quarta-feira, maio 19, 2010

Administrador de Moma denunciado em público

Denunciadas em Nampula durante a presidência aberta

Daniel Ramos é igualmente acusado de má gestão do fundo da iniciativa local, vulgo “Sete Milhões”, ao congelá-lo ou atribuir sem respeitar as normas estabelecidas
O administrador do distrito de Moma, em Nampula, Daniel Ramos, deve andar sem sono desde a passagem do presidente da República, Armando Guebuza, pelo seu distrito, no passado dia 16 de Maio. Tudo porque, num comício orientado por Guebuza, no posto administrativo de Larde, a população denunciou casos de corrupção, perseguições, abuso de poder e mau comportamento da mais alta figura do distrito.
Conforme presenciou o “O país”, no decurso do comício, iniciado por volta das 09h00, o presidente da República deu tempo para a população subir ao pódio e usar da palavra. Foi nesta altura em que uma cidadã de nome Eugénia Viagem disse haver intimidação quando a população faz denúncias sobre o que acontece no distrito. A situação é tão dramática, havendo pessoas que são ameaçadas de detenção.
O facto fez com que muitos residentes abandonassem as suas casas por temer a detenção depois de terem denunciado situações anómalas na recente visita do governador de Nampula, Felismino Tocoli, àquele distrito.

Esta intervenção foi apenas o início de revelações que deixaram transpirado Daniel Ramos e atraíam a atenção do Presidente da República, que não parava de tomar notas e mandar os ministros do Interior e da Administração Estatal, José Pacheco e Carmelita Namashulua, respectivamente, que integrava a visita presidencial, para recolherem provas e interagirem com os denunciantes para aprofundarem a veracidade das informações.
Um cidadão disse que, naquele momento, havia ordem de detenção de amigo seu e que aguardava uma viatura que o devia acompanhar até à sede distrital de Moma, onde seria encarcerado, privando-o assim de proceder com as denúncias.

Má distribuição dos “sete milhões”

Outro cidadão de nome Joaquim Ramiro, do posto administrativo de Chalaua, diz ter submetido ao governo distrital dois projectos para serem financiados com o fundo de investimento de iniciativas local. No entanto, os projectos, apesar de terem sido aprovados, nunca eram financiados. Aliás, em todo o posto administrativo de Chalaua não havia nenhum projecto financiado. Paradoxalmente, as estatísticas disponíveis no distrito e apresentadas em várias visitas de estruturas ao distrito de Moma davam conta que em Chalaua haviam sido financiados 51 projectos.
Na tentativa de tapar o sol com as mãos, conta-se que o administrador de Moma, apercebendo-se que corria perigo de ser desmascarado, contactou com o cidadão Joaquim Ramiro para uma conversa privada no seu gabinete de trabalho. na ocasião, passou-lhe um cheque da conta da administração do distrito no banco de Moçambique, “dependência de Nampula”, com o número 400753396 e fez uma declaração para que Joaquim Ramiro fosse levantar dinheiro no banco, no valor de 30 mil meticais, como funcionário da administração.

Fonte: O País online - 18.05.2010

1 comentário:

V. Dias disse...

O povo deve estar de olhos abertos. Parabéns povo de Nampula.

Zicomo