo, reparei que o edif''icio onde funciona a Gringo está a ser ampliado."

Nos nao temos nenhuma instalacao que esta sendo ampliada, portanto nao sei que instalacao te referes, edificio muito menos, entao tas confundir alguem conosco,

Nos aguardamos que o governo considere a cedencia da ruina do Predio Pott ( sob mediacao do CEA ) para nos.

E assim esperamos tambem que o governo nos deia aportunidade de crescer, nos estamos atrofiados com os direitos e impostos e concorrencia desleal tanto mais que ja informamos a quem de direito no nosso caso de estudo, que infelizmente devido a esses constrangimentos e prejuisos dados pelo Governo de Mocambique, lamentavelmente, o Projecto Vida Mocambique vai reduzir em 2011, o numero de centros de apoio a crianca que compoe o projecto.

Por outro lado, apresenta-la casos de sucesso mocambicanos economicos reais hoje, e quando digo reais digo, que justifiquem o seu sucesso sem apadrinhamento do poder politico.

Isso nao 'e inveja, 'e realidade, a nivel economico nao temos casos de sucesso reais, mas a nivel cientifico, intelectual e profissional temos varios, eu so dei os 3 casos "mais mais", que sao ate desconsiderados, mas sao varios os casos,

E ai, que Mocambique reclama interna e externa de nao ficar bem na foto, mas na realidade nao esta bem na foto, porque so quer ter fotos economicas com gente de caracter duvidoso, e quando a foto nao sai bem, acredita e diz que 'e problema 'e do fotografo.

Mocambique devia experimentar tirar a foto com gente capaz cientifica, intelectual e profissional e irias ver que mesmo com um fotografo amador a foto seria um expectaculo e imagem e identidade de Mocambique tambem,

Abdul Karim disse...

E mais Mano Tembe,

A GRINGO nao tem nem um "asiatico", todos os gestores, colaboradores, funcionarios sao Mocambicanos, sem descriminacao racica, religiosa, etnica ou de qualquer outra especie,

O unico que esta na Asia sou eu, por razoes profissionais associados com o desenvolvimento da Marca.

Todos sao naturais de Mocambique, 'e um criterio de seleccao de candidatos a apresentacao de comprovativos de nacionalidade Mocambicana,

Temos apenas a instalacao da baixa que 'e propria e as duas, a da 24 de julho e do Polana Shopping sao alugadas.

Samos o unico caso de estudo Mocambicano ao nivel da Propriedade Intelectual Mundial, abaixo:

http://www.wipo.int/sme/en/case_studies/gringo.html

De referir que ja disse isso centenas de vezes, mas infelismente as pessoas adoram tentar confundir, ou ate menospresar algo que foi feito para beneficiar o pais, so que ainda nao consegui descubrir porque ?

Feliz e Prospero 2011 para Todos.

Anónimo disse...

Amigo Karim, minhas sinceras desculpas se é que fiz alguma confusão. reconheço que posso ter feito alguma confusão sobre a composição da Gringo ( refiro-me à possibilidade que aventei de essa empresa ter como proprietários moçambicanos de origem asiática. Por mim nem seria um mal que assim fosse. Mas se não é, o facto deve ser sublinhado também).
Posso ter feito confusão em relação à sede da Gringo. Sempre pensei que fosse na Avenida 25 de Setembro, defronte do Mercado Central. No local a que me refiro, a Gringo tem uma das suas lojas mais vistosas (talvés por isso tenha pensado que o edifício fosse de sua propriedade). Mais ainda, nesse edifício está a ser acrescentado mais um ou dois pisos.

Minhas desculpas mano Karim. Estão aceites? (Insisto que a menção à Gringo não se destinava a levantar confusão. Era de boa fé. Queria apenas elogiar um empreendimento que julgo de sucesso. Mas como o meu irmão Karim se opõe a que se elogie o empreendedorismo moçambicano tratou logo de dizer que a Gringo está a definhar, tem muitos impostos, paga muitos direitos... Karim, nós não temos um único caso de sucesso económico?)

Caro reflectindo, os órgãos de comunicação da América e da Europa apresentam, sempre, histórias de sucesso económico. Algumas delas viemos depois a saber que eram grandes fraudes pelas falências monumentais que protagonizaram. Mas todos os dias surgem novos nomes de empreendedores que nos são apresentados para passarmos a admirar. Esse exercício começa nos órgãos "mais sérios" e termina nas "revistas cor de rosa". Alguns jornais sérios têm também, páginas onde desfilam indivíduos do jet 7, entre os quais avultam vencedores na economia, na moda, na arte, na política... Reflectindo nunca viu isso? Eu, por defeito pessoal, nunca fixo esses nomes. Mas se Reflectindo insistir posso pedir a uns sobrinhos para me fazerem uma lista dos "vencedores" que a imprensa europeia e americana nos "impuseram" nestes últimos meses.

Caro Reflectindo, essas são formas de celebrar o sucesso das pessoas. Sem estigmas. Sem acusações baratas e infundadas.

Eu não tenho porque andar a escrever que Bachir e Motti são traficantes. Não possuo evidências! Reflectindo tem evidências de que esses Nampulenses traficam droga? Para mim, Todd Chapman não é o critério da Verdade. Não tenho porque andar a repetir acusações só porque foram feitas por Chapman ou por Obama. Que eles acusem formalmente esses indivíduos em tribunal sério. Que até pode ser tribunal americano, se desconfiam do nosso sistema judicial. E não seria a primeira vez. Lembra-se do rapto que fizeram a um moçambicano que acusaram de ter roubado dinheiro da USAID? Levaram-nos para os USA para ser julgado. Que façam o mesmo com Motti e com MBS.

Eu não te peço para elogiar os sucessos económicos e políticos do teu adversário político (neste caso Guebuza). Peço-te apenas que celebres os achievements dos teus compatriotas. No empresariado, no teatro, na ciência, na literatura... Fala bem dos teus irmãos!

Viriato tembe

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Oi Reflectindo, Peço-te que elimines as repetições, o meu computador dava indicação de recusa. Por isso ia insistindo.

Um abraço. VTembe

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

Estao aceites as tuas desculpas, aquele edificio com andares a "subirem" nao 'e nosso,

Nos somos pela consevacao do patrimonio historico cultural de Mocambique, nao nao fazemos "invencoes arquitetonicas", somos pela historia e cultura Mocambicana, pela modernidade sem "sobrepor" a nossa historia e cultura,

Quanto a estorias economicas Mocambicanas de sucesso, francamente eu nao conheco nehuma capaz de justificar o seu sucesso sem "apadrinhamento" ao poder politico,

E estou a ser o mais sincero possivel, note ate a GRINGo nao 'e uma estoria de sucesso economico, ela foi considerada 2006, pela WIPO, uma estoria de sucesso Mocambicana, e colocada entre as gigantes mundiais do Branding como a Coca-cola, Microsoft, IBM, Honda, Zara entre outras, mas nao 'e sucesso economico, e intelectual SIM mas nao 'e economico,

E 'E por isso que reclamei dos impostos e taxas, o que impede da GRINGO poder vir a ser um sucesso economico Mocambicano, transparente e ate de grande projeccao para Mocambique, como uma das "inovacoes" mundiais na luta pela eliminacao da fome e miseria do Pais 'e efectivamente essa accao paradoxal do nosso governo, que ao invez de dar opurtunidade de crescimento, esta lamentavelmente a atrofiar-nos,

Mas, sao coisas que o governo 'e que deve tomar as medidas que achar apropriadas para que continuemos e possamos representar de forma Honroza ao nosso pais, e eu ja fiz de todas as formas chegar isso ao governo, so que nada acontece.

Em relacao a possiveis casos de sucesso economico, para mim, como disse, nao existem, pelo menos sem o dito "apadrinhamento" do poder politico, mas se tu dizes que existem, por favor, indica, que eu ate ficaria feliz com isso, pois a minha accao foi sempre de tentar "abrir" caminho para Jovens Mocambicanos por forma a que com o crescimento deles, tivessemos tambem o crescimento do pais.

Reflectindo disse...

Amigo Viriato Tembe,

1. Tiveste algum problema ao postar. Se aceitares posso apagar o que foi repeticão.

2. Estás a dar curvas. Eu fiz perguntas concretas. Por exemplo, porquê não falas do sucesso do Mocambicano Benjamim Pequenino. O sucesso de Pequenino é o teu adversário? O sucesso do Daviz é o teu adversário? Não é honra do país?
Agora é que dizes que não sugeres que fale dos sucessos de Guebuza? Então, estou aliviado, não estou?

3. Eis a grande diferenca que apontei. Elísio Macamo sugere que Bachir até devia ser suspenso da Frelimo, mas tu ainda estás a ver Chapman como o único problema. Elísio Macamo escreveu que mesmo com alguma fraqueza Todd Chapman fez o que nas condicões normais pessoal de qualquer embaixada faz . Eu digo que gostei bastante por o que se revela no Wikileaks não constituir espionagem mas aquilo que qualquer embaixada pode fazer. Espanta-me que o meu amigo Viriato Tembe dê responsabilidade aos americanos para investigar o tráfico de drogas em Mocambique. Então, fica claro que continuaremos com tráfico de drogas sem traficantes. Para dar razão a Elísio Macamo, Mohamed Suleman Bachir foi imediatamente suspenso da presidência da Comunidade Mahometana. Então comunidade é mais séria que a Frelimo?!?!?
E queres que eu não suspeite indivíduos que Bachir e Moti? Faca favor! Só se eu não gosto de Mocambique.

Viriato Tembe, estude sobre o tráfico de drogas em Mocambique.

Nota: não acredito que os jornais mocambicanos não escrevam sobre sucessos mocambicanos. O que não fazem é escamotear falcatruas. E repito, toda a imprensa no mundo é mais interessada em escrever sobre o que não é normal, o que não é comum, isso gostemos ou não.

