Premissas iniciais
Que atributos uma pessoa deve ostentar para investigar, criticar ou denunciar uma anomalia? Ao que tudo indica podemos desenvolvê-los, embora não seja para todos; ou seja, cada um os desenvolve à sua maneira . O processo de investigacão para ser completo precisa de cooperação (network) e complementaridade (sinergias) entre actores. E, isso deve funcionar, para que estes actores sejam capazes de investigar e seus resultados partilhados e validados quer entre os pares, quer com os demais que clamam o seu direito de cidadania participativa.
Por essa razão, temos instituições tanto formais como informais, só para citar alguns, a Polícia, a Procuradoria-Geral da República, a Assembleia da República, Comissões partidárias, Comissões disciplinares dos vários sectores, Recursos humanos em muitos organismos, Comités sindicais, cuja acção jurisprudente e legal inclui a aplicação de técnicas de investigação.
Qualquer denúncia que pese contra um dirigente, devia-se investigar. Nos países democráticos, a fasquia sobre a ética e moral dos governantes, políticos e outros dirigentes é alta. Na Suécia, por exemplo, uma simples suspeita de anómalias é publicada, identificando os suspeitos por nome e, muitas vezes, a fotografia. Em julgamento não se oculta a sua imagem. Ao contrário, o Zé Povinho é protegido pelo anonimato, isto é, não se publica o nome, lugar onde ele vive e em julgamento, a sua imagem é ocultada e isso, mesmo que morto. Esta contrariedade, que tanto me espantou, levou-me a perguntar da sua razão ao meu professor de educação cívica ao que me respondeu que era, porque o zé-povinho age individualmente, enquanto que o político, governante ou dirigente, muitas vezes, usa o poder para praticar uma anómalia. Por estas razões, acho sempre que ser político ou governante em países democráticos (nórdicos, por exemplo) não é tão fácil, como o é em Moçambique. Não é por acaso que, em países democráticos, auto-demissões de políticos e governantes, são frequentes e a imprensa é o quarto poder com um papel do bem comum.
Muitas vezes, já imaginei que, se o caso Bill Clinton vs Monica Lewinsky tivesse lugar/ocorresse em Moçambique, nunca se investigaria e podemos imaginar, o que seria da Linda Tripp. Confesso que, nos primeiros momentos desta saga, eu acreditava no Bill Clinton e pensei que a Linda Tripp estava, apenas, a procura de um enriquecimento fácil. Foi de facto graças a uma investigação que se apurou que o presidente tinha relações amorasas com a Monica. Na investigacão não houve consideração da performance de Bill Clinton, a quem, muitos como eu, o podem reconhecer, como um dos melhores presidentes dos Estados Unidos da América, nos últimos vinte anos. Alguém se deu ao luxo de investigar o jovem, membro da OJM, que foi, alegadamente, aos microfones da Antena Nacional, a rádio pública em estado de embriaguez, inalando um cheiro que até incomodou a um deputado da nossa Assembleida da República? Que eu saiba, nem palha nem talha foi removida par o efeito.
Que atributos uma pessoa deve ostentar para investigar, criticar ou denunciar uma anomalia? Ao que tudo indica podemos desenvolvê-los, embora não seja para todos; ou seja, cada um os desenvolve à sua maneira . O processo de investigacão para ser completo precisa de cooperação (network) e complementaridade (sinergias) entre actores. E, isso deve funcionar, para que estes actores sejam capazes de investigar e seus resultados partilhados e validados quer entre os pares, quer com os demais que clamam o seu direito de cidadania participativa.
Por essa razão, temos instituições tanto formais como informais, só para citar alguns, a Polícia, a Procuradoria-Geral da República, a Assembleia da República, Comissões partidárias, Comissões disciplinares dos vários sectores, Recursos humanos em muitos organismos, Comités sindicais, cuja acção jurisprudente e legal inclui a aplicação de técnicas de investigação.
