O analista político e jurista Carlos Jeque, na imagem, afirmou numa entrevista ao Jornal Notícias que estava convicto que Daviz Simango iria vencer porque o povo da Beira é especial, determinado e sabe o que quer.
NOT. – Porquê essa convicção?
C.J. – Porque o povo da Beira é especial. É diferente dos outros povos moçambicanos. É um povo muito determinado. Os cidadãos da Beira sempre souberam o que queriam; queriam um Daviz Simango jovem dinâmico, que tinha tido um alto desempenho. Os outros candidatos mereciam simpatia, mas, naturalmente, não iriam ter o voto de confiança do povo da Beira... de forma alguma. E pesa, também, a favor de Daviz Simango a sua própria origem e o que se começou a desenhar à volta dele, criando-se um certo carisma, ao mesmo tempo que se desenhava a possibilidade de ele apresentar o potencial de vir a ser a segunda figura da Renamo, com poderes suficientes de conduzir os destinos da oposição, com a consciência de que havia necessidade de se reforçar a liderança da Renamo. Daviz Simango tinha de continuar com a presidência do Conselho Municipal para ter a força suficiente de progredir com os outros projectos políticos...
NOT. – Porquê essa convicção?
C.J. – Porque o povo da Beira é especial. É diferente dos outros povos moçambicanos. É um povo muito determinado. Os cidadãos da Beira sempre souberam o que queriam; queriam um Daviz Simango jovem dinâmico, que tinha tido um alto desempenho. Os outros candidatos mereciam simpatia, mas, naturalmente, não iriam ter o voto de confiança do povo da Beira... de forma alguma. E pesa, também, a favor de Daviz Simango a sua própria origem e o que se começou a desenhar à volta dele, criando-se um certo carisma, ao mesmo tempo que se desenhava a possibilidade de ele apresentar o potencial de vir a ser a segunda figura da Renamo, com poderes suficientes de conduzir os destinos da oposição, com a consciência de que havia necessidade de se reforçar a liderança da Renamo. Daviz Simango tinha de continuar com a presidência do Conselho Municipal para ter a força suficiente de progredir com os outros projectos políticos...
NOT. – Alguns analistas políticos consideram que não deverá ser fácil este grupo, [que exige a renovacão da Renamo] composto maioritariamente pela chamada “ala académica” da Renamo, conseguir lograr o objectivo de retirar Afonso Dhlakama da liderança da Renamo devido ao facto de este ser militar e ter gerido o partido com métodos ditatoriais. Consideram ainda que as bases do partido, na sua maioria compostas por ex-guerrilheiros e população vivendo nas zonas rurais, não deverão facilitar essa missão.
C. J. – É falso.. Às vezes, as pessoas pensam que o mundo rural pensa pouco e nós que estamos nas grandes cidades somos os mais esclarecidos. Julgam ainda que os do campo são pouco letrados... mas a capacidade de raciocínio nada tem a ver com o analfabetismo, é um dom natural. Afonso Dhlakama neste momento nada tem estado a fazer para mudar o curso dos acontecimentos. O actual Presidente da República, Armando Guebuza, quando foi eleito Secretário-Geral da Frelimo, andou por todos os distritos, passou pelas zonas mais recônditas do país, incluindo em lugares onde estão os militantes e simpatizantes da Renamo. Eleito Presidente da República, em quatro anos já percorreu o país de lés-a-lés, pelo menos umas três vezes e entrou em contacto com os militantes e simpatizantes da Renamo. E o discurso do Chefe do Estado é aglutinador; não é de segregar os membros e simpatizantes da Renamo nas zonas rurais. Ele aposta nas zonas rurais, querendo dar apoio a todos e, é natural que, à medida que as necessidades dessas pessoas vão sendo satisfeitos ou pelo menos vão vendo que é possível haver uma alteração para melhor, com este Presidente da República, é natural que este ano dêem o seu voto de confiança a ele e ao seu partido mais uma vez. Por outro lado, isso acontece porque ninguém vai lá analisar o trabalho que está a ser feito pelo Presidente da República; ninguém vai ver, efectivamente, o que o Presidente da República está a fazer e se está a fazer para todos ou não; se o que o Presidente está a fazer vai consolidar o desenvolvimento económico ou não das zonas rurais, dos distritos, a médio ou longo prazo ou são acções para um período de interesse político determinado mas que não consolida as instituições. Leia +
Fonte: Jornal Notícias
Fonte: Jornal Notícias
8 comentários:
Caro Reflectindo, num comentário que fizeste no blog de Carlos Serra consideraste que não sou consequente, pois não prossegui com uma certa discussão como era teu desejo.