Reflectindo disse...

Karim

Gosto da tua insistência: exemplo de sucesso sem apadrinhamento do poder politico em Mocambique.

Penso que precisamos de ler muito "Architects of Poverty" de Moeletsi Mbeki.

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

Ai esta grande questao, que tenho insistentemente colocado,

O nosso problema de ma Imagem e Identidade 'e poque nos queremos fazer o mundo "ingolir" sucessos que nao sao sucessos reais,

E aos Sucessos Reais nos nao queremos reconhecer, por razoes que nao sao compreensiveis,

O Professor Carlos Serra provavelmente nao 'e "reconhecido" ou "considerado" "role model" porque 'e branco,

O Nurjahan provavelmente porque 'e amarela,

O Pequenino provavelmente porque 'e da Renamo,

O Daviz provavelmente porque 'e do MDM,

A GRINGO provavelmente porque... nao sei

Mas todos sao Mocambicanos, e todos eles sao uma mais valia para o pais, com provas de competencia e reconhecimento internacional dadas,

Mas insiste-se no bashir, no moti, mc roger, e afirma-se de peito berto que sao nossos orgulhos, entao que o orgulho 'e que nos temos ? como 'e que Mocambique vai ser Bem Visto ? como nos todos Mocambicanos nao vamos ser vistos como contrabandistas e lambebotas do patrao, se o nosso orgulho 'e listado como barao de drogas e a nossa cultura 'e do "patrao 'e patrao" ?

Sao essas coisas que nao estamos a ver,

voce Mano Tembe, 'e mais bem vistoou sente-se melhor quando dizem que 'e do pais do Carlos Serra,do Pequenino, do Mutisse, do Macamo, da Noorjahan ou quando dizem que 'es do pais do bashir ou do "patrao 'e patrao " ?

Para de imagem e identidade, os "role models" etao a afectar toda nossa juventude e a tal auto-estima propagada pelo nosso pr,

batwoman disse...

Um povo só é livre quando se permitir a si próprio a abertura mental , o pensamento critico , a construção de justiça imparcial, quando deixar de ter medo de se assumir como ser pensante!
Quando temos medo de dizer o que nos vai na alma ...estamos já com a alma aprisionada, vendida e vencida!!!
Acredito em vocês meus amigos para lutarem para que isso não aconteça nesse lindo País...me aguardem...eu vou para aí por isso não me deixem a lutar sozinha ok? Beijinhos FELIZ ANO 2011 que seja o ano do progresso.

Abdul Karim disse...

Bem Vinda a Mocambique, Amiga,

Por favor, nao penses que nos somos o pais de 'barao de drogas" ou somos todos contrabandistas e lambe-botas,

Nos somos tambem um pais de gente Digna, Honrosa, Trabalhadora, com Talento,

'E Verdade que nao estamos a passar por um Bom Momento, mas ainda nao deixamos de ser um Povo que aspira conquistar um lugar Digno no Panorama Internacional e Mundial.

JOSÉ disse...

Gostei muito da participação coerente do Karim e da contribuição didáctica do Reflectindo.
Quanto ao estimado Viriato Tembe, fico esperando se vai reconhecer o trabalho de, entre outros, Daviz e Pequenino. Já agora, não me leve a mal, mas gostaria de saber qual seria a relevancia de ser "moçambicano de origem asiática", qual a importancia de ser moçambicano, por exemplo, da Zambézia ou de Gaza, qual a importancia da raça ou do local de origem? Porque não apenas moçambicano?

A todos, votos de um feliz Ano Novo!

Anónimo disse...

José, a partir de 1974 eu fui ensinado que sevia construir a nação por cima de todas as outras identidades. Era como se fóssemos passar uma tábua rasa a tudo o que nos identifica. No fundo, nem era invenção da roda. A política das nacionalidades adoptada por Stalin na União Soviética ia pelo mesmo caminho.

Eu acredito mais em Mondlane. As nossas diferenças raciais, étnicas e religiosas não são um pecado a eliminar. Ele disse que deveriam continuar a florir o processo de construção da moçambicanidade. E disse isto em palavras muito bonitas de que não me lembro textualmente.

Hoje, mais adulto, acredito que ninguém deve ter medo ou sentir vergonha de ser changana, macua, Ndau, branco, amarelo ou qualquer outra identidade constitutiva da moçambicanidade.

Ou José continua a acreditar que é preciso MATAR tudo isso para nascer a nação?

Viriato Tembe

JOSÉ disse...

Viriato Tembe, eu acredito que o conceito de moçambicanidade nada tem a ver com a raça ou tribo. Por isso não compreendi a sua alusão a moçambicanos de origem asiática.
Digo-lhe em confidencia que eu não tenho medo ou vergonha de ser branco, para mim esse é um detalhe tão relevante como a cor dos meus olhos, geralmente são os racistas que me fazem lembrar esse pormenor.
É neste contexto que eu acho lamentável o modo como por vezes catalogamos as pessoas, não compreendo qual a relevancia de ser de origem europeia, asiatica, etc. É assim que nascem as teorias do moçambicano originário ou a outra de que os Shanganes são descendentes dos zulus, com o propósito de avançarem a ideia de que uns são mais moçambicanos do que outros.

Não precisamos de matar nada para costruir a nação e o conceito de moçambicanidade, apenas temos de estar atentos aos rótulos inúteis e a todos os tipos de exclusão.

Boas entradas!

Anónimo disse...

José, só um rematado ignorante iria dizer que os xanganas são de origem Zulo. Este grupo étnico está estabelecido no sul de Moçambique há vários séculos,

É um facto que um clã Zulo (os Ngunis) dominou toda a região qu parte do Nkomati até às imediações do rio Zambeze. Dois grupos étnicos do actual Moçambique cairam, nessa altura, sob a dominação Nguni: Os Tsongas eos Ndaus (talvez José não saiba, mas na a língua Ndau, no emissor do Rádio Clube da Beira era conhecida por Xangana até perto de 1974).

Portanto Tsongas (Xanganas) e Ndaus foram dominados pelos Ngunis, que eram um clã Zulo.

Os Ngunis eram um grupo bastante minoritário. Conseguiram dominar esse tão vasto território através de duas tácticas: o terror e a cooptação das elites locais. Esta última táctica permitiu que personalidades Ndaus e Xanganas assumissem posições de relevo no Império de Gaza. O mais conhecido dentre eles foi o General Maguguane Khosa, que foi o Comandante Supremo do Império na sua última fase e que era de origem Tsonga (Xangana).

Como vê, caro José, só Dlhakama e alguns ignorantes podem sugerir que os Tsongas (e os Ndaus) sejam de origem Zulo.

Os Tsongas estão a ser conotados com o Império de Gaza porque vivem no que hoje é conhecido por Província de Gaza.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Algumas questões para o amigo Reflectindo:
(i) Os Deputados do MDM vão recusar os carros que serão distribuídos aos Deputados? Faço esta pergunta porque o conceito de justiça social do MDM parece se fixar nos carros;
(ii) Os membros da CNE que não sejam da FRELIMO vão recusar os carros que se diz terem sido comprados? Faço esta pergunta porque os únicos que gostam do luxo, segundo vocês, são os da FRELIMO;
(iii) Afinal os Estados Unidos não investigaram o narcotráfico? Afinal Motti e Bachir ainda devem ser investigados pelas autoridades moçambicanas? Então, se não houve investigação, em que se baseou todo este barulho que se instalou?
(iv) Bachir foi suspenso de membro da comunidade mahometana? Pelo que eu sei, ele mantêm os seus direitos de membro. Deixou apenas de ser membro da direcção. Por acaso, ele é membro da direcção da FRELIMO?
(v) As duas primeiras perguntas que fiz permite-me fazer uma última: o que vocês fariam de diferente se tomassem o poder? O que nos permite ver que vocês seriam diferentes, principalmente a partir da experiência de gestão do vosso Partido, da gestão do município da Beira e da vossa prestação no Parlamento? Quais são as coisas lá que dizem que vocês são diferentes? Daviz Simango anda de chapa? Vive numa casa igual à dos pobres moçambicanos? Tem um salário igual ao dos pobres?

Viriato Tembe

JOSÉ disse...

Viriato, não quero disputar o seu argumento histórico, o que estou afirmando é que a exclusão levanta esta e outras teorias, não se trata apenas de ignorancia.

O que insisto é que o conceito de moçambicanidade não tem absolutamente nada a ver com raça ou tribo e que é inaceitável que alguns se sintam mais moçambicanos que outros, enveredando pelo caminho da exclusão. Racismo é apenas um exemplo, como todos sabemos há outros tipos de exclusão.

Reflectindo disse...

Caro Viriato

1. Desculpa-me meu caro amigo, mas há coisas com que não tento paciência como essa tua tendência de defender o que suja Moçambique – os narcotráficos. Tens como interpelar Elísio Macamo sobre o que escreveu lá no Mutisse. Desculpa-me, mais uma vez, proteger o narcotrátifico é o que implica ao governo da Frelimo.

2. Se os deputados do MDM vão recusar os carros, é uma pergunta mal feita. a) Sempre questionei a tua posição e não da Frelimo em relação o acto. Espero que consegas fazer sequência de todos os nossos debates para seres coerente, embora eu note que há vezes que te contradigas. Se recordares, eu escrevi algo sobre como os princípios ideológicos são respeitados nos partidos como coisa que dependa mais da consciência dos membros e simpatizantes e não da liderança. Neste caso, TU só podias me perguntar da minha posição se eu fosse deputado em relação carros aos deputados. Sobre isso sei o que eu havia de fazer.

