O impacto de falta de responsabilização
Um dos grandes problemas em Moçambique é a recusa de assumir crítica e falta de responsabilização. A reacção sobre uma crítica é torná-la insignificante. No pior, procuram-se acusações falsas ao criticante em forma de uma retaliação.
Em muitas críticas ou mesmo acusações há sempre alguma verdade e essa verdade fica permanentemente oculta por falta de uma reflexão sobre as críticas e de responsabilização. Porque ninguém toma a peito as críticas, abre-se um campo livre de contra-ataque ou acusação falsa em retaliação. Para evitar estes riscos há os que preferem calar-se. Assim os erros nunca se corrigem o que nos leva a uma sociedade moralmente estagnada.
O que de facto devíamos fazer neste país, é reflectir sobre as críticas e corrigir o que achamos de errado sem procurarmos encobri-lo, e, fabricar acusações em forma de retaliação ou mesmo intimidação e torturas psicológicas a quem nos critica. Acredito por exemplo, que nem tudo o que alguns jornalistas escrevem é verdade, mas também há muito que não se escreve em Moçambique porque alguns jornalistas têm medo de represálias, sobretudo, se isso diz respeito a quem tem poder (aqui não me refiro apenas do poder da Frelimo). Há comportamento reconhecidamente mau que não se critica por medo de represálias, principalmente se os seus autores forem indivíduos com um certo poder.
Represálias a um jornalista que escreveu sobre uma má prática ou uma má conduta de um indivíduo do poder são fáceis porque uma das exigências que se faz a ele é que apresente todas as provas para mostrar que ele faz um jornalismo investigativo. E jornalismo investigativo em Moçambique parece ser só possível a título póstumo. Só vejamos, o único reconhecido como quem fazia um jornalismo investigativo é Carlos Cardoso.
Em Moçambique está condicionado que para escrever sobre qualquer anomalia a pessoa deve ter toda a investigação pronta e mesmo na fase em que a pessoa não tem competência. Parece também que exigir-se que a pessoa saiba interpretar todos os fenómenos em redor dum caso anómala. Isso leva-me a pensar que é uma das formas de intimidação, levando-nos a deixar passar má conduta que se comete pelos nossos dirigentes. Por mesma razão, vemos cidadãos de má conduta a serem promovidos sempre para escalões superiores. Lembro-me de um dirigente acusado por um jornal local de prática de nepotismo e de acumulação de riquezas em nome de governação aberta, mas que ao invés de responsabilização por essas práticas que não nos dignificam, foi promovido para um escalão superior a caminho da casa do povo, isto é, a deputado da Assembleia da República ou então a ministro. Neste caso, os seus olhos, mesmo que invisíveis, estão direccionados aos seus críticos e acusadores. Assim, muitos preferem calar-se em defesa do seu pão, embora no fundo isso lhes doa.
P.S: Falar de bebedeira em Moçambique, parece em si ser um assunto muito delicado, sobretudo, actualmente. Contudo, no prosseguimento desta série ousarei me debruçar sobre isso que considero ser um dos grandes problemas da nossa sociedade.
Um dos grandes problemas em Moçambique é a recusa de assumir crítica e falta de responsabilização. A reacção sobre uma crítica é torná-la insignificante. No pior, procuram-se acusações falsas ao criticante em forma de uma retaliação.
Em muitas críticas ou mesmo acusações há sempre alguma verdade e essa verdade fica permanentemente oculta por falta de uma reflexão sobre as críticas e de responsabilização. Porque ninguém toma a peito as críticas, abre-se um campo livre de contra-ataque ou acusação falsa em retaliação. Para evitar estes riscos há os que preferem calar-se. Assim os erros nunca se corrigem o que nos leva a uma sociedade moralmente estagnada.
O que de facto devíamos fazer neste país, é reflectir sobre as críticas e corrigir o que achamos de errado sem procurarmos encobri-lo, e, fabricar acusações em forma de retaliação ou mesmo intimidação e torturas psicológicas a quem nos critica. Acredito por exemplo, que nem tudo o que alguns jornalistas escrevem é verdade, mas também há muito que não se escreve em Moçambique porque alguns jornalistas têm medo de represálias, sobretudo, se isso diz respeito a quem tem poder (aqui não me refiro apenas do poder da Frelimo). Há comportamento reconhecidamente mau que não se critica por medo de represálias, principalmente se os seus autores forem indivíduos com um certo poder.
Represálias a um jornalista que escreveu sobre uma má prática ou uma má conduta de um indivíduo do poder são fáceis porque uma das exigências que se faz a ele é que apresente todas as provas para mostrar que ele faz um jornalismo investigativo. E jornalismo investigativo em Moçambique parece ser só possível a título póstumo. Só vejamos, o único reconhecido como quem fazia um jornalismo investigativo é Carlos Cardoso.
Em Moçambique está condicionado que para escrever sobre qualquer anomalia a pessoa deve ter toda a investigação pronta e mesmo na fase em que a pessoa não tem competência. Parece também que exigir-se que a pessoa saiba interpretar todos os fenómenos em redor dum caso anómala. Isso leva-me a pensar que é uma das formas de intimidação, levando-nos a deixar passar má conduta que se comete pelos nossos dirigentes. Por mesma razão, vemos cidadãos de má conduta a serem promovidos sempre para escalões superiores. Lembro-me de um dirigente acusado por um jornal local de prática de nepotismo e de acumulação de riquezas em nome de governação aberta, mas que ao invés de responsabilização por essas práticas que não nos dignificam, foi promovido para um escalão superior a caminho da casa do povo, isto é, a deputado da Assembleia da República ou então a ministro. Neste caso, os seus olhos, mesmo que invisíveis, estão direccionados aos seus críticos e acusadores. Assim, muitos preferem calar-se em defesa do seu pão, embora no fundo isso lhes doa.
P.S: Falar de bebedeira em Moçambique, parece em si ser um assunto muito delicado, sobretudo, actualmente. Contudo, no prosseguimento desta série ousarei me debruçar sobre isso que considero ser um dos grandes problemas da nossa sociedade.
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