quarta-feira, janeiro 19, 2011

Da Indignação de Edson Macuácua aos factos (2)

Monopartidarismo é melhor sistema para desenvolvimento - considera Marcelino dos Santos

O LÍDER histórico da FRELIMO, Marcelino dos Santos, voltou a defender a sua tese de que para ele, um monopartidarismo levado com seriedade pelos que o dirigem é o melhor sistema para que um país se desenvolva com maior rapidez, porque todos os habitantes do país em que esteja em vigor se concentram e se centram num e único objectivo – que no caso de Moçambique de hoje seria o desenvolvimento do país.
Numa longa dissertação que fez durante uma entrevista que deu em Acra aos jornalistas moçambicanos que cobriram, na última terça-feira, o 50º aniversário do Gana, e em que ele era um dos convidados na sua qualidade de antigo estudante neste pais, na década de 60, Marcelino dos Santos deixou claro que muito embora não seja anti-multipartidarismo, ele acredita que um sistema monopartidario é o que melhor permite que não se desperdisse tempo e energias dos cidadãos e devotem todos os seus esforços naquilo que se tenha como prioridade máxima para todos eles.

Para ilustrar a validade desta sua tese e como quem se guia pelo aximoma de Cícero de que 'quem não se vale do passado morre criança', Marcelino dos Santos valeu-se da história moçambicana para se defender, dizendo que o que fez com que os moçambicanos fossem dos mais bem sucedidos de entre os povos das ex-colónias que lutaram contra o colonialismo português foi quando decidiram unificar as três formações politicas que então lutavam cada uma à sua maneira, nomeadamente a UDENAMO, MANO e a UNAMO, numa simbiose que se transformou numa só frente que, como se sabe, foi a FRELIMO.

Disse que sem a unificação dessas três formações não teria sido facil aos moçambicanos construirem a sua unidade e dar lugar a um só povo uno e indivisível que é hoje, e que lutou ja como uma única força, que tinha um único objectivo, que era a conquista da independência do seu país.

Na sua defesa ao monopartidarismo como sua opção estratégica para um fim colectivo, Marcelino dos Santos fez questão de deixar claro que com isso não quer dizer que é contra a prevalência de outros partidos - muito pelo contrário - mas que onde é possível ter-se um único partido que seja capaz de dar resposta a todos os anseios e objectivos do povo não vê como isso pode ser chumbado só e só pelo simples facto de que alguem acredita automaticamente que é um sistema ruim.

Vocês não acreditam que só quando os moçambicanos se uniram em torno duma única frente e se tornaram num só povo e, consequentemente, numa só força, com um só guia que era a Frelimo, é que conseguiram alcançar o objectivo que todos almejavam há séculos, que era a independência?, interrogou Marcelino dos Santos em tom sério, antes de reiterar que não se pode ver o monopartadarismo como sendo um sistema político intrinsecamente mau.

Diz que só se torna mau quando os que o lideram se deixam levar pelo sabor do poder e não mais sirvam os interesses do povo, mas apenas o deles. Destaca que essa tendência não se circunscreve apenas ao sistema monopartidário, como é susceptivel de ocorrer também num sistema pluralista, com alguns políticos a valer-se do poder politico para colherem beneficios para si, em prejuízo do povo em cujo nome estarão a dizer estarem a servir.

Vincou que o egoísmo de certas pessoas não ocorre apenas num sistema monopartidário, mas também no pluralístico, desde que os que estão no poder não sejam pessoas que tenham amor pelo povo.

PARTIDO ÚNICO AGLUTINA O POVO

Marcelino insistiu que mesmo onde haja multipartidarismo pode acontecer que um dos partidos acabe sendo o único que é eleito pelo povo para ser de todos eles, e assim estar no poder para toda a vida.

Diz que isso é possível, desde que esse partido seja capaz de se identificar com os interesses e anseios da maioria, para que ofusque todos os outros e seja o eternamente votado, enquanto que os demais nunca terão a chance de chegar ao poder.

Para Marcelino dos Santos, a alternância do poder entre os partidos é consequência da falta de um partido que seja capaz de provar pelo trabalho e liderança que é o melhor de todos os que possam existir no xadrez político de um país, daí que o povo não terá como senão ter de ir experimentando todos eles, para ver se ha um que possa melhor servir os seus interesses.

Diz que acredita que se a FRELIMO manter-se como um acérrimo defensor dos interesses dos moçambicanos não tem dúvida que será sempre o partido vencedor das eleições no país, o que, em ultima análise, significaria que em Moçambique haverá só um único partido de facto com expressão e não vários como se assume, porque na verdade não têm implantação real no país.

Admite que caso a FRELIMO continue a liderar seriamente o povo como o tem vindo a fazer desde a luta pela independência, não tem duvida que Moçambique será um país de vários partidos, mas de um so de facto – que é essa sua Frelimo – porque os ourtos terão apenas uma existencia nominal e não real.

Ou acham que é impossível que um partido que seja tão bom para todo o seu povo nao é capaz de aglutinar todos e ser forca-motor para um desenvolvimento mais acelerado num país? Se ontem fomos capazes de fundir três formações e atrairmos todos os moçambicanos a se juntarem à única que emergiu e lutou pela independência, por que é que agora não seremos capazes de protagonizar o mesmo feito para lutarmos como um só povo contra a fome e pobreza?, interrogou-se, antes de vincar que há por esse mundo fora partidos que ficam no poder durante anos a fio, porque os seus povos não vêm razão de os destronar do poder para colocar outros no seu lugar.

A Singapura é um desses países que desde que ascendeu a independência, há também 50 anos tal como o Gana, e tenha um sistema político eminentemente pluralista, o seu povo nunca mais optou por outro partido que não seja o que o libertou do colonialismo. Para Marcelino dos Santos, os partidos são como os cavalos – não se mudam quando correm bem.
MATAR O TRIBALISMO

Instado a indicar algumas das causas que retardam o desenvolvimento das nações africanas, apontou o tribalismo como sendo uma delas, porque, segundo afirmou, impede a unidade dos povos e dispersa as suas energias. Vincou que o que faz com que o tribalismo atrase o desenvolvimento de um país é que cada tribo se encara como uma entidade única que não tem nada a ver com as restantes tribos que coabitam no mesmo pais.

Nós em Moçambique somos felizes, porque logo no começo da nossa luta pela independência tratamos de matar o tribalismo, e hoje encaramo-nos como um só povo unido e que tem um só objectivo – o desenvolvimento', disse.

Instado a apontar o “remedio” para que o tribalismo não reemerge, apontou a resolução dos problemas do povo como sendo o mais eficaz. 'Caso a politica de desenvolver cada distrito do nosso pais seja bem sucedida, nunca mais teremos problemas tribais no nosso país, disse em tom convicto, antes de destacar que o que criou tumultos em muitos paises africanos é que não se matou o tribalismo e se manteve até muitos anos depois da independência.

Disse que se se tivesse abraçado e aplicado a visão de Nkwame N´Krumah de que todos nós somos africanos e não cidadãos que pertencem a uma tribo ou mesmo país África teria evitado muitos dos problemas com que teve de passar tragicamente.

'Felizmente, essa sua visão está vingando, daí que hoje temos a União Africana e estamos a abolir os vistos entre os nossos países, como o fizemos na nossa região da SADC', disse, vincando que com isto estamos a aplicar o apelo de N´Krumah de que África deve unir-se' se quer salvar-se dos seus inimigos.

GUSTAVO MAVIE, da AIM

Fonte: Jornal Notícias - 09.03.2007

Reflectindo: Sobre este pronunciamento  também não houve reacção de distanciamento por parte da liderança do Partido Frelimo para que pudéssemos considerar uma opinião pessoal do veterano.

43 comentários:

Anónimo disse...

Comos empre ve=se que o Edson Macuacua nao passa de um palhaco na Frelimo. OS donos sempre aparecem a dizer aquilo que e' a Doutrina do partido.coitado deste camarada com as suas palhacadas e macacadas vamos nos divertindo...Provavelmenete ele nao consulta os mais velhos antes de balbiciar as suas baboseiras.

Julio Mutisse disse...

Bro, A Frelimo tinha que vir se distanciar da opiniao de um membro seu? Expressa de forma livre? Quantas vezes a Frelimo teria que se distanciar desta conviccao do velho Marcelino ja expressa varias vezes antes? De cada vez que ele se manifestar a favor do que ele acredita o Partido deve vir se distanciar?

O Edson Macucua quando fala vincula a Frelimo na sua qualidade de porta voz. Marcelino, com todo peso que tem no Partido, uma voz autorizada dentro deste fala em seu nome sobre as suas conviccoes.

Abdul Karim disse...

Mutisse,

Nessa prespectiva que colocas, queres dizer que es favor dum multipartidarismo real, uma democracia de verdade ?