3. A oferta de carros primeiro à CNE e depois aos deputados, considero de veneno. Se fores para o O País online, vais ver o que eu lá escrevi. E quando já implicas os membros da Renamo na CNE e deputados do MDM e Renamo, digo logo que a resposta não demorou. É armadilha da Frelimo. Estas ofertas têm muitos objectivos e entre eles: a) evitar a crítica da oposição; b) distribuir carros aos centenas ou milhares frelimistas sem receio de crítica da oposição; c) mobilizar abstenções nas próximas eleições para só frelimistas (uns 10% do eleitorado) irem às urnas, pois que os eleitores ficam odeiando tudo o que é eleição. Os deputados são para os seus próprios estômagos, e porquê ir à fila e não a uma barraca se nada a fazer a pessoa tem, dirão muitos eleitores. A Frelimo tem essa estratégia de mobilizar abstenções para ganhar eleições ou ganhar com folga.

4. Viriato Tembe, não expresses como se estivesses com crianças. Ora se Bachir foi suspenso ou mesmo demitido de Presidente da Comunidade Mahometana é por uma medida naquela organização pela sua conotação com tráfico de drogas. Ora não é uma medida pequena. Imagino Guebuza suspenso da Presidência da Frelimo. Se Bachir é membro simples da Frelimo, que medida a Frelimo tem a tomar contra ele senão suspendê-lo de membro? Olha, Tembe, veja que politicamente a vossa atitude não põe em causa à oposição, antes pelo contrário. O problema é que isso mais põe em questão o status da nação moçambicana. A oposição tem que resgatar o status.

5. A tua última pergunta é totalmente inútil, pois esquivas a responder sobre a acção de bem-estar que Daviz Simango pratica na Beira. Vou puxar para recente um artigo para responderes. Mas antes, responda. Porquê Daviz foi releito com uma boa margem? Não será por ele dar o melhor aos beirenses?

6. É maneira de pensar tua que o que eu defendo é sermos todos pobres ou ricos. Sou definitivamente liberal e do centro-direita, defendendo a economia de mercado e verdadeira democracia, aliás nada de estranho porque Myrdal partilhou o Prémio Nobel com von Hayek. Defendo unidade na diversidade e não em torno de um partido. Pode acontecer que alguns MDMistas não comunguem da minha opinião ou simplesmente não sejam conscientes quanto aos princípios democráticos. De facto, receio que muitos dos meus companheiros conheçam os princípios democráticos, embora por aquilo que assisti pessoalmente recentemente em Nacala-Porto, tenha me dado uma BOA impressão sobre a maioria dos membros do MDM, incluindo pessoas com poquíssima escolarização

7. Lamento dizer-te que vieste com argumentos muitíssimo fracos.

8. Continuas não falando dos bons sucessos de moçambicanos reconhecidos,

9. Continuas não dando exemplo de sucessos não ligados ao partidão.

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe

Sobre a história que acabas de escrever, algo que poderia ser estudo e debate nas escolas, como podes pensar que seja o José somente quem não a conhece? Eu a conheco como tal ou numa outra versão?
Porque razão não apareces nos respectivos temas como foi o tema Eu quero os meus heróis?

Para te confessar, foi a partir dum comentário de Elígio Vaz num dos blogs que comecei a reflectir e investigar sobre Ngungunhana.

Podemos ou não abrir um debate sério sobre impèrio de Gaza?

Abdul Karim disse...

"Estas ofertas têm muitos objectivos e entre eles: a) evitar a crítica da oposição; b) distribuir carros aos centenas ou milhares frelimistas sem receio de crítica da oposição; " - reflectindo

Tembe,

'E isso que o refelctindo esta a dizer que acho que divia ser aplicado na generalidade, e nao so nos carros, e ai acho que o pais e principalmente creceriam e Bem ,

Se tu ofereces 100 carros 'a oposicao e 250 a frelimo nao acho que ha grande problema,

Da mesma maneira, ate 'e conviniente teres 100 negocios transparentes da oposicao pra justificares 250 ligados ao partido no poder,

Nao 'e uma situacao ideal, mas 'e aceitavel e aconcelhavel, pois consegues evitar ser conotado como a uma sistema totalitario, absolutista e extremista ate certo ponto,

Se comprou-se 12 carros, e desse 9 aos vogais e 3 a casos apresentei como exemplo, nao terias uma situacao ideal, mas terias algo que nao so permitisse uma injustica e justica maior que a actual, para alem de garantires uma presenca Digna de Mocambique, por parte do governo.

E sem querer "puxar" a "sardinha a minha brasa", mas isso 'e o que eu tentei e esperei, se calhar continuo 'a espera, que o governo faca com a GRINGO.

O problema nao esta em negocios com o poder politico desenvolverem, o problema esta em SO os negocios com poder politico desenvolverem, o que a nivel de credibelidade esta a deixar o partido no poder completamente negativo, e esta a afectar a imagem do pais, isso sem considerar que se as "ligacoes empresariais" do partido nao forem minimamente transparentes, compromete mais o partido no poder,

Volto a repetir, nao 'e uma situacao ideal, mas aconcelhavel, e fico admirado exactamente por ninguem do partido ter percebido isso, alias com chissano ( por ele ser diplomata por excelencia) talvez, esse era o "jogo" do patido que ate a uma determinada altura "funcionou perfeitamente",

nao estou a dizer que tem que ser repetido, mas mesmo na redistribuicao de opurtunidades, estamos a falar duma situacao de 30 % de opurtunidade para "mercado" em funcao de merito ou reconhecimento internacional que permita uma apresentacao condigna do pais internacionalmente e 70% para o membros do partido no poder, e que actualmente peca por ser exagerado em que se pretende 100% de opurtunidades para membros,

Sao so ideias, nao 'e ideal, mas poderia ser uma solucao e saida boa para a Imagem Identidade do pais e ate uma certa "lufada" de ar fresco para o partido e para Todos.

Anónimo disse...

Fui ler o artigo que me recomendou. Um amontoado de mentiras e de ignorancia. Qualquer pessoa de Gaza sabe que Samora não era de origem Nguni. Nota-se no texto um equívoco entre o termo Xangana (subdito de Sochangane) e Nguni. Alguns incautos pensam que é a mesma coisa!

Para informação de Reflectindo posso acrescentar que existem ainda hoje em Gaza, Maputo, Inhambane, Manica e Sofala bolsas de Ngunis. reconhecem-se pelos seus apelidos e pelo facto de não comerem mariscos.

O mais conhecido de entre eles é, quiçá, o antigo Governador Eugénio Numaio.

Talvez como último remarque dizer que Sochangane chegou a estas paragens muito antes dos Acordos de Berlim que determinaram a partilha de África. Quando se dão esses eventos os seus descendentes já estavam aqui. São tão moçambicanos como eu, tu, Mia Couto e José. Recusar-lhes a cidadania seria como recusar a cidadania dos bóers, na África do Sul e a muitas outras comunidades que se estabeleceram nos nossos solos ainda mais recentemente, vindos dos quatro costados do mundo. Discussão inútil e disparatada.

Reparei que um anónimo tratou de chamar atenção para as asneiras que estavam a ser cometidas naquele post (com forte teor tribalista. Foi bastante maltratado. Não admira que não tenha voltado a aparecer com mais dados.

A história e a convivência entre os povos do sul do Save está bastante documentada. Basta ir ao Arquivo Histórico. Essa nossa vivência desmente a atoarda de que Rongas e Matswas não se dão com Xanganas. Basta viver no Sul para ver que isso é mentira.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Em relação ao teu último comentário dizer o seguinte: No fundo o que reflectindo diz quanto aos carros é que o povo e os membros da oposiçao sao tao burros e ingénuos que facilmente caiem nos truques da FRELIMO. Um democrata devia ter vergonha de dizer isto. Por implicaçao, só o eleitor da beira é suficientemente maduro para votar com base na análise de qualidade.

Creio que devias apurar as tuas qualidades de democrata e de bom desportista: os outros só ganham com batota. Porque é que só é honesto quem comunga a mesma opiniao contigo? Porque nao dás um exemplo dum governante da FRELIMO cujo trabalho tu consideras bom para vincar a tua neutralidade?

Myrdal e von Hayek nao receberam o prémio por razoes políticas, mas pela sua abordagem em relaçao à descriçao da economia. De resto, nao há contradiçao entre liberalismo e economia de mercado. Há contradiçao entre democracia social e o monetarismo e individualismo de Von Hayek. É por isso que só Reagan e Thatcher seguiram Von Hayek e Milton Friedmann.

No fundo, Reflectindo, o que estás a dizer é que o país precisa de alguém como tu porque és o único que vê as manhas da FRELIMO e sabe manter-se firme.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Tembe,

1. Achas que o tal anónimo no tema deu qualquer contribuicão? Como sabes que o anónimo tem dados e que só traria depois? Porquê ele não reapareceu depois que o pedi para fazer com dados e argumentos?

2. Sugeri e sugiro sempre um debate sério e uma história que resulta de uma investigacão e não de conveniência. Por exemplo, achei o texto de Sebastião Cardoso uma provocão para debate da nossa história e os historiadores deviam aceitar este desafio sem mito, como o historiador Telésfero Nhapulo sugere.

3. Calha que o que reti do artigo do Cardoso e comentário do Egídio Vaz é que a herocidade de Ngungunha é questionável. É nisto que muitos fintam.

4. Alguma contradicão tua entre Mocambique e Costa de Marfim? Eu concordo com que dizes aqui e para te confessar, achei-te muito imcoerente na análise da situacão da Côte d'Ivoire. Daquela discussão fiquei a pensar da maneira como vias Mocambique hoje.

Mas deixemos este assunto de história para uma outra altura e postagem. Sou da opinião que para este tema devemos nos concentrar na actualidade.

Reflectindo disse...

Viriato Tembe,

Estás a tentar ser espertalhão, fintado o que concretamente te colocamos, substituindo por textos sem nada a ver com o que se debate.

