Esta semana, o governo moçambicano adoptou um pacote de medidas de incentivo à produção de bens alimentares e de controlo cambial, face à desvalorização do metical e à escassez de divisas.
O pacote de medidas adoptado pelo governo inclui uma maior agressividade na busca de divisas no exterior para minimizar o impacto da crise.
Economistas ouvidos pela VOA disseram que estas medidas só poderão surtir efeito se forem acompanhadas de políticas económicas ligadas ao mercado e a sectores produtivos que façam com que as empresas possam corresponder aos incentivos que o executivo irá estabelecer.
O economista Francisco Cumba diz ser necessário esperar para ver o impacto imediato destas medidas.
Cumba sublinha que a economia moçambicana precisa de uma injecção financeira, sobretudo através das exportações e do investimento directo estrangeiro, entre outras acções.
O economista João Mosca considera que as medidas anunciadas pelo Governo fazem parte de "um discurso recorrente, nos últimos 40 anos, e que aparece mais forte quando surgem situações de crise".
O governo diz que toda a economia mundial está em crise, mas em Moçambique, há quem associe a situação que se vive no país à tensão política.
João Mosca disse que "o problema de instabilidade política não está resolvido, o problema das empresas públicas mantém-se grave, o investimento externo em muitos sectores está comprometido, a entrada do dinheiro da cooperação está a reduzir-se... e o governo também tem culpas nisso".
Fonte: Voz da América - 03.12.2015
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