Essa pergunta surge na sequencia de constantes declarcoes do proprio macuacua, com muito maior intencidade nas ultimas eleicoes, que tem insistentemente se mostrado publicamente defensor dum desaparecimento da oposicao e ate insignificancia do mesmo.

Muito honestamente tambem quero que penses na tua resposta, pois as tuas declaracoes podem, ser ou nao ser, vistas com agrado dentro do teu proprio partido,

Por outro lado, no "acordo pro teste de consenso", eu estava a pensar numa segunda fase em que as o porta voz da blogosfera para inicio de dialogo com os 'poderes decisores" para a mximizacao das ideias geradas, fosses TU, ate pela proximidade e capacidade de dialogo dentro do governo.

Reflectindo disse...

Bro Mutisse,

Veja o título: Da indignação de Edson Macuácua aos factos.
Estou tentando questionar sobre o que indigna ao porta-voz da Frelimo. É a constatação dos bispos? Porquê nunca se indignou com o discurso público de Mariano Matsinhe e Marcelino dos Santos? Estranho ainda é que Edson Macuácua usa o vocabulário de Mariano Matsinhe.

Lendo nas entrelinhas o discurso de Mariano Matsinhe e analisando as práticas da CNE e CC, o que podemos concluir?

Julio Mutisse disse...

Heheheh Yiwe Abdul Karim pa. Sou a favor da uniao na diversidade, apaixonado pelas coisas escritas na CRM e que devem ser materializadas: liberdades de expressao, de associacao, politica, religiosa etc.

A responsabilidade de mantermos uma democracia pluralista real nao depende da FRELIMO so. Depende tambem de uma capacidade de organizacao dos partidos politicos e a Frelimo nao pode ser culpada, por exemplo, do marasmo e/ou suicidio politico com requintes de malvadez que a Renamo vem se impondo a si mesma com constantes tiros no seu proprio corpo. Falar de uma democracia multipartidaria que esta "sendo posta em causa pela Frelimo" como muita gente tenta demonstrar eh retirar a responsabilidade a Renamo, MDM, Verdes pasomo, pasomimos etc de se organizarem, crescerem e se afirmarem no xadrez politico nacional; eh por tudo na dependencia de um partido que como qualquer um luta por conquistar e manter o poder. Percebes me Abdul? A Frelimo eh um partido enorme e bem organizado se concordarmos nisso podemos dizer que a bem desta democracia, os demais partidos podem, tambem, aspirar a serem tao bem organizados como a Frelimo.

Julio Mutisse disse...

Bro Reflectindo hehehehehe Marcelino e Mariano Matsinha tem as suas opinioes sobre o rumo que o Pais deveria tomar. Respeito-as. Estes camaradas, mais do que uma vez disseram essas coisas do partido unico e tal e tal e sempre houve, da parte do Partido Frelimo, do seu Presidente e do Presidente da Republica um compromisso com a democracia pluralista que, como se diz, eh uma conquista do povo e que nao sera posta em causa.

Os posicionamentos desses camaradas ja nao causam espanto... sao normais... agora, a Frelimo e o proprio Edson Macuacua tem o direito de se indignarem com o posicionamento dos bispos e de qualquer outra organizacao que fale sobre algo que esta mesma frelimo e suas liderancas tem dito que eh conquista que se quer e que nao se vai hipotecar. Nao acha bro?

Julio Mutisse disse...

Heheheh Abdul, nao te preocupes, no meu partido ha liberdade de expressao. Olha que o Marcelino opina a vontade eu tb tenho esse espaco. Hehehehe

Abdul Karim disse...

Esta bem, Bro,

Saiste-te Bem,

Tens talento pra Porta Voz da Blogosfera Mocambicana junto ao Governo, he, he, he.

O que esta complicaar na minha optica, talvez seja o facto dos discursos "anti-democraticos" serem proferidos pelo porta voz do partido no poder,

Por outro lado, algumas accoes do partido no poder, como a propria campanha das eleicoes ( sem estorias, foi muito mal feita, e muito low level, ) e discursos e declaracoes proferidas foram manifestamente anti-democraticas,

Temos accoes ainda hoje discriminatorias, que contradizem essa "grande organizacao do partido no poder", temos constantes promocoes na midea, de partidos da oposicao sem assento no parlamento ao invez dos que sao reais representantes do Povo, pelo voto expresso,

E depois temos , a sequencia de accoes que vao de acordo com o publicamente expressos nos discursos dos membros do partido no poder,

Portanto ha aqui um "gap" entre o afirmado, accoes confirmativas do afirmado e agora um quase "desdizer" o dito, como se se o resultado que temos hoje, nao fosse o anunciado no dicurso sob manifesta intencao e as accoes visiveis e concretas a posteriori,

Nao estou preocupado com a existencia ou nao da liberdade de expressao dentro do partido, mas estava um pouco preocupado em relacao a tua resposta de modo a nao te por numa situacao "desagradavel",dentro do teu partido.

Eu nao sei 'e discurso do porta voz do partido que nao 'e claro, ou as accoes do partido que nao condizem com o discurso, ou ate uma ultima hipotese do partido estar a compreender o caminho que esta levar e tentar recuar, que na hipotese de recuar, nao deixa de louvavel,

Eu sempre acreditei que nunca 'e tarde para mudar para melhor.

Gostei mesmo de saber que vais pelo CRM, ou Socialismo Democratico.

Reflectindo disse...

Mutisse,

1. Não vou repetir os casos concretos que o Karim escreveu. Vamos sair do abstrato "muito organizado" para falarmos do que Karim mencionou. Poderei mencionar com links para falar de casas e local das acções de que um partido organizado não podia ter feito.

2. Estou a falar de DISTANCIAMENTO de um discurso perigoso incontestavelmente figuras seniores. Esse discurso contraria até certo ponto o que viola o que está plasmado na CRM. Estranhamente, Marcelino dos Santos, o então Presidente da Assembleia Popular é quem assinou sobre a introdução do multipartidarismo em Mocambique. Não falo de condenar nem sequer proibir tanto a Matsinhe como a dos Santos, mas acho que a Frelimo no poder tem o papel de se distanciar deste tipo de discurso, de formas que seja claramente uma opinião pessoal. O que se deve questionar quando não se distancia é como o entende o administrador do distrito, o director de qualquer coisa na aldeia?

Veja o que Mariano Matsinhe disse: "Vamos fazer tudo que for necessário de modo a que a Frelimo não saia nunca do poder e que continue a servir melhor. Podem ser criados milhares de partidos e eles todos concorrerem em todas eleições, a Frelimo sempre continuará a mandar neste país. Aliás, queremos que daqui a algum tempo nem sequer no Parlamento entrem, ou seja, no futuro todos assentos devem ser ocupados pelos nossos deputados. Não sou a favor da extinção da oposição, mas ela deve continuar insignificante”. E Matsinhe foi Ministro da Segurança Nacional.

3. Tenho tido muita atenção em escutar o discurso de Armando Guebuza como Presidente da República, pois que como Presidente da Frelimo nada posso saber lá em portas fechadas. Mas aceite que raras vezes senão nunca, Guebuza fala da democracia multipartidária. Houve casos em que cidadãos disseram que se fossem críticos os governantes lá nos distritos eram considerados da oposição, mas ele como Presidente da República nunca disse, pelo que sei, que todos os cidadãos independentemente da sua cor partidária tinham o direito a expressão e livres de criticar.

Anónimo disse...

Estão a esquecer-se que quando Marcelino assinou o multipartidarsimo em 1990, era porque o "barco soviético" estava a afundar-se, e a Renamo estava a 50 kms de qualquer capital provincial.
Mas é melhor o Marcelino lançar estas "bocas" porque está assim a testar a sociedade civil moçambicana e as suas reacções.
É tudo truque, Matsinhe e Marcelino-escola moscovita!
Restam poucos em Moçambique!Ainda bem!
Se não se cuidarem , serão um dia também raptados por piratas somális ou tornar-se-ão empregados domésticos de nigerianos!
Estes é que querem pertubar a paz em Moçambique!
Quanto ao Edson, ele próprio chegará a conclusão que o que foi feito em 90, deve manter-se, porque Moçambique ainda está no ONTEM!
Mal por mal, é melhor manter o menos mau!

Fungulamasso

Julio Mutisse disse...

Abdul Karim,

Acho que tenho capacidade para dizer o que penso. Essa coisa de ser porta voz eh complicada para mim. Acho que me confundiria entre o que eh o meu pensar e os anseios daqueles de quem sou portador da voz o que eh perigoso.

Nao sei de que falas quando te referes a discursos "anti-democraticos" proferidos pelo porta voz do partido no poder. Falas do exultar da vitoria esmagadora? De reduzir os oponentes a um plano...? Acho isso normal no jogo politico. Como disse, cabe aos partidos se reerguerem e reverterem os maus resultados alcancados. Alias, o discurso do Edson (quando na qualidade de porta voz) tem que ser entendido dentro dos contextos proprios em que eh proferido e como voz do partido autorizada a falar daquele assunto.