E em relacão a ideologia, ainda não me revelaste de quão és pela justica social. De tudo que me revelas és da extrema-direita, és pelo feudalismo.

Ainda sobre os carros sugiro-te a ler este texto aqui.

Abdul Karim disse...

Eu queria apenar "sublinhar" um aspecto,

A posicao que defendo nao 'e contra o partido no poder, 'e favor de Mocambique, particularmente da Imagem e Identidade de Mocambique,

Gostei do Macamo porque tambem defendeu que nos tendemos a eliminar a oposicao, mas muitas vezes e com razao a oposicao ate da uma ajuda ao partido o poder, e assim deve ser o papel da oposicao,

A nivel da imagem e Identidade, quando renamo quando pediu que o pr falasse no parlamento sobre wikileaks, estava do ponto de vista de imagem e identidade a proteger o pr e presidente do partido no poder, sendo ela oposicao, tudo bem o pr 'e livre de nao responder a "informacoes infundadas" como foram descritas, mas o facto 'e que a renamo estava proteger o presidente do partido adversario,

da mesma maneira, quando o sucesso do pais 'e creditado ao partido no poder, o insucesso tambem, e ai onde acho que 'e mais valia independentemente de preferencias partidarias, o reconhecimento de casos de sucesso Mocambicanos, pois esses casos de sucesso mocmbicanos sao creditados para o partido no poder, a nivel de Imagem e Identidade de Mocambique,

Exemplo, quando eu digo na WIPO que o meu governo tem estado a ajudar na minha causa e crescimento da Marca, esse crescimento 'e creditado ao partido no poder,

Mas quando sou convidado para seminarios ou conferencias na WIPO, e eu digo nao tenho passaportes, ou quando me pergntam porque nao cresces e digo que nao tenho opurtunidades, 'e tambem debitado na "conta" do partido no poder,

Agora questiono, como vou justificar a minha presenca quando convidado ? e que digo quando me perguntam porque o numero de centros de apoio a crianca do projecto Vida Mocambique vai descrescer em 2011 ?

Sao questoes que eu sei que afectam a Imagem e Identidade de Mocambique ao nivel da WIPO ( ONU), e ja espliquei isso ao governo, entao saio me como ? isso a proposito da questao da "diaspora" ser a imagem e identidade de Mocambique.

por essa razao acho que poderiamos inverter a situacao com um pouco de "jeito", deviamos ter por exemplo ao nivel da UEM ( CEA principalmente) um gabinete de estudos que podessem apresentar propostas de "role Models" e "exemplos de sucesso" das varias areasde intervencao que sao uma mais valia para o pais e devem ser nao so "protegidas" mas ate "aproveitadas" para projectar uma imagem e identidade Digna de Mocambique.

'e so mais uma ideia ( o gabinete estarategico de Imagem e Identidade de Mocambique,no UEM- CEA ), que pode ser aproveitada, se acharem que vale pra melhorar a Imagem e Identidade do Meu Pais.

Abdul Karim disse...

He, he, he, he,

Mas se quizerem aproveitar a ideia e "implementarem" mal, como muitas vezes ou sempre fazem ( o caso das ditas "melhores marcas e mocambique"), nao digam que eu dei uma ma ideia,

A ideia pode funcionar, mas tem que ser BEM e SABIAMENTE implementada, se nao vai piorar a Imagem e Identidade de Mocambique, depois ao menos nao digam que " nao avisei" de ma Imagem em funcao as "invencoes" de Imagem e Identidade que ja nos "habituamos" a fazer,

He, he, he, he,

Reflectindo disse...

Amigo V. Tembe

Por falar de extrema-direita, és pelo feudalismo, sabe-se que a ideologia da Frelimo actual é CAPITALISMO SELVAGEM, capitalismo sem regras.
E agora precisamos de esclarecimento sobre o negócio de Cahora Bassa. Se fosses pela justica social pelo menos para não falarmos de esquerda como dizes, já podias ter questionado Guebuza pelo que foi revelado em relacão o negócio do HCB. Veja que quem questiona sobre isso em Portugal é o bloco da esquerda a questionar esse negócio mas ao contrário, em Mocambique são os não "esquerdistas".

Agora por falar da Beira quero saber o que achas quando Simango aloca ambulâncias aos postos de saúde e a Frelimo apodera-se dos edifícios municipais?

Amigo Tembe, sugiro-te que quando discutimos sobre o nosso país, é as vezes necessário sairmos das tocas partidárias.

Abdul Karim disse...

Reflectindo,

Vamos la dar espaco ao Mano Tembe,

Estamos a estragar-lhe a entrada para 2011,

Ele 'e tipo "porreiro" e nem 'e culpado da situacao, ja demostrou vontade em ver uma maior Justica Social, e isso ja muito BOM,

Eu acredito que se dependesse dele, as coisas seriam bem diferentes,

Ele 'e Boa Pessoa, como todos todos nos, tambem quer o seu Pais Melhor e Mais Bonito.

Anónimo disse...

Eu creio que Reflectindo ficou baralhado com os meus últimos comentários que já não sabe o que dizer. Agora está a sugerir que debatamos Cahora Bassa. Quando eu o for a faze-lo e demonstrar que aí também anda uma marosca vai me acusar de estar a meter coisas novas. Como fez há pouco. Em relação a temas e textos que ele próprio recomendou.
Penso que Reflectindo está em vantagem quando se trata de repetir o que está mal. Vejamos as questões sobre ideologia e sistemas. Aqui Reflectindo saltita de um equívoco para outro. Por exemplo, essa história da extrema-direita e feudalismo é bullshit. Feudalismo é coisa da idade medieval que ninguém defende hoje, talvez à excepção dos latifundiários na América latina. O que caracteriza a extrema-direita é simplesmente o populismo em defesa de interesses particulares. Económica, política e ideologicamente a extrema-direita tem uma orientação totalitária. Não é à toa que o nazismo se chamava socialismo nacional e degenerou no fascismo. O discurso da Renamo e do MDM está mais próximo da extrema-direita do que o da FRELIMO, que insiste na produção de riqueza como condição de distribuição.

Amigo Karim, nem tudo o que pensa é a verdade. Já que tu pensas que Carlos Serra é bom académico, pensas também que ele seria bom conselheiro técnico. Embora eu considere Elísio Macamo bom sociólogo, não penso que ele seria necessariamente bom conselheiro técnico. Há diferenças fundamentais entre Carlos Serra e Elísio Macamo. Carlos Serra conhece a verdade e só diz a verdade. Elísio Macamo tem dito que não está interessado na discussão de conclusões.
Elísio Macamo está mais interessado em saber como as pessoas chegam às conclusões a que chegam. Os seus textos são quase sempre uma proposta de procedimento. É por isso que ele tem criticado Carlos Serra. Ele não nega os linchamentos, mas pergunta se o procedimento metodológico proposto por Carlos Serra conduz necessariamente às conclusões que ele tira. Portanto, Elísio Macamo tenta fazer o que o académico devia fazer enquanto Carlos Serra se envolve na discussão política abusando da autoridade académica.
Mesmo o texto em discussão mostra esta abordagem de Elísio Macamo. Ele não está a dizer que a FRELIMO é corrupta, incompetente ou sei lá. Ele tenta descrever o contexto político dentro do qual certas coisas se tornam possíveis. Quem concorda com esta abordagem tem menos razoes para tirar o tipo de conclusões bombásticas que se tiram sobre a suposta incompetência da FRELIMO.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Mano Karim,

Entendo o que estás a dizer, mas tenhamos em conta que não é só ao Viriato Tembe a quem dirigimos as palavras. É para tantos leitores.

Evidentemente que Tembe é uma pessoa boa, aberta para connosco, embora eu duvide que ele seja crítico no seu partido sobre o que não construi a nacão mocambicana. Nunca li suas críticas para quer que seja do governo, mas sua advocacia. Então, Viriato Tembe deve ser um homem preso. É aqui onde insisto.

Debates libertam os homens.

Anónimo disse...

Caros Reflectindo e Karim, o caso de MBS é um exemplo de como Elísio Macamo participa no debate. O essencial da sua intervenção não é que a FRELIMO deve distanciar-se de MBS. Pelo menos é assim que eu entendo o artigo que ele escreveu. Como sempre, Elísio Macamo faz uma proposta de abordagem. Ele diz que se a FRELIMO age de acordo com princípios, então um possível princípio seria o que diz que um partido deve manter a sua imagem limpa. Logo, se algum membro cai sob suspeita ele tem a responsabilidade de tomar a iniciativa ou outros camaradas podem exigir isso dele. Ninguém sabe se isso aconteceu ou não.
Mas usando esta abordagem podemos também dizer que um principio sagrado da FRELIMO é não agir com base em suspeitas e acreditar na boa fé dos seus membros. Suspeito que, na sua abordagem metodológica, Elísio Macamo subscreveria esta actuação. Sabe-se que Todd Chapman era muito hostil à FRELIMO. Não se pode negar a possibilidade de pôr rumores a circular para desestabilizar este Partido. Em tudo o que foi escrito por Elísio Macamo não há nada que ajude a decidir que principio seguir. Pelo que é possível perceber do que ele escreveu no blogue, pode-se concluir que ele próprio diria que a sociologia não disponibiliza os recursos para a escolha de princípios. Esta é outra diferença entre ele/patrício Langa e Carlos Serra. É por isso que pessoas como karim reconhecem talvez nunca ter lido bem os seus textos. Eles querem um académico que lhes diz como as coisas são. Carlos Serra faz isso muito bem. Elísio Macamo não. Ele sugere como analisar as coisas. Por isso, ele costuma dizer que pensar dói. Karim andou com medo de pensar todo este tempo. Preferia as Verdades definitivas de Carlos Serra.
Quem achar que esta interpretação de Elísio Macamo está errada pode ir ler as rubricas "xithlango", "direito à razão" e muitos textos sobre a crítica. Uma vez até foi insultado por simpatizantes do MDM por ele ter tentado mostrar a coerência da decisão de Ivone Soares de continuar fiel a Dhlakama.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Amigo Tembe,

1. Vamos devagar sem acusações sem fundamento. Carlos Serra raras vezes diz o que ele mesmo pensa. Por outro lado, Carlos Serra é quem expressa e assume abertamente como endo esquerdista. Acredito que ele tenha esse pensamento, mas tenho a máxima certeza que tu o consideras inimigo do que consideras a mim – teu adversário. És inimigo de esquerdistas?