Qualquer denúncia que pese contra um dirigente, devia-se investigar. Nos países democráticos, a fasquia sobre a ética e moral dos governantes, políticos e outros dirigentes é alta. Na Suécia, por exemplo, uma simples suspeita de anómalias é publicada, identificando os suspeitos por nome e, muitas vezes, a fotografia. Em julgamento não se oculta a sua imagem. Ao contrário, o Zé Povinho é protegido pelo anonimato, isto é, não se publica o nome, lugar onde ele vive e em julgamento, a sua imagem é ocultada e isso, mesmo que morto. Esta contrariedade, que tanto me espantou, levou-me a perguntar da sua razão ao meu professor de educação cívica ao que me respondeu que era, porque o zé-povinho age individualmente, enquanto que o político, governante ou dirigente, muitas vezes, usa o poder para praticar uma anómalia. Por estas razões, acho sempre que ser político ou governante em países democráticos (nórdicos, por exemplo) não é tão fácil, como o é em Moçambique. Não é por acaso que, em países democráticos, auto-demissões de políticos e governantes, são frequentes e a imprensa é o quarto poder com um papel do bem comum.
Muitas vezes, já imaginei que, se o caso Bill Clinton vs Monica Lewinsky tivesse lugar/ocorresse em Moçambique, nunca se investigaria e podemos imaginar, o que seria da Linda Tripp. Confesso que, nos primeiros momentos desta saga, eu acreditava no Bill Clinton e pensei que a Linda Tripp estava, apenas, a procura de um enriquecimento fácil. Foi de facto graças a uma investigação que se apurou que o presidente tinha relações amorasas com a Monica. Na investigacão não houve consideração da performance de Bill Clinton, a quem, muitos como eu, o podem reconhecer, como um dos melhores presidentes dos Estados Unidos da América, nos últimos vinte anos. Alguém se deu ao luxo de investigar o jovem, membro da OJM, que foi, alegadamente, aos microfones da Antena Nacional, a rádio pública em estado de embriaguez, inalando um cheiro que até incomodou a um deputado da nossa Assembleida da República? Que eu saiba, nem palha nem talha foi removida par o efeito.
Prossigo este raciocinio na próxima brevemente.
16 comentários:
Mas porque haveriam de investigar o tal jovem? Preferem (a policia) simular investigaçoes para recuperar um telemovel e com isso enriquecerem a custa do pobre coitado que foi alvo do roubo.
Como se nao bastasse, o jovem continua impavido e sereno como se nada tivesse acontecido para um acto digno de registo no seu cv e quiça em registo criminal pela ofensa moral aos ouvintes. Tambem, se o fizessem, veriamos o tal registo criminal imaculadamente limpo...
Ah, que saco!
O que tenho estado a matutar ultimamente e', como e' que se cria ou se torna um sistema judicial independente, autonomo, que nao ande a reboque do executivo (o da Africa do Sul podia nos servir de exemplo). Mocambique esta' a precisar urgentemente disso, como um dos pilares estruturais e fundamentais para uma democracia digna desse nome.
Corroborando aos que me secundam, a cultura de prestacao de contas, responsabilizacao e' um imperativo que urge conquistar para o nosso Mocambique de hoje. Senao, com esta maneira de fazer as coisas, estamos a pouco e pouco a leva-lo a uma Republica das bananas...
Cara Ximbitane, infelizmente o jovem antigo, pois já nem é jovem, que é a triste situacão das ligas juvenis dos nossos partidos em Mocambique, está aí sem sequer preocupar-se em pedir desculpas à nacão e há indivíduos em seu redor a defamar quem achou disso uma má conduta.
Caro jonathan,
Todos, incluindo juristas sabem que precisamos disso. Porém, muitos e incluindo muitos juristas, se beneficiam da promiscuidade dos poderes pelo que não agem para que o nosso sistema judiciário seja independente. Chamar uma conferência de imprensa para simular a existência de independência é também uma falácia.