O que consideras um discurso anti-democratico em periodo de campanha eleitoral? Pedir o apoio em massa do povo para ganhar confortavelmente a oposicao ou a forma como esta mensagem eh passada? Ou estas contra expressoes especificas que foram largamente usadas para significar o que digo acima e que foi tao bem entendido pelas massas a ponto de os resultados serem os que assistimos hoje. Veja a questao da "distancia critica" no texto do elisio no meu blog.

Esta de "temos constantes promocoes na midea, de partidos da oposicao sem assento no parlamento ao invez dos que sao reais representantes do Povo, pelo voto expresso" nao lembra nada oh Abdul Karim. O espaco na media eh conseguido em funcao da noticiabilidade dos actos praticados e os criterios sao definidos de acordo com a linha editorial de cada jornal. Nao vais dizer que Joao Massango apareceu no Domingo desta semana a fazer figura de urso por graca e obra da FRELIMO; foram seus actos no funeral de Matalana que fizeram dele noticia. Isso eh so um exemplo. Cabe a cada partido conquistar o seu espaco na media a partir das suas accoes.

Os membros do partido no poder, como eu, Marcelino, Mariano etc tem direito a opiniao e continuarao a emiti-las sem que isso vincule o partido. Oficialmente sobre a democracia, o Partido tem uma opiniao clara e publica. Agora, se demonstrar ser democrata eh andar com a oposicao as costas para que nao haja o tal GAP "entre o afirmado, accoes confirmativas do afirmado" ja nao sei.

Heheheheh, estou a vontade quanto a minha situacao no partido. Eu teria que me insubordinar aos estatutos para ficar mal e nao eh o caso de opinar nestes foruns.

A Constituicao nao preve modelos ideologicos. Esses quem os escolhe sao os partidos e somos todos chamados a estudar o fenomeno politico nacional para sabermos se os partidos que temos sao Sociais Democratas, se sao Centro Esquerda, da Esquerda ou da Direita heheheheh. Eu sou 1. a favor do que a Constituicao determina sobre a democracia e 2. apoio o modelo que o meu partido pretende implementar e com o qual se comprometeu: uma sociedade aberta que valoriza as iniciativas individuais...

Julio Mutisse disse...

No jogo democratico as opcoes/conviccoes pessoais "morrem" perante a vontade da maioria. MArcelino assinou a CRM de 1990 mas, desde entao, nunca escondeu a sua grande conviccao de que partido unico eh a melhor via para desenvolver o pais. Desde que ele disse isso a primeira vez, aprovou-se inclusive a CRM de 2004 e nao houve ONDAS nem a democracia foi morta pela vontade deste membro senior da Frelimo. Matsinha disse o que disse e o pais se mobilizou para as ultimas eleicoes e, ate onde sei, deve comecar a preparar os proximos pleitos. Sinal de que nao ha perigo.

Mais Reflectindo, repito o que disse em alguns comentarios acima, a responsabilidade de manter a democracia nao depende SO da Frelimo, depende dos mocambicanos que a querem. Os partidos tem que se esforcar por se manterem RELEVANTES sob o risco de ser o proprio povo a acha-los irrelevantes. Tem quem vota na Renamo, no MDM etc. Cabe a estes partidos dizerem sim, queremos continuar no jogo e se organizarem, apetrecharem-se e lutarem pelo seu lugar que ninguem os ira dar. Antes pelo contrario.

Convido te a ler, uma entrevista publicada aqui http://rogertutinegra.multiply.com/journal/item/997 em que Guebuza disse "O problema existe numa sociedade em que as pessoas estejam manietadas, em que as instituições funcionem sem regras democráticas. Para começar, a Frelimo é um partido que tem regras democráticas e se existe profunda democracia no nosso partido, e nos outros partidos esperamos que também haja democracia, não vejo razão para que se maniete a opinião pública, acabando assim com o pluripartidarismo" va ao blog do PR e veras como ele trata o assunto democracia como prioridade. Para acreditares nele ele nao tem que falar sobre democracia a cada 5 palavras hehehehee

JOSÉ disse...

Os bispos manifestaram preocupações legítimas e factuais sobre algumas situações que preocupam o Povo moçambicano, nem sequer podem ser consideradas como críticas, é incompreensível a atitude de Macuacua.
Sabemos que muitos frelimistas aceitaram o modelo democrático reluctantemente e isso cria dificuldades, podemos questionar o engajamento dessas pessoas na construção de uma verdadeira democracia.
No que concerne à democracia, é evidente que há lacunas entre o discurso e a realidade no quotidiano. Por exemplo, o modo como está sendo conduzida a revisão constitucional é inaceitável em democracia.
Também ainda não vejo evidencias de que a partidarização do Estado esteja a abrandar.
A Oposição tem cometido muitos erros, mas isso não pode servir de desculpa para ser marginalizada. Em Países democráticos todos os Partidos são respeitados em pé de igualdade e o Presidente dialoga com os Partidos.

A propósito de Macuacua, vou recuperar uma notícia relativamente recente (Agosto de 1910):

"Sem qualquer autorização prévia do Ministério do Trabalho, o secretário da Mobilização e Propaganda do Partido Frelimo suspendeu há dias os serviços públicos nos municípios de Maxixe e Inhambane ao mobilizar funcionários locais, durante as horas normais de expediente da Função Pública, para um encontro partidário... "

Tenho de questionar qual o conceito de Macuacua sobre democracia e multipartidarismo!

Reflectindo disse...

Amigo Mutisse

1. Pelas tuas palavras parece-me que não entendeste ainda (se não o fazes de propósito) do que os prelados falaram para constituir aqui um tema de debate. A questão colocada pelos bispos é MONOPARTIDARISMO apesar de a CRM conceba Moçambique um país de sistema político MULTIPARTIDÁRIO. Eu questiono a indignação de Edson Macuácua, porque pelos pronunciamentos anteriores de seniores da Frelimo, a situação actual não é por acaso mas planificada e executada por um partido.

2. A partir dos conceitos acima, penso que o melhor seria não demorar com o conceito democracia, pois com este ainda ficamos sem saber falamos da mesma democracia. Pode ser que alguns falam de centralismo democracia. Eu sugeria que por agora nos concentrássemos nos conceitos monopartidarismo e multipartidarismo para entendermos o que se passa em Moçambique actualmente ligando à constatação dos bispos.

3. Repito que é sobre multipartidarismo que Armando Guebuza raramente ou nunca fala, mesmo em ocasiões em que como Chefe de Estado é obrigado a falar dele. E aqui, quem o obriga a falar do multipartidarismo é precisamente quem não é da Frelimo, pois muitos frelimistas são pela exclusão de quem não é membro desse partido.

4. Repito que ninguém pode ficar indiferente quando Mariano Matsinhe diz: “Vamos fazer tudo que for necessário de modo a que a Frelimo não saia nunca do poder e que continue a servir melhor. Podem ser criados milhares de partidos e eles todos concorrerem em todas eleições, a Frelimo sempre continuará a mandar neste país. Aliás, queremos que daqui a algum tempo nem sequer no Parlamento entrem, ou seja, no futuro todos assentos devem ser ocupados pelos nossos deputados. Não sou a favor da extinção da oposição, mas ela deve continuar insignificante”.

5. É difícil ficar indiferente quando sabemos que fizeram e faz tudo por tudo para que o nosso sistema político seja precisamente isto – um sistema multipartidário com partidos da oposição insignificantes. Qual tem sido a acção para que isto aconteça? Será que o amigo Mutisse não sabe que passa por partidarização de tudo e sobretudo das instituições públicas? De uma CNE e CC ao serviço do partidão? De uso de bens públicos para benefício e fortalecimento do partidão? De criação de grupos juvenis de choque para impedir o avanço dos outros partidos apredrejando-os? De fraudes eleitorais a favor do partidão (invalidação de votos para oposição, eleitores fantasmas, etc)? De campanhas em locais interditos?

6. Não há dúvidas que os partidos da oposição têm que trabalhar muito para fortalecer o multipartidarismo, mas quando a máquina que os impede é detida pelo poder, isso torna-se impossível.

Nota: O primeiro link estava errado.

Abdul Karim disse...