2. O caso Cahora Bassa está ligado ao Wikileaks e Todd Chapman. Não está? Mas sugerires que eu conduza isto a uma outra discussão o farei. Apenas não permitirei (lol) as duas fintas. Dá-me o teu e-mail aqui: askwaria@gmail.com que é para te alertar quando esse post foi publicado. Tenho contacto de muitos frelimistas como Basílio Muhate, Amosse Macamo, Júlio Mutisse e nunca os fiz mal.

3. Eu escrevi que é a Frelimo que tem a política de capitalismo selvagem e por isso feudalista. É com conhecimento que escrevi de feudalismo porque muitos frelimistas pensam e vivem como aquela gente da idade mediaval. A nobreza é ser-se frelimista.

4. O que é problemático não é producão, mas a exploracão. A Frelimo não mobiliza para producão, mas que os mocambicanos se calem enquanto a nomenclatura rouba, explora e escraviza os seus concidadãos. Como é possível que esta nomenclatura fale de justica social. Com sorte, o meu amigo Viriato Tembe vive numa ilha de Moçambique onde se procura fazer uma justica social.

Estamos juntos!

Abdul Karim disse...

Tembe,

" Karim andou com medo de pensar todo este tempo. Preferia as Verdades definitivas de Carlos Serra."

Eu nao andei com medo, talvez pela mudanca e "pela forma como o caminho se faz aos meus pes ( parafreseando Paulo Cuelho )" me tennha deixado algo complicado, confuso e inseguro, ate pela mudanca de Mocambique para India num processo totalmente desconhecido, nao 'e medo de pensar,

Desculpa Mano, com muito respeito por Elisio Macamo e seu talento, mas recuso a compara-lo com o Mestre Carlos Serra.

Mas em relacao ao Carlos Serra, o problema nao esta no metodo,do metodo ja li Rene Descartes e gosto muito do Metoddo do Mestre Carlos Serra, as Verdades de Carlos Serra sao Verdades Uteis com propostas de solucoes e com capacidade de induzir, muitas vezes a introspeccao, principalmente util numa fase de crise de valores, actual, como a nossa com maior intencidade, ainda que a crise seja global,

Limitar ou propor Carlos Serra para conselheiro tecnico, 'e um erro tremendo, ele 'e Mestre, 'e Estrategico, e Sabio, portanto eu nunca iria propor ele pra concelheiro tecnico, aquela sabedoria do Mestre Carlos Serra nao 'e pra aconcelhamento tecnico, mas para solucoes de problemas complicados de sociologia, que a um determinado angulo de analise, sao problemas actual que requerem solucoes imediatas, mas tambem numa visao clara sociologica e estrategica de medio longo prazo,

Avaliar a sabedoria do Carlos Serra, nao 'e trabalho dum comum mortal como eu ou tu, o maximo que Nos podemos fazer 'e tentar garantir que o Pais tire o maximo de proveito e beneficie a maioria do Povo, incluindo partido no poder e governo, do conhecimento e sabedoria do Carlos Serra.

'E estremamente "diminutivo" propor um Carlos Serra a conselheiro tecnico, ele 'e um Mestre, pode fazer aconselhamento tecnico, se ele assim achar, mas ele nao concelheiro tecnico, ele 'e um Mestre.

Isso 'e o que "nos" nao queremos entender, e como tal, deixamos essa sabedoria toda dele, apenas em livros dele, quando esta ai ele, O Mestre em Pessoa.

A nossa atitude "diminutiva" para com ele, 'e um desperdicio total de inteligencia.

Reflectindo disse...

Caro amigo Tembe,

Será que tudo te vale, mesmo que seja de te fazer em quem não sabe ler para justificares a tua defesa a tudo que suja Moçambique desde que isso sirva à Frelimo? Saibas que assim mais sujas a tua Frelimo. Mas vou cá fazer um jeito de citar o que Elísio Macamo escreveu e eis:

nenhum moçambicano sensato pode ficar indiferente à facilidade com que esta gente da droga se movimenta no nosso país. sempre acreditei que as verdadeiras razões da morte de carlos cardoso tinham a ver com os negócios da droga e as histórias que vamos lendo por aí reforçam a minha convicção. temos que nos distanciar desse pessoal. incomoda-me muito que um indivíduo que sofreu o tipo de acusações que o proprietário do mbs sofreu não tenha o sentido patriótico de, pelo menos por iniciativa própria, suspender a sua qualidade de membro do partido frelimo enquanto limpa o seu nome para não manchar a imagem do partido.” “(Macamo, in Ideias Subversivas).

V. Tembe, será que sempre que lês o que Elísio Macamo pensas que escreveu o que estás a favor enquanto que Serra é o que estás contra? Será que pensas que Macamo não vai ler a tua interpretação?

Dizes que sabe-se que Todd Chapman era hostil à Frelimo, insistes a escrever mal a sigla como se membro desse partido não o fosses, mentiras que não gosto. Nessa FRELIMO vice-presidente eleito foi Urias Simango. Quem sabe o que dizes? Eu não sei nada disso. Qual a tua prova?

Por último, Elísio Macamo como qualquer outro, por exemplo, Carlos Serra, devem ser interpelados. No caso que dizes sobre Ivone Soares, uma amiga minha e tenho
apresentado os meus pontos críticos, o mesmo que faço com Mussá, Lutero, Daviz, e demais, não concordei com Macamo porque o percebi que não via com bons olhos a necidadade de de se criar o MDM.

Tenho muitas dúvidas quanto às tuas crenças: um pensamento partidário, tribal, racista? Podes ir para além disso ou pensas que fora disso tudo é pobre? Julgo faltar imparcialidade nisso.

Reflectindo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Reflectindo disse...

Karim

O que põe alguns ou muitos frelimistas contra Carlos Serra é uma questão ideológica. Isso que estamos aqui a discutir. Carlos Serra é esquerdista, defende políticas esquerdistas ou pelo menos justiça social enquanto que o nosso amigo Viriato Tembe é por capitalismo selvagem, onde se finge que é por vender capulanas ou criar patos que se tornou rico.

Adenda: há vezes que Carlos Serra se chateia com crítica à política esquerdista e não publica comentários apenas por isso, os meus também. Acho mau, mas o blog é dele e ele usa do seu direito.

Abdul Karim disse...

Adjunto,

Carlos Serra 'e muito superior a qualquer ideologia, ele 'e Sociologo, e tal como o vinho, o Mestre Carlos Serra parece cada vez melhor com o tempo.

O proprio governo e o partido no poder, perde imenso em nao "aproveitar" O Mestre,

Perde o partido no poder, perde o governo e perde o pais, por nao "reconhecer" um Carlos Serra,

Com o devido respeito por todos sociologos Mocambicanos, partidarios ou apartidarios, mas nao estarei loge de dizer que todos eles queria ser Carlos Serra, la no fundo o consideram um Grande Mestre,

Quando eu entrei nos blogs, de sociologia via a discussao sobre a "utilidade da sociologia", ele 'e o unico em Mocambique que da imediata utilidade e indespensabelidade a sociologia, e nao aproveitar isso, num pais com graves problemas sociologicos, nao 'e so incoerente, mas 'e questionavel a todos os niveis,

Deixamos de ter um "role model" de reconhecido valor, nao "usamos" a sabedoria de um sabio, nao capitalizamos os seus pensamentos e reclamamos da crise financeira mundial, choramos da pobreza e andamos aos discursos de pobresa espiritual e mental,

havera alguma pobreza espiritual ou mental maior que nao "aproveitar" a sabedoria de um Mestre Nosso, quando mais precisamos ?

Abdul Karim disse...

Enganei-me, acho que "problemas sociologicos" 'e muito "emocional", diria problemas SOCIAIS,

Portugues 'e complicado.

He, he, he, he.

Anónimo disse...

Recuso-me a encarar qualquer cientista como um Papa ou um Deus. Daqui a pouco, Karim vai tentar convencer-nos de que o pensamento de Carlos Serra foi-lhe soprado nas alturas.
Lamento dizer-te, meu querido amigo, que nesse tipo de missas participarás sózinho. Ou, pelo menos, não conta comigo.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

Eu nao faco missa, apenas muito modestamente, nao consigo encontrar palavras que possam discrever a meu profundo Respeito pelo Mestre.

E SIM, a sabedoria 'e um "gift" divino, nao 'e so pra quem quer, ou pensa que tem.

E vamos fazer um agreement, nao "bates" nem "diminues" ao meu Mestre,

Sempre que quizeres "diminuir" alguem, diminue a mim, aceito com muito gosto, mas nao aceito que "diminuas" ou penses em "bater" ao Meu Mestre.

Por favor, nao voltes a "diminuir" O Mestre,

Por Favor, porque eu nao vou aceitar de bom grado.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, a palavra chave do trecho que me citaste do que Elísio Macamo terá escrito algures é "ACUSAÇÕES que o proprietário do MBS sofreu...". Acusaçòes. Não Condenações.

Tu próprio reconheceste que essas acusações não resultaram de qualquer investigação séria. Só não completaste que resultaram de fofocas a que o espião Todd Chapman era adicto.