Veja que embora todos nós não tenhamos o direito de julgar ou defender, temos o direito de conhecer a lei, sobretudo o que é básico. Em para este caso recomendo a leitura do artigo de Hermínio Morais (http://www.kas.de/wf/doc/kas_5489-544-5-30.pdf).
África do Sul é um bom exemplo, mas como chegaremos até lá é um outro problema. Muitos dos nossos juristas são favoráveis ao nosso sistema porque não lhes exige trabalho sério.
Caro Dede,
Só com responsabilizacão podemos sair da situacão em que nos encontramos. Uma sociedade democrática não permite o que estamos a assistir: ser-se chefe para ter o direito a má conduta. Eu já notei que há muitos chefes, deputados, políticos que tinham um bom comportamento antes de serem o que são, mas que uma vez isto, são totalmente ruins, infelizmente. Isto tudo é por falta de responsabilizacão e ao contrário, a posicão que ostentam dá-lhes o direito a bebedeira, andar nos prostíbulos, com quatorzinhas e tudo que é nocivo à nossa sociedade. Isto me preocupa bastante.
Ligas juvenis? Ahahahahaha! Ilustre, foi deveras interessante a postura das nossa ligas por estes dias.
A Organizaçao da Juventude teve uma atitude digna dela mesma: no dia mundial da juventude ficaram num silencio sigiloso e aquando das eleiçoes do partidao se manifestam como apoiantes de sicrano e beltrano?
Ximbitane, vou organizar mais uma vez, algumas linhas para falar das ligas juvenis partidárias e porque não tbem as outras.
Nao existe activismo, seja juvenil ou outro, em Mocambique!
Essas organizacoes nao passam de espantalhos do poder instituido. E aqui nao podemos culpar o governo. Eles querem garantir uma governacao tranquila e, quanto mais anestesiado estiver o mundo a sua volta, melhor!
Nos tempos de estudante, uma curta passagem pela associacao de estudantes universitarios, deu-me logo a entender que as reitorias e o partido no poder, procuram e fazem com que estes organismos estejam "em boas maos".
Se o jovem mocambicano nao se libertar e encontrar o seu caminho, continuaremos neste estado em que "tudo esta' bem"!
McCharty, yeaheee, verdade; so' uma viragem para um territorio onde impere o activismo jovenil, pode, e de que maneira, catapultar os jovens que sofrem de miopia, cujo epicentro sao os partidos.
As veredas e os fins das organizacoes que militam (seguindo os programas dos partidos) e o sangue que corre nas veias dos jovens de hoje pode nao servir boas causas, se nao poderem girar 'fora da caixinha' e descobrir ha' outras vias que estas para participar no sonho do "nosso belo" Moc,ambique.
Caros, achos que os unicos jovens que ainda pensam nos outros e em todos somos nós? Será que é porque estamos acobertos pela virtualidade?
Entao, porque não pensar na Associação Juvenil do Bloggers ou la outra designação?
Ximbitane, Só que logo que se criar essa associacão o poder quererá meter o nariz aí. Ou por outra o poder criará a sua associacão de bloggers para assombrar a independente. Lembras-te das ligas de direitos humanos? Viste qual a é funcão daquela associacão dos direitos humanos do poder, apesar de ela não ter conseguido assombrar a LDH da Alice Mabota?
As vezes compreendo porque alguns sérios preferem agir individualmente.
Caro Jonathan, concordo que não podemos culpar o governo por existência de associacões sérias e independentes em Mocambique. Mas isso exige sacrifíco, requer que trabalho e não busca de benefícios. Associados que nunca pagam quotas e esperam dinheiro dos doadores ou favores do poder??? Eles devem saber em que pagam.
Mais uma vez, podemos nos interrogar se as nossas ligas partidárias, não cobiçam a independência das congéneres sul-africanas, as ligas do ANC?
Caro Dede, até acho que seria bom se as ligas partidárias seguissem os programas partidários e não só, mas que exigessem o cumprimento rigoroso desses programas. Mas infelizmente.
Ai sim? Entao vou continuar com a minha Liga individual e que nao aceita a contestaçao ou mao de alguem!
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