Brother Mutisse,

Vamos a isso,

1- A ideia de ser Porta Voz nao 'e pra ser Porta Voz de meus anseios ou dos anseios de quem quer que seja, na base da discussao, a ideia era produzir consensos e maximiza-los, e eu achei que pela tua proximidade e por ser do partido no poder, seria uma vantagem, e desde logo fiz questao de te dizer que nao quero que fiques numa posicao "pouco confortavel" dentro do teu partido,
Esse foi ameu pensamento, nao tem nada de um anseio meu ou nao, pra tu transmitires, na realidade a ideia 'e tranmitires apenas os consensos que alcancados tambem com a tua participacao na discussao,
E como vez estamos a discutir isso abertamente, transparentemente, fiz questao de expor todo meu reciocinio, mesmo podendo ser "negado" por ti ou criticado por qualquer outro blogista,

2- Dei apenas alguns exemplos do que na minha opiniao nao estave Bem, e fi-lo tambem na Boa, acho os discursos de fazer desaparecer a oposicao muito ainto-democraticos, mas se dizes que 'e normal na luta politica, es Bem capaz de ter razao, sabes que nao levo mesmo jeito pra politico,

3- em relacao a midea, tens razao, 'e responsabelidade da oposicao fazer para aparecer na midea, mas na realidade focalizei apenas esse aspecto, porque em nada ajuda o debate publico, e poira a "equiliblio" politico real nacional, pra mim 'e uma questao de bom senso,

4-Nao se esta a pedir a ninguem pra carregar a oposicao as costas, e 'e mesmo isso que na minha opiniao tem que ficar claro, nao se precisa de carrregar "maboticuss" e "simbindicuss" nas costas, quando existe oposicao real, pelo voto expresso,

5- Mano, POR FAVOR, nao entra em esquerda direita, Pah, muito complicado pra mim....he, he, he,

Abdul Karim disse...

Bro,

Ainda em relacao a ser Porta Voz,

Ninguem te vai "obrigar" a comunicar nada, que nao estejas de acordo ou nao queiras comunicar,

Nem ninguem te vai exigir que concordes com o que queres concordar ou nao, ou seja, a tua liberdade 'e total, e o poder de certa maneira depende so de ti,

Eu so quero testar se 'e possivel maximizar as ideias geradas, os consensos alcancados, isso 'e o que me interessa,

Eu nao preciso da mais nada, e ate ja deixei de ter muitos anseios, embora ainda la no fundo, continue querer que o meu pais cresca, e as vezes, muitas vezes, juro pra mim mesmo que vou parar de "tentar", porque me sinto cansado, e o esforco parece inglorio, mas vejo os meus "mal" e digo pra mim mesmo, vou tentar mais uma vez, so.

Julio Mutisse disse...

Caro amigo Reflectindo

1. O que os bispos dizem eh a opiniao deles. Respeito. Olhemos as coisas com objectividade: a Renamo eh um partido que deu luta a Frelimo nos primeiros dois pleitos eleitorais, mobilizava massas, o seu "lider carismatico" tinha, inclusive, a sua volta intelectuais respeitados (vide David Alone pex, q deus o tenha) etc. Tudo isso vem se esfumando de ha uns tempos para ca a Renamo vem decaindo ate aos niveis das ultimas eleicoes, por "culpa" da Frelimo que se organizou e ganhou.

O MDM eh um partido urbano (disse o o SG em entrevista ao domingo) que tem que se aquilatar por ai fora e ganhar simpatias em todo o Pais e em todos os segmentos populacionais.

Os Verdes sao verdes, o Sybindy tem muitos planos construtivos e precisam fazer o mesmo que a Renamo e o MDM etc.

Tudo isto para dizer o que meu caro amigo? Pressionar a Frelimo e responsabiliza-la pelo dito cujo retorno ao mono eh brincar as democracias. Se os demais partidos nao fizerem a sua parte retornaremos ao mono com o partido que restar no panorama politico nacional.

Qual eh a situacao actual? Na minha opiniao eh a de marasmo do maior partido da oposicao e de um esforco de afirmacao do outro partido serio que temos. Tudo isto nao pode, nem deve ser achacado a Frelimo.

2. Vieram os bispos falar do perigo e o Sr. Lucio Muandula da como exemplo a minha provincia natal "onde a presença de partidos políticos da oposição é quase que inexistente tornando o mono partidarismo algo que existe na prática." De quem eh a responsabilidade pela implantacao dos partidos la? Da Frelimo que tem alguns membros que preferem o mono? Da Frelimo que tem tambem pessoas como eu adeptas da democracia tal como expressa na CRM?

Falam da revisao constitucional, o que diz a Renamo sobre isto? Que nao vai deixar a Frelimo mexer na CRM sem referendo no entanto, democraticamente, auto excluiu-se da comissao para a revisao da CRM e todos pensam que este exercicio democratico eh para perpetuar seja la o que for.

Indignam estes bispos que querem saber "quem vai fazer a revisão e quem vai contribuir" como se isso nao estivesse claro. Quem tem, afinal, competencia para mexer na CRM? Os bispos podem ate ser consultados (parece que querem pese embora outra seja a sua vocacao) e outros segmentos. Todos nos nestes debates temos dito o que queremos sobre o pais com a reforma constitucional ja ha muito.

porque dar peso especial aos bispos? Pelos mesmos motivos que temos que dar peso especial a Marcelino e Matsinha por serem membros seniores do Partido? Hehehehe. Brincadeira.

3. Eu tambem vou fazer tudo para ser Presidente da Republica. Leve isto a serio. Para isso preciso que todos ou a maioria dos mocambicanos comunguem da minha vontade e me coloquem la.

4. Eh a Frelimo que desorganiza a Renamo (ate agora o maior partido da oposicao) a ponto de produzir os resultados que tem ate agora? Epa, nas outras coisas que mencionas prefiro deixar te sozinho. A minha distancia critica me faz ver as coisas noutro prisma e nao esse.

Em suma, manter a democracia e afastar os medos que os bispos tem nao eh so tarefa da Frelimo. Parece que a formulacao toda aqui eh quem esta a por a democracia em risco eh a frelimo. Se os partidos, e outras organizacoes nada fizerem para se nutrirem e aquilatarem, por maior que seja o esforco da Freli havera outro tipo de democracia e nao a multipartidaria.

Unknown disse...

Fico estupefato ao verificar a tamanha ironia que subjaz nas palavras do Sr Júlio Mutisse, para descrever o seu comodismo militante junto do partido no poder, a Frelimo.

O 'maravilhoso povo'há muito que acordou para nâo se aperceber do momento difícil que esta organizaao vive! A Frelimo vive uma crise sem precedentes de facto perante o seu pasmo e ao advogar o contrário de uma realidade bem aprendida e caracterizada por parte das entidades eclesiásticas deste país.

Os incautos também se apercebem do que se passa até a tentativa vâ de vilipendiar a lei-mâe. Isto prova o veia sui generis de um partidâo que a todos quer arrastar para os tempos das guias de marcha, campos de reducao e repressao da liberdade religiosa.

Daí que as vozes da/na Frelimo que se referiu que fosse autorizadas [Marcelino e outros] nâo mais nâo fazem senâo interpretar ips verbis o anacronismo político e vil baixeza de nâo querer acompanhar ou celebrar o país plurar que temos na sua acep,cao total.

Vir ao público para defender políticas potrefeitas, militância pouco genuina e 'lambebotismo'aos "gamasutras" é indecoroso e falta de visâo política.

Se o sr. Júlio fosse dos menos incautos ao permear as lides da Frelimo, traria ao terreiro aquilo que faz a diferen,ca entre os camaradas, incluindo o juizo daqueles que mais juizo têm mas, entretanto, sonegado, vaiados e acantonados.

Por isso, corroboro com a visâo esclarecida do Abdul Karim...

Anónimo disse...

Mutisse ainda não conseguiu diferenciar movimento de libertação, Partido Frelimo, MODERNAMENTE/actualmente "clube de interesse negociais".Falta a 4ª versão.
As empresas normalmente em África, quando tendem ao domínio total, são RECHAÇADAS pelo pé-descalço, e perde gradualmente apoio daqueles que o suportam platónicamente-ACTUALIDADE moçambicana.
Se as três versões FALHAM-quase sempre-resta a 4ª.
Será QUE O "CLUBE DE EMPRESÁRIOS-Frelimo" PREPARA E REAVALIA O CRM PARA A PREPARAÇÃO DA 4ª VERSÃO, e usa o Partidão para esse fim?
Será que essa REVISÃO, será bem sucedida?
Acautelará, o quê?
Mais uma coisa pode dar como resultado-
a)Nova revolução com finais desastrosos-somalização.
ou
b)revolução económica com sucesso.
A b) acarreta muitas decisões que podem inverter a verdade da história da velha hierarquia moçambicana!
PR AEGuebuza tem agora o 2º desafio da vida!
A primeira, a PAZ, conseguiu - os tempos eram outros, o fim da bipolaridade Leste-Ocidente, teve papel preponderante !
Será que consegue este novo DESAFIO?
Ou terá de DELEGAR E ENCORAJAR ALGUEM DA NOVA GERAÇÃO?
Os Bispos são estudiosos e têm muita razão.
No momento de crise global, as decisões têm de ser uníssonas - Toda Sociedade Civil.
Primordial...
A 4ª versão não deveria admitir nomes e epitáfios que lembrassem a morte!
Palavras sujas de sangue e morte devem desaparecer do vocabulário actual moçambicano!
Partir para OUTRA Sr. Mutisse, DECAPITAR A POBREZA, não o povo moçambicano!
Estamos no Século XXI!