Ora, se essa ACUSAÇÕES não resultaram de pesquisa séria, são produto de fofocas de Todd Chapman, porque achas que Elísio Macamo não subscreveria a solução de dar o benefício de dúvida a esse cidadão? Ou mesmo tu próprio, tendo em conta as tuas credenciais de liberal, de militante do Centro-Direita e de adepto do primado da lei, porque é que tu próprio não defendes um direito humano básico de Motti e de Bachir?

Repara, caro amigo, que ninguém aqui está a dizer que estes dois moçambicanos são uns anjinhos. Mas qualquer crime de que são acusados deve ser resultar de um exame em tribunal credível. Isso é o que defenderiam os liberais e militantes do Centro-Direita que eu conheço.

É próprio de adeptos do totalitarismo, da extrema direita, condenar indivíduos só porque foram acusados por grandes potências.

Eu não caio nessa, caro amigo.

Viriato Tembe

Abdul Karim disse...

E mais uma coisa,

Ele 'e O Mestre,

Nao 'e idolo, a minha religiao o Islam nega a idolatria,

E Deus so ha um, O Omnisciente, O Omnipresente, O O Poderoso.

Vamos continuar amigos, mas nada de "chatiar-me" com tuas "diminuicoes pensativamente sabias".

Abdul Karim disse...

Mano Tembe,

Continuando o assunto de Imagem e Identidade,

Ninguem esta tirar os direitos basicos ou o "pressuposto de inocencia" de moti ou bashir,

'e que a nivel Imagem e Identidade 'e prejudicial, e nao vai deixar de ser prejudicial porque eu ou tu queremos que deixe de ser,

Neste momento ja nem se trata da Imagem deles, mas o efeito "malefico" para o partido no poder, das acusacoes que foram feitas ao bashir,

E essa 'e que 'e a questao, e por isso que esta-se a reclamar e mesmo por essarazao que o Macamo sugere a "suspencao" do membro bashir,

Ninguem esta tirar os direitos basicos a ninguem, mas claro, que 'e tambem opcao doas "sabios" do partido e do governo, considerarem bashir "seu" orgulho ou optarem por "distanciar-se",

Afinal cada cabeca, uma sentenca, embora das sentencas das cabeca de alguns, sobrem efeitos "meleficos ou nefastos" sobre a cabeca de muitos outros, infelismente.

Tu e o Macamo sao do mesmo partido e pensam tao diferente.

Reflectindo disse...

Viriato Tembe,

O que eu disse para ti há mais de um ano continua sendo. Tu és frelimista fanático. Até lês Elisío Macamo a frelimista de princípios de capitalismo selvagem.

Quem é o ser humano sensato que duvida do que Elísio Macamo escreveu naquele comentário? Sabes que percebi logo do porque vocês não continuaram a escrever depois do Macamo? Veja que Elísio Macamo falou do que qualquer pessoa duma embaixada tem que fazer e o que ele mesmo já fez. Onde que é que está que Chapman foi espião? Sabes por acaso o que é ser espião? Sabes o que não gostariamos que qualquer estrangeiro fizesse no nosso país?

Aconselho-te a ler mais o comentário de Elísio Macamo, talvez possa aprender.

Infelizmente se Macamo pensou que nenhum moçambicano sensato podia ficar indiferente à facilidade com que esta gente da droga se movimenta no nosso país,... temos aqui Viriato Tembe. Ou diriamos que Viriato Tembe não é sensato ou os protege??? O teu xará deve ter muita razão, és frelimista fanático.

JOSÉ disse...

Percebo agora porque o Karim sugeriu o Viriato Tembe para a Selecção, tenho de reconhecer que este Viriato tem grande poder de finta mas na vida, tal como no futebol, a finta só não chega, há que rematar e marcar golo.
Penso que algumas coisas ficaram esclarecidas,posso perceber agora algumas posições de Viriato Tembe. mas outras coisas ficaram ainda mais confusas.
Vou ter de ler com muita atenção o texto de Macamo, pareceu-me ser bem claro mas pelos vistos carece de uma interpretação especial.
Quanto a Bashir e a Moti, para só falar nestes, eu concordo que as acusações devem ser investigadas e provadas mas tenho de questionar se o Governo e o Partidão tencionam fazer uma investigação séria.

O Jeremias Langa escreveu:
"A segunda dimensão do problema é que não devemos apegar-nos aos erros dos americanos para disfarçar um problema real com que nos debatemos, neste país. Erros de forma à parte, significativa informação referida nos telegramas tem tudo para ser verdade. O narcotráfico, a lavagem de dinheiro e a corrupção em Moçambique não são invenção daqueles telegramas americanos, escritos por Todd Chapman."

O que estamos afirmando é que as acusações podem ser falsas mas a realidade é que algumas podem ser verdadeiras e para que o nome do País não seja manchado seria necessária uma investigação séria.
Ainda sobre este tema, fiquei incomodado quando há dias vi uma foto de Bashir sentado à mesa com Margarida Talapa.
Não vou entrar no debate das ideoogias, reina uma grande confusão sobre a verdadeira ideologia do Partidão.
A minha expectativa ficou frustrada porque Viriato Tembe não avalia o desempenho de Daviz na sua cidade e hesita em revelar os nomes de homens de sucesso que singraram fora da sombra do Partidão.

Por último uma pergunta que, acredite, é feita sem qualquer maldade:é realmente importante que Samora não seja descendente dos Nguni? O facto de ser moçambicano não era suficiente?

JOSÉ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Abdul Karim disse...

Agora mais aserio como o comentario 100,

A "elevacao" de personalidades de reconhecido merito e "obra feita" 'e importante para o pais,

Alias se assim nao for, teremos sempre "idolos e ideais" que ao invez de nos dignificarem como pais, vao-nos envergonhar,

Mocambique nao precisa de ser envergonhado, tem capacidade interna para se Dignificar.

Nos jamais tornaremos Grandes, ao "diminuir" o que de Maior e Mais precioso temos,

Cabe ao governo decidir se pretende trabalhar ou nao, a Imagem e Identidade de Mocambique, eu na parte que me toca, apenas dei "um contributo" com o meu modesto saber, na minha area de intervencao profissional para o Meu Pais.

A "Bola" agora com quem de direito para decidir o melhor que achar.

Saio.

Anónimo disse...

José, estou sem tempo agora. Sobre a pergunta que me fez sobre Samora, vai ver o texto e os comentários de cariz profundamente tribalita do texto que Reflectindo me recomendou para ver. ë um texto que ele publicou há algum tempo. O texto é um amontoado de ignorâncias e mentiras. Os comentários, alguns deles, são profundamente tribalistas.

Era sobre isso que eu estava a reagir. Vai ver o texto. Diga-me se concorada com ele, já agora.

Viriato tembe

JOSÉ disse...

Viriato Tembe, eu já li o texto e os comentários.
Quero apenas recordar que o meu questionamento tem a ver com o facto de que alguns moçambicanos julgam-se mais moçambicanos do que outros e gostam de rotular os compatriotas. É nesse contexto que eu questiono se é sempre necessário fazer referencia às origens, asiática, europeia, norte, centro, etc., etc.
É ainda nesse contexto que eu tenho curiosidade em saber se o facto de Samora não ser descendente dos Ngunis tem qualquer importancia.

Já agora, repito que a moçambicanidade nada tem a ver com tribo, raça, simpatia política e outros factores que apenas servem para dividir. A minha proposta é que devemos capitalizar no que nos une em vez do que nos divide.

Reflectindo disse...

O Viriato Tembe gosta de dizer as coisas por conveniência. Quem mais é interessado pela cor, origem das pessoas é o amigo Viriato Tembe. Mas ele quer que a história não se questione se está escrita ou dita como lhe convém.
Da maneira como Viriato Tembe a partir do assunto sobre a Côte d'Ivoire aqui Tembe viajou para o mundo para explicar QUEM devia ou não devia governar em cada nacão, para mim deu para o entender como ele vê Mocambique, só que é por conveniência. Noutros temas Tembe tenta contradizer-se, mas nem todas vezes o consegue. Se não fosse por conveniência nunca chamaria por tribalistas aos que questionam sobre a na história.

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, a tua posição tem duas fraquezas fundamentais. A primeira é em que tu acusas os outros de serem fanáticos e projectas uma imagem de ti próprio como aquele que avalia argumentos. Só que tu aceitas apenas os argumentos que te convêm. Assim, ao invés de avaliares o argumento de Elísio Macamo sobre Ivone Soares preferiste interpretar as segundas intenções dele e na base disso rejeitar o procedimento proposto por ele. Isso não é cultura de debate. É fanatismo mal disfarçado. Reflectindo é omnisciente, sabe tudo.

A segunda fraqueza é que gostas de utilizar rótulos sugestivos na esperança de não ser questionado. Tu és do Centro Direita porque dizes que és do Centro Direita. Os que não concordam contigo são capitalistas selvagens. Com essa postura tu estarias em boa companhia na FRELIMO do passado que insistes em usar como caricatura eterna que não muda. O teu problema é de não dispores de recursos intelectuais para lidar com uma FRELIMO que muda. Tu precisas da caricatura duma FRELIMO imutável para poder continuar a chamar-se esquerdista.

Queria desafiar Elísio Macamo - caso ele leia os textos - a dizer como encara a possibilidade de a FRELIMO não reagir em relação às suspeitas sobre MBS por privilegiar o princípio de não agir sob suspeita. Será que a ciência tem resposta para o princípio correcto, caro Elísio?

Reflectindo, já reparaste que tens um estilo arrogante de argumentação? Tu sabes quando alguém tem razão e dá para citar, e quando não. A tua intuição é tudo. Porque desta vez não intuis que Elísio Macamo queira simplesmente cair nas graças da oposição ou tenha sido autorizado pelo seu partido a criar imagem de objectivo? Porque é que desta vez o argumento da teoria da conspiração não é usado? O que é que a intuição diz ao amigo Reflectindo? Desde quando é que a intuição é base de argumento? Se um dia Reflectindo governar vai ser por intuição?