Por acaso, a temática sobre Simango e, no geral, todos os factos que rodearam o processo de libertação nacional despertam-me um vivo interesse. Isto significa que não me furtaria a debater qualquer deles, ou a trocar informações se notasse genuíno interesse nisso de tua parte.
Caso, na verdade, queiras discutir os factos à volta da vida de Simango ou outros diga-me mais especificamente em que termos o queres fazer, pois estou à tua disposição.
Como vês, o meu interesse é grande, que vim "provocar-te" na tua própria morada. Os motivos foram dois, no mínimo: O primeiro é porque a tua resposta à minha pergunta ocorreu numa data já longínqua e temia que já não voltasses ao post que o deu origem. O segundo motivo é que essa discussão pode ser aqui no teu blog. O terceiro, por acréscimo, é que apesar de estarmos, como intuo, em dois campos políticos diferentes, é possível debater e aprender contigo. Não noto em ti a agressão que caracterizam alguns dos que comentam no site de CS.
Portanto, se quiseres, podemos debater sobre Simango. Possuo dados, da mesma forma que penso que tu possues outros. Debater seria, na minha percepção, avaliarmos os dados que ambos temos e focalizarmo-nos neles tendo em conta o contexto político em que ocorreram.
Uma última coisa. Viriato Tembe não é Amorim, nem Heitor, nem qualquer outra pessoa. É simplesmente Viriato Tembe.
Viriato Tembe
Viritato Tembe é amorim heitor voz da revolucao etc. Nao confusiones rapaz e deixa para lá tua pele de cordeiro!
(Sacudu Tembe)
Caro Viriato Tembe, muito obrigado por teres vindo e afirmares que podemos discutir sobre a nossa História recente. É nossa.
Fiquei a espera a disposicão tua para comecarmos com o debate, embora Laude Guiry tenha pedido que debatessemos depois de ele ter lido o livro de Barnabé Ncomo. Talvez o Guiry esteja de férias, mas esperamo-lhe ainda esta semana.
Este blog não considero de minha morada, mas um espaco onde eu posso provocar debates em prol da pátria amada, Mocambique. E afinal, onde também permito que todos me "proquem" e muito bem é quando for em prol da pátria.
Se tiveres notado, nunca me preocupei nisso de confundir os meus interlocutores, senão pelas ideias.
Creio que há-de ser um estimulante debate, não obstante os PROVOCADORES deste mundo. Quando notarem que estamos a debater, a discordar, a aprender e a apurarmos o nosso sentido de pertença a este Moçambique diverso virão, certamente, SACUDIR com violência como é seu apanágio.
Viriato Tembe
Gostaria de acompanhar... como vai mano? olha, no ano passado ficamos por nos encontrarmos, tudo bem, espero o façamos brevemene. abraço
Olá, mano Chacate, não é só acompanhar, mas participar, pois a História de Mocambique, sobretudo a recente e isso estranhamente, se aprende quota a quota e informalmente (?).
Porém, julgo necessário provocar abertamente este tema porque os conhecedores e estudiosos que nos acompanham ou vão rir-se de nós ou deles mesmos ao sentirem-se culpados por não nos ensinar a história mais próxima da verdade.
Quanto ao encontro, 2009 promete enquanto a saúde acompanhar.
Concordo, de facto ha muitos "factos" que são "dogmáticos", ou por outras que não tem explicação e somos obrigados a acreditarmos mesmo sem nos convencerem que isto ou aquilo aconteceu desta ou daquela maneira! abraós
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