Fungulamasso

Anónimo disse...

Sr Mutisse,

Para terminar -sabe qual o valor da depreciação da moeda MZN, nos últimos 24 meses?Entre 48/50 %!
E a taxa de inflacção?
Analise estes dois pormenores e tire ilacções políticas.
Isto é que aflige o "CLUBE"!
É preocupante!
A bolha não existe sómente na Tunísia!
O que é que aflige os deputados e os membros do Partidão?
Inflacção ou depreciação?

Fungulamasso

Julio Mutisse disse...

Abdul, percebi a sua opiniao. Thanks mas nao sera necessario. Ja disse e repito, estes nnossos espacos sao visitados e acredito que ninguem quer ficar sem saber o que se diz e se pensa aqui.

A minha opiniao sobre os ditos dos bispos, do Marcelino e outros esta clara nao a vou repitir.

O Dede fala de momentos dificeis da organizacao.... hehehe deve os conhecer. Aqui discutimos outras coisas e o mais importante eh procurarmos pontos onde as nossas posicoes, em algum momento possam se interceptar e procurarmos os consensos necessarios.

hehehehe ainda me falam do Movimento de libertacao... estamos a falar de democracia multipartidaria meu caro anonimo. Yiwe pa. FUNGULAMASSO john. Democracia multipartidaria so pode ser na era Frelimo Partido pa.

Reflectindo seja moderador.

Jose meu amigo nao nego a legitimidade da opiniao dos bispos. Coloco a na mesma esfera de outras opinioes incluindo as do MArcelino e Matsinha. O resto eh mesmo isso. Resto.

Abdul Karim disse...

OK, Mutisse,

Se percebeste e achas que nao 'e necessario, tudo Bem,

'E muito Bom que nos visitem, e se possivel, capitalizem algumas ideias e consensos aqui,

Na minha opiniao pessoal, algumas opinioes, ideias e consensos sao validos para o partido no poder, e para o Bem de todos os Mocambicanos,

E sao essas opinioes, ideias e consensos que o partido no poder, perde, por nao as capitalizar,

'E um grande perda pro partido no poder, nao capitalizar o activo intelectual Mocambicano, existente nao em abundancia, mas existente no pais e na diaspora, por forma que pais cresca,

A Nossa Verdadeira Mudanca esta na Inclusao, temos que ser capases de cuspir o odio ( pela primeira vez vi um "militante activo" do partido no poder, a reconhecer um intelectual da renamo e rezar por ele- David Alone - foste tu hoje, aqui- muito bonito), sermos capazes de construir uma familia, temos de conseguir criar um um pais unido e sem qualquer tipo de exclusao.

Temos que conseguir isso, para Nos mesmos.

Respeitarmo-nos na diversidade, e contruirmos a Nossa Propria Prosperidade.

Anónimo disse...

Bom, estou a entender a versão do Sr Mutisse - versão moderna,era Frelimo Partido - multipartidária.
Dentro da própria Frelimo?Mal que pergunte...
Onde é que diferencia o "clube de empresários" , políticos do movimento de libertação, combatentes de libertação, em suma grupos também em crise na actual Frelimo?
Vou responder, ainda mal que pergunte..opinar..
Esta é a essência do desenvolvimento político de Moçambique, enquanto essas contradições não forem resolvidas,a oposição política civil (não a criada pela "desestabilição" ou guerra pela democracia), também crescerá DOENTE.DESVALORIZADA E DESPREZADA.
E assim os intelectuais políticos seguem o mesmo estribilho.
Resultado final..CADA VEZ O PAÍS MAIS SE ATRASA, porque os intelectuais DESAVINDOS ,( que deveriam ser os GUIAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO), confundem a plataforma comum-desenvolvimento de Moçambique.
Outra consequência nefasta - nenhum intelectual independente ou opositor tem acesso como simples cidadão a governação de interesse comum-combate à pobreza.
Será que todos são incapazes?
Quem irá ser árbitro dessa contenda concorrencial (anti-povo moçambicano), a fim do povo moçambicano não "continuar decapitado pela pobreza"?
Terá de partir da Igreja, Oposição ou da própria Frelimo?
A Igreja faz o papel, e sempre o fez-na defesa dos mais necessitados!
E quem faz o resto?
A Frelimo como responsável principal, terá de encontrar a solução interna, não desviando-se ou distraindo-se com a CRM-gastando dinheiro e tentando resolver o superficial.
Sr Abdul, Reflectindo, Moçambique necessita IMEDIATAMENTE de muitos Mutisses em cada Distrito, para "educar" a intelectualidade técnica moçambicana, e ASSIM ATINGIR O OBJECTIVO -DECAPITAR A POBREZA NESSA DÉCADA 10/20, ANTES DELA TERMINAR.
Mas primeiro a "casa" tem de ser reorganizada/reestruturada/pacificada para o século XXI, não a CRM!

Fungulamasso

Abdul Karim disse...

Fungulamasso,

Mas 'e isso que estamos a tentar criar, precisamos de muitos Mutisses,

So que os Nossos Mutisses nao estao aceitar que sao precisos,

Nos temos que ter Jovens com ambicao, nao gananciosos, mas com ambicao, mesmo para chegar daqui 10 anos 'a Presidencia da Republica,

Nota o Muchanga, esta com desevolvimento muito Bom,

Agora imagina uma concorrencia daqui a 10 anos entre Muchanga , Mutisse e mais 10 jovens Bem preparados, pra chegar a Presidencia da Republica,

Enquanto que o Muchanga esta "rodar" os distritos e a trabalhar com varios grupos diferentes nacionais,

Nos aqui estamos a "abrir" portas pro Mutisse, interagir entre os Blogers Nacionais e o Governo, onde podera permitir uma experiencia enorme e preparacao ao Mutisse para os objectivos pessoais dele a medio-longo prazo,

Isso que estamos atentar fazer aqui, 'e na realida apostar em capital intelectual Jovem nacional e prepara-los em prol do desenvolvimento do pais,

E isso podera ser extremamente benefico mesmo pro proprio partido no poder, que neste momento nao tem Jovens com ambcao e com ideias proprias, tem SIM uma grande numero de "yes man's jovens"
que nao trazem mais valia nehuma ao proprio partido no poder,

A unica questao aqui 'e que Jovens como Mutisse, tem que perceber que o Pais e a sua Mocambicanidade dependem das suas ideias proprias, que devem beneficiar o seu pais e podem como consequenia beneficiar o seu partido,

Basta que percebam isso, eles vao trabalhar da melhor maneira que acharem, beneficiando o seu Pais e partido no poder com suas proprias ideias,

A Nos so nos interessa que eles esteja Bem preparados para salvaguardarem os interesses do Nosso pais e do Nosso Povo no futuro,

Nao sei se me expliquei ou apenas como sempre viajei mais uma vez em sonhos impossiveis e desejos sem sentido,

Anónimo disse...

Tem toda razão Sr Karim.
DECAPITAR A POBREZA, DOA A QUEM DOER até 2020.
Sr. Julio Mutisse um nome a fixar em 2024.

Fungulamasso

Reflectindo disse...

Meu caro amigo Mutisse

No ponto 5 do meu último comentário tentei fazer uma relação entre o discurso que citei no ponto 4, de Mariano Matsinhe na ACIPOL numa instituição pública do nível superior e que forma quadros da ordem e segurança pública. O que esperava que reparasses é a comparacão para dizeres onde eu estava certo ou errado.

Ainda no ponto 5, estou a tentar denunciar aquilo que qualquer partido não deve fazer e pior fica quando esse partido usa o facto de estar no poder. Imagine a Frelimo na oposicão e outro partido que estiver no poder a fazer tudo o que apontei.

O que apontei como da responsabilidade exclusiva do partido no poder não está a retirar alguma responsabilidade dos próprios partidos da oposição. O meu amigo Mutisse sabe que e há aqui e noutros blogs onde apresento minhas críticas aos partidos de oposição independemente da minha simpatia.

Ainda digo-te, os líderes sabem que eu apresento claramente o meu ponto de vista ainda que crítico.

Ainda bem que levantaste o caso de Gaza. Quanto ao exemplo que Dom Lúcio Muandula apresentou, Gaza, sabe o meu caro amigo que é lá onde a Frelimo impede que nenhum outro partido penetre. Já diversas vezes apresentei referências sobre violência eleitoral e mesmo fora do período eleitoral como aquilo que aconteceu no dia 25.09.2010. A Renamo, o PDD, o MDM entre outros partidos sempre tentaram penetrar em Gaza onde sempre foram confrontados por grupos de choque. Apesar de a Frelimo gozar muita popularidade naquela província, é estranho que seja um dos locais onde há enchimento de votos. A pergunta pode ser para que fim se não for para a insignificância dos partidos da oposição, segundo a revelação de Mariano Matsinhe?