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Caro Viriato Tembe

1. Sabez como se pode fazer presente sem participar do debate. Estamos aos 104 comentários sem responder as várias questões sobretudo, dizeres simplesmente o que te caracteriza de esquerdista. Fiz perguntas concretas sem recurso a teoria mas infelizmente optas por não respondê-las. Vou repetir algumas:

- Um esquerdista prefere distribuir frequentemente viaturas luxuosas para umas pessoas ou contratar professores para erradicar o analfabetismo?

- Um esquerdista defende a delapidação do património do Estado ou a combate?

- Um esquerdista defende a delapidação do Tesouro do Estado em nome da formação da BURGUESIA ou a combate?

Um esquerdista defende a exclusão sócio-económica ou inclusão?

São perguntas relativas ao que se passa na prática em Moçambique e eu procuro a tua posição pessoal. Considero existência de antagonismo e que os partidos modernos do Centro-Directa tomam uma posição clara, uma posição humanista.

2. Ao referires Elísio Macamo o confundes nos assuntos e pior é tentares mentir aqui que eu o tenha considerado numa acção de conspiração. Tenho desde o princípio desta postagem e noutros posts dito que tenho que CONCORDADO ou NÃO com Macamo, assim como com Serra e outros. E isso tenho notado que é muito contrário a ti. E muitas vezes procuras interpretar os textos ao teu gosto.

a) Se disse que no tema sobre a Ivone não concordei com ele e percebi que ele não via com bons olhos sobre a necessidade da criação de MDM, não achar-lhe conspirador. Para o teu conhecimento, mesmo eu tive muitas reticências no início do projecto e porquê Elísio Macamo não as teria?
b) O assunto tráfico de drogas não é nem deve ser visto como partidário, mas sim da nação moçambicana. Elísio Macamo tem escrito muitas vezes que escreve ou debate com consciência.

3. Por fim, considero-te frelimista fanático porque em todas as discussões nunca sais da Frelimo para debateres como moçambicano. Para ti, tudo o que é feito ou dito por dirigentes (os actuais) da Frelimo, é sagrado.

4. Do resto, se ao teu olhar sou arrogante ou não, é tudo contigo.

Anónimo disse...

caro reflectindo e demais debatedores,
tenho vindo a acompanhar esta discussão há alguns dias. como a discussão me parecesse essencialmente política não achei prudente soltar os meus comentários. senti-me tentado quando vi os comentários positivos tecidos ao texto extremamente fraco de noé nhantumbo, mas o comentário ficou longo e o blogue rejeitou-o tecnicamente. infelizmente ainda não desenvolvi o dom da síntese. por essa razão, e se o reflectindo me permite, vou reagir à interpelação de viriato tembe em pequenas porções. a discussão levantou várias questões que eu preciso de comentar antes de poder responder à questão colocada.
elísio macamo

Anónimo disse...

caro reflectindo,
vaidoso como qualquer outra pessoa, fiquei contente com as referências positivas ao meu texto. mas como escrevi no comentário anterior a avaliação positiva do texto de noé nhantumbo deixou-me perplexo e interessado em saber que aspecto do meu texto encontrou eco positivo nos seus leitores. tenho vindo a escrever com muita insistência que a minha participação em debates públicos não tem como objectivo ganhar a razão sobre seja o que for, mas sim identificar formas de analisar os nossos problemas que estejam acima das nossas preferências políticas. neste aspecto, o viriato tembe descreveu bem a minha abordagem. se eu disser que o governo é corrupto o tipo de discussão que gostaria de ter não é a discussão tipicamente moçambicana de pessoas que, por um lado, concordam comigo e outras que, por outro, discordam. gostaria que as pessoas me interpelassem ao nível das razões que uso para justificar essa conclusão. concordar ou discordar ao nível de conclusões é, para mim, o exercício mais fútil que existe e, já agora, o aspecto mais frustrante da nossa cultura de debate.
não me admira, portanto, que o karim, na abertura desta discussão, confesse ter estado mal impressionado com os meus artigos anteriores. todos os que se concentram apenas nas conclusões - e são muitos - têm essa impressão, também no sentido do que o reflectindo indica no comentário imediatamente a seguir ao do karim logo no início.
a verdade, porém, é que em todos os textos, incluindo os do meu defunto blogue, não tenho feito outra coisa senão insistido na necessidade de discutirmos premissas e procurar o acordo a esse nível. reconheço, contudo, que a dificuldade que muita gente tem em reconhecer isto advém do facto de que muitos leitores estão interessados numa discussão política. essa discussão anda de mãos dadas com conclusões. a discussão de premissas, todavia, tenta clarificar problemas e precisa de intervenientes também interessados nisso. continua...
e. macamo

Anónimo disse...

caro reflectindo,
prossiguindo: os consensos incomodam-me bastante, sobretudo quando as razões desse consenso não me parecem claras. um dos consensos que me tem incomodado bastante nos últimos anos é o que considera o governo moçambicano mau. há duas razões principais para o meu desconforto. a primeira é que dizer o que está mal - num contexto como o moçambicano, onde muita coisa está mesmo mal - me parece o mais fácil e, portanto, intelectualmente pouco estimulante. ninguém fica mais esclarecido repetindo apenas o que está mal. a segunda razão é que vejo algum valor analítico em assumir a posição de advogado do diabo para perceber melhor a natureza do problema. por essa razão, não me satisfaço com muia facilidade com o que se diz sobre o governo, mugabe, corrupção, etc. e ao longo dos anos acho ter ganho uma perspectiva mais complexa da natureza dos nossos problemas que me faz acreditar que ainda estamos longe de perceber porque o estado do nosso país nos incomoda. ainda não conseguimos ver que muitos de nós - incluindo os chamados críticos - somos parte desse problema.
agora, quem numa discussão está apenas interessado em saber quem é o bom e quem é o mau perde, em minha opinião, a oportunidade de ganhar esta outra compreensão do problema. a coisa piora neste contexto político que faz pesar sobre todos o ónus de declararem de que lado estão. não sou (e nunca fui) membro da frelimo, embora tenha muitos amigos militantes com quem troco impressões e a quem dou uma mãozinha em várias coisas que me pedem. nunca votei, já agora, na frelimo (embora por uma razão técnica simples: nunca votei na minha vida!). insisto porém num aspecto: a validade do que digo e escrevo não pode (logicamente) depender disso. todo aquele que participa numa discussão devia ter o cuidado de avaliar os argumentos dos outros segundo os méritos desses argumentos. se eu digo que lá fora chove a veracidade disso não vai depender da minha condição de membro da frelimo ou do mdm. mesmo nos casos onde alguém diz uma coisa por razões políticas a validade do conteúdo só pode ser avaliada com utilidade segundo critérios que estão acima da orientação ideológica. o meu convite tem sido de procurarmos identificar esses critérios e discutir a esse nível. continua (lamento)...
e. macamo

Anónimo disse...

caro reflectindo,
peço mesmo desculpas, mas isto está mesmo longo. tenho uma posição clara em relação ao nosso sistema político. logo no primeiro mandato de guebuza publiquei uma série de textos no jornal notícias em que, entre outros, convidava o presidente a fazer tudo para fortalecer a oposição. outra coisa que tenho escrito com muita insistência nos últimos tempos é que os poderes do chefe do estado precisam de ser limitados. sou também por uma maior responsabilização individual dos detentores de pastas ministeriais. não escrevo isto por hostilidade à frelimo. faço-o porque como qualquer outro moçambicano estou interessado em identificar os aspectos do nosso sistema político que emperram. o surgimento do mdm como terceira força política jamais me incomodou porque com ele só pode beneficiar o sistema político em geral. as condições em que ele surgiu, contudo, incomodaram-me bastante e nunca justificaram, em minha opinião, a euforia que se criou ao seu redor. foi mais um caso dum consenso que me provocou intelectualmente. o problema que se tornou evidente naquele conflicto pareceu-me estar relacionado com o controlo jurídico dos procedimentos partidários que, por sua vez, diz muito sobre a qualidade do nosso sistema político. surpreendeu-me que gente que se declarava lutar pela democracia não tivesse procurado corrigir os procedimentos no interior da renamo e, falhando isso, não tivesse colocado esse aspecto na agenda política nacional. também já escrevi sobre isto. as celebrações triunfalistas do espírito democrático da nova formação política deixaram-me muito desconfiado e, confesso, até aqui não consegui encontrar razões para supor que o mdm seja aquilo que declara ser. isto não torna o partido mau ou coisa a abater, mas contextualiza melhor a sua intervenção e faz-me supor que a sua actuação no poder não seria fundamentalmente diferente do que critica hoje.
continua...
e. macamo

Anónimo disse...

caro reflectindo e demais,
tudo isto para dizer que a discussão só é útil quando esquece intenções ulteriores, esquece as conclusões e procura saber se podemos chegar a consenso em relação aos termos de análise. o meu entendimento de ciências sociais não me permite dar instrucções a seja quem for sobre o tipo de coisas em que ele deve acreditar, muito menos sobre como tomar decisões morais. pessoalmente, sou de opinião que o negócio da droga constitui uma forte ameaça à estabilidade do país e as razões que o tornam forte transcendem a ganância individual dos nossos actuais governantes. na actual situação do país não tenho a certeza se outro partido seria menos vulnerável. seria bom que o partido no poder se distanciasse desse pessoal como forma de salvaguardar a sua imagem. aceito, contudo, o argumento proposto por viriato tembe sobre a possibilidade de a frelimo agir de acordo com o princípio de não agir sob suspeita. não compete a mim decidir (do ponto de vista da ciência) qual é o melhor princípio. vejo, contudo, que uma discussão ao nível de princípios em competição pode ser mais útil ao país do que a troca de acusações ou a exigência que um lado obedeça aos princípios do outro lado.
na verdade, esta questão constitui um bom exemplo de como imagino a discussão dos nossos problemas. o problema não está em identificar os malvados da droga e exigir o distanciamento (como eu o fiz), mas sim em procurar um consenso em relação ao que fundamenta os princípios que regem a nossa actuação política sabendo de antemão que um possível acordo é apenas provisório, tanto mais que nenhum de nós detém o monopólio da verdade. o meu texto tentou ser uma contribuição nesse sentido. foi, na essência e no conteúdo, igualzinho (pelo menos foi assim que o pensei) ao que escrevi a comentar as críticas de jorge rebelo e que alguém no canal de moçambique malvadamente interpretou mal. se não estivesse já habituado aos comentários mal qualificados de muita gente (tenho por vezes lido comentários de gente que tem dificuldades em perceber um texto, mas se sente na obrigação de se pronunciar...) não recuperava das várias síncopes que isso me daria...
abraços e imensas desculpas pelo comprimento da contribuição!
e. macamo

Reflectindo disse...

