sábado, fevereiro 14, 2009

2.ª volta em Nacala-a-Porto (4) - Manobras

Notei que Nuno Amorim colocou uma questão embora sem referências e tema impróprio, o que de certo modo deixa a muitos sem motivação para a réplica. Fui procurando ao que ele havia alegado e felizmente o Savana já havia escrito sobre. Acho a questão importante para um debate sério, como ponto de reflexão sobre alguns actos que possam minar o nosso processo democrático. Eis o que o Savana escreve:

Manobras

A Frelimo e a Renamo interceptaram-se transportando seus membros para votarem a favor de um dos partidos.
Ossufo Quitine, porta-voz da Renamo em Nacala-Porto, confirmou ao SAVANA que cinco viaturas indicadas pelo seu partido transportaram cerca de 700 eleitores de Ontupia para Nacurula-Cidade.

Quitine explicou que a medida surgiu como retaliação supostamente ao facto do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) local ter movimentado cadernos dum lugar para o outro. Com a movimentação dos cadernos, o STAE local visava, segundo Quitine, beneficiar a Frelimo. A fonte acusa ainda a Frelimo de ter transportado jovens membros da Organização da Juventude de Moçambique da cidade de Nampula, um dos tentáculos políticos da Frelimo, para votar na cidade portuária.

Na verdade, o STAE deslocou as duas mesas (1886 e 1887) de Ontupaia para a Escola Primária Completa (EPC) de Nacurula. A situação suscitou uma confusão e a Renamo decidiu transportar seus militantes de Ontupaia para votarem em Nacurula num carro do Conselho Municipal. O director do STAE em Nacala, Gilberto Sapile, justificou a transferência das duas mesas como medida para corrigir a irregularidade verificada na primeira volta.

Fim

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Reflectindo, coloquei um comentário num post relativamente antigo, na artigo k trancreveste de SV.

Viriato Tembe

Anónimo disse...

Caro reflectido, constou-me que alguns observadores internacionais e jornalistas que estiveram em Nacala estao desde ontem a trabalhar sobre alguns dados referentes aos resultados eleitorais e que poderao eventualmente provar que de facto o STAE anunciou resultados falsos.
Infelizmente a reclamacao apresentado pela RENAMO em Nacala nao vai ajudar muito por ter sido mais politica do que juridica.
Para o bem do processo democratico espero que os jornalistas e os observadores sejam suficientemente corajosos para provarem que de facto o processo de contagem foi adulterado a favor do candidato da FRELIMO.
O Jornal Zambeze e outros deverao trazer noticias sobre o caso.
Ismael Mussa.

Reflectindo disse...

Caro Viriato, obrigado pela alerta e já coloquei o meu feedback.

Abraco

Reflectindo disse...

Caro Ismael Mussa, muito obrigado por esta importante informacão.

Esse trabalho dos observadores internacionais e jornalistas é de certo ponto muito importante para umas eleicões justas, livres e transparentes.

É antes tudo necessário controlar o trabalho da CNE e o STAE e esta última instituicão age muitas vezes a favor do partido no poder, embora sem saber-se se é por instrucão ou não da Frelimo. Afinal é o mesmo que a polícia faz.

Eu também digo infelizmente quanto à reclamacão da Renamo, pois só favorece à Frelimo, levando-me a desconfiar que esta seja instruida pelo partidão para tornar prática a negociata. Não posso entender que a Renamo não pegue os pontos mais fortes que mesmo o Santos perdendo, serviriam para um combate contra a fraude eleitoral.

Sabes, registei neste blog o que havias dissertado no seminário de capacitação de quadros da Renamo, na Beira, realizado na Beira em 2007 (eis aqui e directamente do Notícias). E, a pergunta é se houve quem tenha capitaliza-lo. A resposta é NÃO porque é como está provado que a Renamo não usa ao máximo os recursos humanos que tem...

Infelizmente, esta é a atitude de quase de todos os partidos políticos em Mocambique. Para os nossos partidos, em Nacala o jogo era entre a Frelimo e Renamo e não se tratava de um jogo puramente democrático. Os partidos com representacão em Nampula e particularmente em Nacala nem se deram ao trabalho para fiscalizar todo o processo. Para estes nem acham que o uso de tinta indelével para invalidar os votos para o Santos é um atentado contra a democracia em Mocambique.

Por amor à pátria, há que se trabalhar muito para conscienzacão de muitos.

Estou a espera dos resultados dos observadores internacionais e jornalistas sérios.