Para mim tanto os bispos como os veterenos têm responsabilidade. Os bispos disseram que era uma constatação. Sendo a bem de todos nós eis a razão que insisto que estejamos a debater sobre o facto de não estarmos a viver um verdadeiro multipartidarismo. Acho que é isso que devia debater com certa seriedade. Para mim seria bom que discutissemos sobre o que significa não vivermos o verdadeiro multipartidarismo se bem que temos dezenas de partidos? Qual é a caracterista duma sociedade com democracia multipartidária? Porquê há risco de voltarmos ao monopartidarismo embora realizemos eleições?

Nota: agora já uma outra formula interessante: a família Frelimo.

Julio Mutisse disse...

Reflectindo,

Reflectindo, sobre Gaza e aceitacao da Renamo e da oposicao sugiro que estudes o fenomeno e o percebas. Posso te garantir uma coisa, nao tem a ver com o Partido em si. Esta nas pessoas e suas experiencias. Ha episodios que marcam... nao me vou alongar.

O facto de ser membro de um partido nao me retira o discerinimento a ponto de desqualificar a intelectualidade de pessoas como o Pequenino (ex PCA dos correios no Governo da Frelimo), Namburete, Mussa ou o finado David Aloni pelo simples facto de (ja) nao serem meus camaradas. Longe de mim. Acredito que mesmo ao mais alto nivel do partido nunca ninguem negou a capacidade intelectual dessas pessoas embora possamos discutir algumas das suas opcoes.

Abdul, sempre disse do elitismo destes espacos eh esse elitismo, se calhar, que os tornam apeteciveis e visitaveis a todo o tempo.

Tenho ambicao sim Abdul, muita. Tenho as minhas proprias utopias e embarco na utopia de fazermos de Mocambique um pais LIVRE da pobreza. Alias, todo o mocambicano devia embarcar nela aliviando o seu sofrimento e dos seus usando, legalmente, os recursos ao dispor.

Hehehehe curti essa de abrir portas. Sou desconfiado de natureza. Tenho a ideia de que todas as portas que sejam abertas por terceiros podem te ser fechadas por esses mesmos terceiros. Prefiro atalhar caminho... fazer o meu proprio destino contando com o apoio de todos que me queiram bem. Sou ambicioso sim, nao me negaria a servir o pais mas ser presidente era mesmo o acha que estava a jogar para esta fogueira de busca de consensos.

Em suma:

Parece que, embora em medidas diferentes, todos concordamos que os partidos tem a sua quota de responsabilidade na manutencao da democracia multipartidaria.

Eu ACHO, que esta historia do retorno ao mono eh mais um mito que se cria num periodo nevralgico como o que antecede a revisao constitucional. Nao ha nada de factual que indique isso.

Eh evidente que ha passos que tem que ser dados para que tudo o que se achaca ao Estado e ao partido nem se quer apareca no campo das aparencias.

Eu proprio trabalho numa instituicao publica com responsabilidade na contratacao de pessoas. Por exemplo, ainda nao exigi saber se quem entra eh ou nao da Frelimo, importa que tenha as qualificacoes exigidas para o posto. Como sou caloiro pedi "assessoria" a veteranos e ate as chefias directas... eh possivel que tenha admitido muitos nao frelimistas.

Ate sempre.

Mutisse

PS: um amigo contou me que conduzia em excesso de velocidade (75km/h em zona de 50) e quando foi mandado parar, na pressa e na atrapalhacao, acabou tirando da carteira mais do que a carta e o livrete: tirou a carteira de advogado, um recibo de pagamentos de quotas ao "seu" partido (nao sei qual) e o cartao do servico (MINT)... o agente devolveu-lhe TODOS os documentos que nada tivessem com a conducao (dizendo que aqueles nao eram necessarios para aferir da legalidade do condutor e nem para recolher dados para a multa) e multou-o na mesma. Ha consciencia do dever hehehehe. Acabo de lhe emprestar a mola para pagar a multa.

JOSÉ disse...

Um pequeno e oportuno esclarecimento: os bispos não emitiram uma opinião mas sim uma constatação. Há uma grande diferença entre opinião e constatação e a Igreja está bem posicionada no terreno para constatar situações.
A ideia que o amigo Júlio tem de uma Frelimo poderosa não correspodende à imagem projectada: partidarização generalizada, exclusão, fraudes, violencia eleitoral, grupos de choque, uso dos recursos do Estado, financiomentos suspeitos, etc. Estes pequenos detalhes não revelam um Partido tão poderoso e organizado como o Júlio acredita.
Quanto a Gaza, este assunto tem sido debatido muitas vezes, qualquer pessoa coerente e esclarecida concorda que em democracia a situação em Gaza é inaceitável.

"Posso te garantir uma coisa, nao tem a ver com o Partido em si. Esta nas pessoas e suas experiencias. Ha episodios que marcam... nao me vou alongar."

Se se refere à guerra civil que deixou marcas em Gaza e isso justifica a situação em Gaza, eu tenho de questionar porque em outros sítios onde a guerra foi tão ou mais violenta do que em Gaza, porque não se regista semelhante atitude? Não há só hostilidade para com a Renamo mas também com os outros Partidos que são impedidos de trabalhar normalmente em Gaza. Temos de ser honestos e procurar mais razões.Não faz sentido impedir os Partidos de trabalharem livremente e depois acusá-los de inércia.

A realidade é que perante os factos, é mais que legítima a preocupação pelo futuro do multipartidarismo!

Abdul Karim disse...

Mutisse,

Gostei...

"Tenho ambicao sim Abdul, muita. Tenho as minhas proprias utopias e embarco na utopia de fazermos de Mocambique um pais LIVRE da pobreza. Alias, todo o mocambicano devia embarcar nela aliviando o seu sofrimento e dos seus usando, legalmente, os recursos ao dispor." - Gostei mesmo,

Mas discursos sao diferentes de ralidade, espero que optes por ser realista,

Em relacao a tua disconfianca, es livre de desconfiar, e de seguir os teus proprios "trilhos" ou caminhos, na parte que me toca, eu sempre trabalhei com Jovens, e "abrir" portas nao coisa nova pra mim, e apenas pretendi reflectir Boa Vontade,

O meu passado, as minhas accoes com Jovens, falam por mim, o meu maior prazer, a minha alegria, 'e ver um Jovem atingir um nivel alto, um patamer alto, um sucesso real para si proprio, basta-me esse prazer,

Podera ser loucura minha, podera ser... mas gosto de ver Jovens a Vencerem, tanto quanto gosto de Vencer,

Por isso mesmo, enquanto dizem que sou Louco, eu digo 'E SO UMA FORMA DE SER.

Gostaste do discurso e publicdade ? eh, eh, eh.

Vai -la, quero te ver a Presidente, quem sabe contigo a Presidente, se calhar recebo os meus passaportes em 2024, eh, eh, eh, tenho arranjar cunhas desde ja....eh, eh, eh.

Abdul Karim disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Julio Mutisse disse...

Companheiros, ao inves de nos lancarmos em outros debates, porque nao sintetizamos este e vermos se chegamos a algum consenso que nao "significa comunhão de opinião, mas sim vontade de compromisso" segundo meu mestre Elisio.

O meu posicionamento vai no sentido de que o pais nao tem condicoes para voltar ao Mono, nem o partido de que sou membro tem interesse nisso. Isso tem sido afirmado e reafirmado. A consolidacao da democracia eh mais um will do mandato em curso.

Mais, a manutencao e fortalecimento da democracia mais do que responsabilidade da frelimo, eh tarefa de todos os partidos que devem se fortalecer para chegarmos a outros niveis de debate democratico partidario no pais com actores cientes do que querem e dos objectivos da nacao.

Abdul Karim disse...

Julio,

Ja Mais a serio,

Acho que estamos a ir bastante Bem, este debate esta agradavel, com um nivel mais alto que muitos que ja tivemos, conseguimos todos manter a distancia critica,

Lindo exercicio e estamos todos de parabens,

Em relacao ao consenso,

Na Boa Fe, e na na opiniao pessoal,

Se nao ha razoes pra preocupacao, e nao vamos regressar ao Monopartidarismo, entao 'e uma win-win situation, pelo menos na minha optica,

Eu dou meu voto de confianca a ti, tu dizes que nao vamos regressar o monopartidarismo, eu dou o meu voto de confianca A TI,

Agora, 'e business,

Tens que tentar em troca fazer com que o teu partido, nao imponha tambem mudancas na CRM que lesem a vontade dos Mocambicanos, nao "diminua" os representantes do Povo pelo voto expresso, nao mude o sistema presidencialista de Voto popular pelo "modelo angolano", e cuspa o odio por forma que juntos erguamos a Tua, a Minha e a Nossa Utopia dum Mocambique Livre de Pobreza ate 2020 como propos o Fungulamasso,

Tens que TENTAR so, nao es obrigado a conseguir, mas tens que tentar,

E dou -te o VOTO CONFIANCA PESSOAL PARA TI.