Caro Elísio Macamo

1. Obrigado pela tua reacção num artigo da tua autoria. Publiquei-o como tenho publicado outros para provocar debates.

2. Pessoalmente gosto de ler, portanto, não há problemas para mim que os textos sejam longos. O essencial é que sejam claros.

3. Onde eu tiver que interpelar ou replicar farei com o tempo. Mas com os mesmos objectivos com que publiquei o artigo em séries, vou puxá-lo para cima e entre as postagens mais actuais. Assim, os leitores têm uma boa oportunidade de ler os últimos comentários.

Um abraço

Anónimo disse...

Uff!! Longo, mas saboroso. Tal como reflectindo também gosto de ler. É o meu vício. E gostei de ler este texto lúciodo de Elísio Macamo.

Mais comentários depois de ter digerido, também, os últimos comentários de Reflectindo, Karim e José.

Viriato Tembe

Reflectindo disse...

Caro Elísio Macamo

Mais uma vez obrigado por teres reagido sobretudo neste longo debate que parte do teu texto. Acho que explicaste-te porém, na minha opinião, o que te frusta é realmente a tua procura de fazer regras para debates “livre”, excluindo outros elementos muitíssimo importantes como experiências e percepções pessoais e diferentes que por vezes conduzem a conclusões diferentes e não consensos. Lembro-me muito da tua abordagem e os fortes debates tanto no teu blog como nos vários. Eu por exemplo, concordo e respeito que a tua participação em debates públicos não tenha como objectivo ganhar a razão sobre seja o que for, que identificar formas de analisar os nossos problemas. Entretanto, vejo isso muito teórico e que limitaria a todo e qualquer que não tivesse estudado a metodologia de investigação, embora tenha boa experiência de vida e boas percepções. Para recordar-me foi esse tipo de discussão que tivemos em 2007 no blog de Elígio Vaz sobre a actual CNE.

Concordo contigo e defenitivamente que os nossos debates, deviam deixar de vestir a capa partidária para discutirmos sobre os pobres da nação num “espaço comum” esse que está cada vez mais a reduzir-se. O mesmo concordo contigo com a tua frustração quando é para dizer o que é mal e solução, mas eu noto que é algo muito difícil de debater se não estivermos num estúdio da Rádio ou TV, mas mesmo lá tenho visto ou notado estrategas que sabem queimar o tempo para evitar o debate. Noto que aqui na blogsfera é fácil aparecer alguém a exigir o que concretamente está mal e a solução se o proponente for evasivo. Ao contrário, se alguém aparece com prova e fontes, os que exigiriam provas e solução mantêm-se silenciosos. É desta forma que assuntos de actualidade menos se discutem.

Na minha opinião, uma das tendências de muitos nos nossos debates é de falar só do mau para obstruir o bom ou falar só do bom para obstruir o mau e tudo dependendo das intenções de quem diz – isto como é sobre o estado da nação. Sobre o conteúdo deste teu texto, praticamente aqui não falamos, senão sobre vários temas.

Sobre as tuas propostas a Guebuza para reforçar à oposição já algumas dei referências noutros momentos. Os textos estão no Ideias para Debate, de Machado da Graça. A razão de discordar contigo no tema sobre Ivone, foi de eu ter me apercebido desde cedo, mesmo em 2004 que Armando Guebuza enfraquecia os partidos da oposição na medida em que fortalecia os líderes destes partidos (da oposição) ou concretamente a Afonso Dhlakama. Sobre esta minha posição ainda continua e muitas vezes tenho escrito aqui e não menos quando é para falar da partidarização do sector público. Aliás, a situação, leva-me a concluir que fortalece a Frelimo em termo de número de assentos nas Assembleias ao mesmo tempo que enfraquece os seus membros...

Quanto à tua opinião sobre o MDM, escrevi na 4.a e última parte deste artigo, embora lá tenha faltado que pela primeira vista pensei que este era o prenúncio do fim da oposição em Moçambique...

Abraço

JOSÉ disse...

Gostei muito da participação de Elísio Macamo mas subscrevo inteiramente o que Reflectindo escreve:

"o que te frusta é realmente a tua procura de fazer regras para debates “livre”, excluindo outros elementos muitíssimo importantes como experiências e percepções pessoais e diferentes que por vezes conduzem a conclusões diferentes e não consensos."

É evidente que as ideias e as opiniões não podem ser analisadas como num laboratório científico, se assim fosse eventualmente caminhavamos para uma unanimidade de ideias e opiniões. A experiência pessoal e a nossa percepção das coisas são elementos importantes para a formação de ideias e opiniões, temos de ser cooerentes e lógicos, mas é difícil e até imprudente estabelecer regras.

A realidade é que há divergencia de opiniões e isso acho que é benéfico, deviamos capitalizar nesse factor. Ninguém é dono da verdade e quem pensa de modo diferente não pode ser considerado inimigo. Também seia útil ao debate se as pessoas despissem as camisolas partidárias.

Abdul Karim disse...

Bem, eu tinha saido do debate,

Mas nao posso de deixar de responder ao pedido do ultimo comentario do Mano Tembe, e em relacao ao Macamo,

Apenas nao sabia, sempre pensei que ele fosse membro do partido no poder,

Por outro lado tambem, em relacao a metodologia, que poderia traduzir, em talvez "giria" popular: o Elisio Macamo gosta de curtir a viagem e nao objectivamente chegar ao pico da montanha,

Acho essa metodologia muito "academica", e eu gosto de curtir o caminho e o pico.

Mas tambem gostei, foi longo mas explicito e conclui a viagem desta vez, o Elisio "curtiu"" o caminho e "chegou" ao pico.

'E BOM, eu fiquei muito mais claro em relacao ao seu posicionamento, e quando estamos claros em relacao ao posicionamento de quem esta no debate, 'e sempre mais proveitoso e agradavel.

Anónimo disse...

caro reflectindo,
penso que estamos a conversar. é possível falarmos acima de diferenças políiticas. não precisamos de curso de metodologia para esse efeito. precisamos apenas do interesse em abordar problemas. tenho entrevistas de grupo feitas a camponeses da periferia de xai-xai num trabalho académico que deixaram estupefacto um grande sociólogo alemão (ulrich overmann) pela qualidade argumentativa das intervenções. isso naturalmente é um mau atestado às suas suposições em relação aos camponeses de xai-xai...
não me frusta o facto de a minha procura de regras de debate livre esbarrar com dificuldades. frusta-me mais ser arrastado para o debate político quando o meu interesse é outro. o debate político tem as suas regras e eu respeito-as. a minha intervenção é feita num contexto político e, por isso, sujeita a essas regras. não obstante, não me parece sensato que gente inteligente insista apenas nesse lado da questão. o meu blogue era de sociologia, mas tinha que lidar com as coisas da vida. faço as minhas outras intervenções como sociólogo. sempre encorajei os meus leitores a procurarem no método (acessível, ainda que intuitivamente, a todos) os recursos para abordarem o país. tomo a minha tarefa de educador a sério. nunca encorajei nenhum dos jovens que me tomou como exemplo a raciocinar mal como alguns dos meus colegas fazem publicamente com elogios inoportunos a textos de fraca qualidade. muitas vezes abordo-os em privado e chamo atenção para a fraqueza do seu texto. muitos têm reagido de forma positiva e chegam, por vezes, a alterar o texto. há os que não aprendem. já estive, por exemplo, numa controvérsia criada por uma entrevista (a mim) com perguntas mal feitas e que foi interpretada de forma política. em privado, escrevi para o autor da entrevista a explicar-lhe porque eu não podia ter respondido de forma diferente às suas perguntas dada a sua fraca qualidade. ele agradeceu e desculpou-se, mas nunca teve a rectitude de vir a público dizer isso - apesar de ter participado activamente no desfiar de teorias de conspiração sobre a minha ignorância. continua...
e. macamo

Anónimo disse...

... o compromisso com o método é marca de integridade intelectual, mas ninguém é íntegro por natureza. cada intervenção põe isso à prova.
a última parte do texto em discussão mostra que não acredito em verdades transcendentais, nem creio deter a verdade. espero que ainda a publique, se ainda não o fez. mostra as vantagens de procurar identificar os problemas. contém, inclusivamente, dicas importantes para qualquer partido de oposição sério (como também para aqueles que no interior do partido no poder estão mesmo comprometidos com o que o seu programa diz).
abraços
e. macamo

Reflectindo disse...

Caro E. Macamo

A última parte do seu artigo publiquei há muito tempo, no dia 27 de Dezembro. Isso se for o único publicado no Notícias no dia 23.12.2010.

Abraço

Anónimo disse...

obrigado. e. macamo