Ai temos um consenso e um win-win business,

Entras nessa ?

Julio Mutisse disse...

Amigo Abdul,

Concordo consigo. Aqui nao voaram "garrafas" nem outras armas. Estamos a aprender hehehehee.

Obrigado pelo voto de confianca. A manutencao dos designios constitucionais eh tarefa de todos. Mocambique apesar da lingua comum e a irmandade no periodo revolucionario da historia vem trilhando um percurso historico proprio diverso do angolano. Acredito que o pais tera a sua propria inspiracao nos assuntos que, de alguma forma, forem tidos como necessitando de alteracao.

A CRM deve reflectir a nossa realidade e a vontade que temos de fazer Mocambique diferente.

A vontade/conviccao do Kota Marcelino, se informasse o designio do Estado, poderia ter sido adoptada em 2004 e nao foi. Isso deveria ser tido em conta nos nossos debates. EH factual.

Quanto ao resto, continuo a dizer, este debate, de certeza esta a ser acompanhado. hehehehe

Abdul Karim disse...

Esta Bem,

Ja percebi que tens futuro politico,

Uma caracteristica dos politicos e transformarem a objectividade em subjectividade, he, he, he,

'E por isso que digo que nao levo jeito pra politico,

Nao consigo mesmo, ter esta "arte" de conseguir ser subjectivo em coisa objectiva, he, he, he,

Mas, continuando, 'e muito Bonito e estou muito satisfeito hoje, muitas coisas hoje neste debate, mostaram que estamos todos a evoluir, que queremos todos construir uma Nacao de Verdade.

Matsinhe disse...

Convido os a verem a reflexao do Maguezi que diz que Um País que Não Valoriza o Que é Seu Não se Valoriza (vide aqui: http://espacocidadaniamoz.blogspot.com/2011/01/um-pais-que-nao-valoriza-o-que-e-seu.html)

Reflectindo disse...

Antes de eu regressar ao tema, posto um comentário deixado no O País, que me parece ir ao encontro do que Mutisse pensa. Não vou amputá-lo pelo que posto-o na íntegra. Eis:

Por: CHAMA CHA MAPINDUZI

Dois aspectos merecem destaque na análise desse assunto, visto em dois ângulos diferentes:

1. Para os Bispos Católicos o monopartidarismo manifesta-se pela existência de um partido dominante e predominante que governa o país e é detentor de todos os meios públicos, sem existência de uma oposição que o obrigue a olhar para o país como um bem comum e de interesse de todos. Num país onde não haja discussão séria sobre assuntos de interesse nacional e onde não haja acolhimento de ideias válidas vindas da oposição. Num país onde não haja igualdade de oportunidade para todos, onde não haja distribuição equitativa e regrada da riqueza nacional, onde haja cidadãos privilegiados e outros excluidos pelo facto de não militarem no partido dominante, etc. Mesmo havendo muitos partidos inscritos.

Para os prelados uma das características do monopartidarismo é: Quem ganha eleições ganhou tudo mas tudo mesmo sem espaço para mais ninguém apanhar nada. Quem perde eleições perde tudo incluindo até a própria dignidade;

2. Para o partido FRELIMO o monopartidarismo seria o banimento de todos partidos políticos e ascensão de um partido dominante apenas. Para esse partido, o simples facto de a constituição prever o multipartidarismo e existir partidos políticos formalmente constituídos já é uma manifestação do multipartidarismo.

Nós como cidadãos devemos olhar para esta questão com muita mas muita preocupação. Os Bispos estão a dar um alerta sério que deve ser seriamente encarado.

Na medida que o país vai formando mais quadros superiores sem enquadramento efectivo, mais volátil se torna a estabilidade social do país. Esses quadros são muito esclarecidos e bastante visionários.

Basta olharem para o que se passa na Tunísia e na Argélia. São esses quadros superiores sem enquadramento profissional que estão a deixar os governos desses países desesperados.

O Edson Macuácua mostra não conhecer o país antropologicamente e nem sociologicamente. O seu discurso aponta para essa realidade. Ele não sabe que foram alguns sectores da Igreja que prepararam os moçambicanos para a luta armada de libertação nacional, ele não sabe que forma sectores da Igreja prepararam o país para o acordo geral da paz e ele não sabe que a Igreja tem feito grande esforço para manter esta paz que desfrutamos.

Reflectindo disse...

Sou da opinião que continuemos a discutir sobre o tema, pois que acho que ainda não há sinais de que estamos a discutir sobre o mesmo assunto. Parece-me que entendemos de diferentes maneiras o que os bispos dizem ter constatado para não dizer que entre nós não nos entendemos ou não queremos nos entender. Isto me lembro das discussões na Assembleia da República sobre a partidarização da função pública. E sobre isto terei de republicar os textos de João Baptista André Castande.
E porque é pontual e minha percepção, tenho que dizer que as afirmações sobre admissões no local de trabalho onde Mutisse é chefe, só me fazem lembrar como era o emprego no tempo colonial entre brancos e negros. No tempo colonial não é que um negro não podia chegar a ser estivador ou mesmo capataz de alguma coisa, servente do pedreiro ou carpinteiro numa obra, professor duma escola. A questão é que emprego para a maioria negra terminava como foi por exemplo Paulo Cuco que no tempo colonial foi professor na escola primária oficial de Alua, em Namapa/Nampula, mas após a independência foi chefe nacional do departamento do ensino pré-primário.
A canção “Não Vamos Esquecer o Tempo que Passou” não foi uma fantasia mas reportava o que se passava naquele tempo. Raras vezes um negro podia ascender à chefia no local de trabalho onde houvessem brancos. Para eu não ser mentiroso, tenho que dizer raras vezes, pois nessa altura vi um negro cabo-verdiano, chefe do posto administrativo, mas era coisa muito rara.
Uma das coisas que motivaram aos moçambicanos a engajarem-se na luta pela independência nacional foi o fim da discriminação.
Que por exemplo um funcionário público a trabalhar na sede dum ministério, ficou sem colocação por mais de dois anos depois que concluiu o seu doutoramento fora do país, é um facto. E não há outra razão que por não ter ido pedir cartão da Frelimo. Aqui estou a falar de caso dentro do edifício onde trabalha o Ministro... Agora com alegação da falta de enquadramento orçamental, vamos ver quem são os licenciados e bachareis que poderão conseguir as vagas.

Bons exemplos Mutisse apresenta. Intelectualidade de Pequenino (ex PCA dos correios no Governo da Frelimo), Namburete, Mussa ou o finado David Aloni. Mas Mutisse devia continuar dizendo que são dos excluidos pelo governo do Presidente Armando Guebuza, se é que não deixou isso ao meu cargo. Nos governos de Chissano conheci muitos directores que eram assumidos membros de partidos da oposição. Aliás ninguém era exonerado por ter sido visto numa reunião ou campanha de um partido da oposição. Para além de Benjamim Pequenino exemplos são muitos... Por outro lado, lembro-me que numa reunião de quadros da Frelimo na Beira, penso que foi em 2002 ou antes, Chissano negou claramente a exigência de alguns que queriam quem fosse da oposição, devia ser excluido. Joaquim Chissano disse clara e plublicamente aos quadros que estavamos numa democracia multipartidária e que ninguém devia ser excluido por não pertencer ao partido Frelimo.

Uma das consequências da actual política de exclusão de membros intelectuais da oposição foi de enfraquecimento dos partidos da oposição. A mesma política serviu para fortalecer os (SÓ) líderes dos partidos da oposição que passaram a ser sensíveis e intolerantes às críticas dos seus quadros. Assim, muitos quadros enfrentaram e enfrentam uma dupla exclusão, a do governo da Frelimo e dos seus partidos. Exemplos são vários. Consequentemente, muitos académicos, sobretudo nas províncias, usam o cartão da Frelimo ou afastam-se completamente da política para sobreviverem.

Continua

Reflectindo disse...

Continuacão

Nota: Eu podia e talvez entrarei para o exemplo de Gaza provocado por Mutisse para justificar a situação política naquela zona. Mas aqui, o problema é o mesmo de não discutir um pontos evidentes e documentados. Quem enche as urnas com votos fantasmas não são os eleitores daquela província. Quem espanca membros doutros partidos ainda que naturais daquela província não é a população de Gaza. Quem dita para que qualquer membro de partido da oposição não possa ser alojado em nenhuma casa não é a população de Gaza.
Por outro lado, quanto às atrocidades durante a guerra civil, ¨se for essa explicação que se pretende, só numa comissão de verdade e reconciliações haveriam revelações verdadeiras e sérias. Eu acredito que a influência dos epísidios da guerra civil possa ter influência nas eleições de 1994 e 1999 e onde a Renamo e Frelimo perderam podem ter em consequências das suas acções militares.

Fim

Anónimo disse...

Reflectindo, a Directora Nacional Adjunta dos combustiveis eh Mulher do Luthero Simango,fez campanha ao lado do Marido pelo MDM atravessou o mandato e se mantem no lugar. Quer mais exemplos? Sabe ate que ponto a Direccao Nacional dos Combustiveis e estrategica?
Mundau

Julio Mutisse disse...

Amigo,

Estou a preparar me para uma reuniao nao me alongarei. Mas colocou aspectos interessantes que vale a pena abordar.

O multipardidarismo que precisamos nao eh aquele que multiplica PAMOMOs, PASOMOS PDDDMMM's, PDD's etc que, para alem de so existirem na figura dos respectivos lideres, pouco acrescentam ao xadrez politico nacional. Nao eh isso.

Vamos ao parlamento. Os criterios e competencias para a TEMIDA revisao constitucional estao claros na propria CRM. Por forca das eleicoes que, apesar de um ou outro contratempo indicado foram consideradas livres e justas, a Frelimo ganhou uma maioria confortavel e, mesmo assim, nao deve se adonar do processo. Estamos na fase de constituicao da comissao que deve tratar do assunto; a Renamo ja disse que nao vai participar. Furta-se ao debate e a participacao no processo e ja veio o "lider carismatico" (o tal que chora nao estar a ser apoiado pela Renamo segundo o Zambeze de hoje) falar de forcar uma forma de mudar a constituicao que pode nao ser aplicavel ao que se pretende mudar.

A postura do MDM eh diversa, eh de um partido maduro. O seu lider foi "bater papo" com o PR, os seus deputados contribuem positivamente nao fazendo oposicao do bota abaixo, apoiando o que julgam apoiavel (esta palavra existe?) e refutando o que para eles eh indefensavel. Sao posturas diferentes... acredito que um dia o MDM, ao contrario da Renamo, vai apresentar alternativas mais consolidadas como se espera de uma verdadeira oposicao. Nao digo que a Frelimo as aceite porque tem, este partido, as suas proprias ideias, mas para o bem do debate politico acredito que a propria Frelimo as tera em conta mesmo que para analise e aquilatamento dos seus pontos de vista.

Portanto, este espaco ja existe.

Acho que andamos a criar mitos, se calhar porque queremos ver Ministros vindos da oposicao mas, esses postos sao de confianca tecnico/politica. Noutros onde a competencia tecnica eh extremamente importante, temos os exemplos (que bem conheco) que o anonimo que me antecede coloca. Este pais tem muitos e bons tecnicos que nao tem cartao vermelho mas, merecidamente ocupam lugares importantes na estrutura dos diversos pelouros. Ao nivel do posto onde trabalho, nunca nos importamos se a pessoa eh ou nao nossa camarada, trabalhamos com todos da base ao topo com base em criterios orientados para os resultados: sucesso.

Outra coisa, temos que parar de promover empregados; temos que promover trabalhadores; eh desses que o pais precisa... tanto no escritorio que divido com um amigo como no meu posto, pugnamos por este principio; nao trazemos empregados e tentamos passar a mensagem de que queremos TRABALHADORES.

Quando estudante universitario li uma entrevista do Prof. Dr. Lourenco do Rosario no defunto o "universitario" em que ele dizia que as nossas universidades formam EMPREGADOS. Eh verdade. Todos que saiem da universidade nao sao potenciais criadores de emprego com base nos seus conhecimentos; sao empregados que te dizem, ha dois anos que nao aranjo emprego: eh um jurista, engenheiro civil, arquitecto etc. O pais esta um verdadeiro estaleiro de obras, os reclusos reclamam falta de assistencia profissional etc. Come on bro. Temos que reverter isto. Nao sei se me percebe quando distingo EMPREGADOS de TRABALHADORES.

Ate que ponto os intelectuais que mencionei estao excluidos? Por nao fazerem parte dos orgaos de direccao do Estado? Nao sei nao. Estes intelectuais participam cada um a sua maneira e acho que aqui esta mais um mito: o pais precisa de gente que contribua com ideias (como nos fazemos aqui) e nao so de gente nas estruturas de poder.

Voltarei o meeting vai comecar

Reflectindo disse...

Caro anónimo

Desculpa, mas não sei porque te refugias no anónimo que se aparecerem depois de tantos anónimos nunca saberemos dizer que disse o quê?

Entretanto, trazes duas coisas importantes. a) Algo que muitos não sabiam. b) Será das raras coisas de que falei com o exemplo do negro cabo-verdiano, chefe dum posto administrativo. (?)

Na minha opinião, se quisesses desmentir sobre os factos de partidarizacão das instituicões públicas davas MUITOS exemplos como tento fazer. Quem sofre é a maioria por um lado. Por outro, há casos que servem para afundar ainda mais a oposicão. Com humildade peco ao caro anónimo que leia o que eu escrevi sobre a consequência da exclusão de académicos pensantes nas instituicões públicas.
Nós precisamos de aprofundar do que estamos a falar.

No pior, os beneficiantes do sistema de exclusão nunca querem falar da solucão. Por exemplo, quem deve ser reitor, director duma faculdade, duma escola, dum hospital, director dos servicos, director provincial? Porquê se nega falar da solucão?

Reflectindo disse...

Mutisse

Proponho-te voltar com tempo, mas com reflexões profundas sobre o que estamos a discutir. Desculpa-me, sais para falar doutras coisas. Eu nunca falei dessa coisa que muito detesto: governo da unidade nacional. Tu sabes e muito bem. Quem falou-te de ser ministro? Quem esse que te falou isso? Eu tenho falado de categorias que se alcancam na carreira profissional. Essas categorias que mesmo a Frelimo perdendo eleicões e aceitando a derrotando, o partido vencedor não pode correr para substituir os seus ocupantes. Esses ocupantes que fazem tudo por serem suas carreiras.

Então, para ti quem quer ser empregado que adquira o cartão vermelho, como Manuel Tomé disse em 2007 e Filipe Paúnde ano passado? Os outros têm que ser trabalhadores?!?!?
O que contei sobre o tempo colonial, deixei que tirasses as tuas conclusões. Claro, que eu queria dizer que quem limpa a cadeira onde sentas, pode ser de que partido for. Isso sim existe. Há professores simples que sejam da Renamo, do MDM, do PDD. Conheco muitos deles.

Meu amigo, meus amigos, não faca/m esforco por os seniores da Frelimo sem papas na língua dizem tudo e publicamente o que se combina em portas fechadas na Matola.

Mutisse, as instituicões públicas estão partidarizadas e agora a partidarizacão já está a atingir as famílias. Talvez consideres isso normal por duas ou mais razões, uma sendo porque a exclusão dos outros de beneficia e a outra porque nunca viveste numa sociedade apartidarizada.

Quanto aos partidos, volto com tempo para rebater.

Nota: nao reli este comentário, em casos de erros graves

Abdul Karim disse...

Vou terminar este debate estremamente agradavel com 3 questoes pro Borther Mutisse, e depois assisto do "camarote" do desenvolvimento do debate,

1- Se existe consciencia do multipardidarismo necessario para Mocambique ( partidos da oposicao fortes e nao multiplicacao de tipo "simbindicuus" e "neves serrano") entao porque o "forcing" e ate a "discriminacao" do partido no poder e da media pro-governamental em "desacreditar" os que sao representantes do Povo pelo voto espresso ?

2- Se existe necessidade de ideias para solucoes de melhoria da situacao do pais, porque nao sao consideradas essas ideias quando sao apresentadas ?

3- este debate produziu mais do qe muitos anteriores, a tal se deve a abertura de todos intervinientes, onde Mutisse a "representar"o partido no poder, obteve uma serie de In-puts de que provavelmente necessitava, devido 'a sua postura muito positiva, de inclusao, nao discriminacao, reconhecimento de intelectuais, e real reconhecimento de necessidades actuais do pais ( ideias para solucoes ), se o governo e o partido no poder, tiverem a mesma postura do Mutisse, sera que resultados a obter nao seriam identicos a este debate ?

Nota,

Na minha opiniao pessoal, o governo precisa de promover inclusao real, se nao estiver a fim de promover a inclusao real, vai concerteza conseguir fazer o que bem achar como ate agora, mas, nao sei se conseguira tirar o pais da situacao em que se encontra e nem sei se valera mesmo muito a pena,

Podera isso sim, pensar que todos somos "nao pensantes" e que acreditamos em tudo que estoria da fada madrinha, mas os resultados pro proprio governo e pro pais nao vao mudar com esse pensamento.