As reflexões em torno deste caso
Duma ou doutra forma tenho me esforçado em analisar um fenómeno e não uma pessoa. Portanto, do que reflicto não é Raimundo Samuge, embora seja ele quem me tenha chamado a atenção para este tema, mas pelo fenómeno que tem se caracterizado pelo que se costuma dizer como deserção dum partido para outro, geralmente da Renamo para Frelimo, isto segundo a imprensa pública. Pela imprensa independente tem se relatado um movimento contrário. A situação voltou a ser quase aquela que se assistia nos anos 80, durante a guerra civil, onde cidadãos ora se retiravam das aldeias para xoxorona (nome em macua de locais com casas dispersas, onde os aldeões dormiam durante a guerra civil) ou se obrigavam para voltar para elas.
Aliás, casos destes eram os de pequeno vulto, pois os de grande vulto constituiam na fuga de funcionários seniores do Servico Nacional de Seguranca Popular (SNASP) como é o caso de Jorge Costa, Mascarenhas ou do oficial do exercito e piloto Adriano Bomba à Renamo e de Paulo de Oliveira à Frelimo. Nos anos 80, o papel da imprensa pública a única com o direito de difundir o que lhe apetecia, era de publicar os chambocos, as execuções públicas ou as ditas recuperação de civis e capturacão do inimigo. A Renamo servia-se da Imprensa internacional para fazer passar a sua propaganda.
Pelo que me parece, as lideranças dos dois partidos continuam a ver as trocas ou deserções dos membros da mesma forma, por isso desvalorizam a accão do outro e super-valorizam a sua própria. Entretanto, os tempos são outros. Não estamos em tempo de guerra, mas sim num tempo em que o interesse é democracia, desenvolvimento do país e resolução dos problemas sócio-económicos da nossa sociedade. Na verdade, os moçambicanos, sobretudo os da nova geração, não vêem e nem querem ver a Frelimo e a Renamo como movimentos guerrilheiros, mas sim partidos políticos empenhados na resolução dos seus problemas, entre eles o emprego, a habitação, os transportes públicos, a educação, a saúde pública. Portanto, a prioridade dos moçambicanos é outra e não aquela em que a imprensa pública e pior ainda as lideranças partidárias se dedicam.
No futuro, para eu ser bem claro sobre as minhas reflexões, deixarei de falar de Raimundo Samuge. Samuge como tal, gostaria um dia de falar com ele para lhe dar o meu ponto de vista quanto ao seu "abandono" à Renamo. Segundo o meu ponto de vista, Samuge fez mal e muito mal ainda por ter usado os meios da Frelimo para anunciar a "renúncia" à Renamo. Samuge, que ouvi dizer ser membro do Conselho Nacional da Renamo, deve saber do peso que carrega perante os outros membros. Ele estava lá não para decidir por si, mas pelos milhares de membros da Renamo. Agora Raimundo Samuge agiu como um egoista e isso é mau. Admito que Raimundo Samuge teve problemas com a liderança da Renamo e pessoalmente me solidarizo com ele, contudo, ele NÃO usou o poder que teve para criar na Renamo uma cultura democrática. Samuge como membro do Conselho Nacional e segundo os estatutos da Renamo, artigo 24 a 27, tinha direitos através dos quais o partido Renamo pode cultivar um sistema verdadeiramente democrático.
Na verdade, se boicotar fosse coisa fácil, eu o teria feito. Isto é, eu boicotaria a muita coisa, entre outras Moçambique como país, por causa de tanta roubalheira que por este país passa, a apatia para com os problemas reais do país, e não menos pelo comportamento de muitos políticos sejam eles da Frelimo como da Renamo. Mas eu sou refém da pátria amada.
P.S: todos são livres de discutir comigo aqui ou enviando-me e-mail: askwaria@gmail.com.
Duma ou doutra forma tenho me esforçado em analisar um fenómeno e não uma pessoa. Portanto, do que reflicto não é Raimundo Samuge, embora seja ele quem me tenha chamado a atenção para este tema, mas pelo fenómeno que tem se caracterizado pelo que se costuma dizer como deserção dum partido para outro, geralmente da Renamo para Frelimo, isto segundo a imprensa pública. Pela imprensa independente tem se relatado um movimento contrário. A situação voltou a ser quase aquela que se assistia nos anos 80, durante a guerra civil, onde cidadãos ora se retiravam das aldeias para xoxorona (nome em macua de locais com casas dispersas, onde os aldeões dormiam durante a guerra civil) ou se obrigavam para voltar para elas.
Aliás, casos destes eram os de pequeno vulto, pois os de grande vulto constituiam na fuga de funcionários seniores do Servico Nacional de Seguranca Popular (SNASP) como é o caso de Jorge Costa, Mascarenhas ou do oficial do exercito e piloto Adriano Bomba à Renamo e de Paulo de Oliveira à Frelimo. Nos anos 80, o papel da imprensa pública a única com o direito de difundir o que lhe apetecia, era de publicar os chambocos, as execuções públicas ou as ditas recuperação de civis e capturacão do inimigo. A Renamo servia-se da Imprensa internacional para fazer passar a sua propaganda.
Pelo que me parece, as lideranças dos dois partidos continuam a ver as trocas ou deserções dos membros da mesma forma, por isso desvalorizam a accão do outro e super-valorizam a sua própria. Entretanto, os tempos são outros. Não estamos em tempo de guerra, mas sim num tempo em que o interesse é democracia, desenvolvimento do país e resolução dos problemas sócio-económicos da nossa sociedade. Na verdade, os moçambicanos, sobretudo os da nova geração, não vêem e nem querem ver a Frelimo e a Renamo como movimentos guerrilheiros, mas sim partidos políticos empenhados na resolução dos seus problemas, entre eles o emprego, a habitação, os transportes públicos, a educação, a saúde pública. Portanto, a prioridade dos moçambicanos é outra e não aquela em que a imprensa pública e pior ainda as lideranças partidárias se dedicam.
No futuro, para eu ser bem claro sobre as minhas reflexões, deixarei de falar de Raimundo Samuge. Samuge como tal, gostaria um dia de falar com ele para lhe dar o meu ponto de vista quanto ao seu "abandono" à Renamo. Segundo o meu ponto de vista, Samuge fez mal e muito mal ainda por ter usado os meios da Frelimo para anunciar a "renúncia" à Renamo. Samuge, que ouvi dizer ser membro do Conselho Nacional da Renamo, deve saber do peso que carrega perante os outros membros. Ele estava lá não para decidir por si, mas pelos milhares de membros da Renamo. Agora Raimundo Samuge agiu como um egoista e isso é mau. Admito que Raimundo Samuge teve problemas com a liderança da Renamo e pessoalmente me solidarizo com ele, contudo, ele NÃO usou o poder que teve para criar na Renamo uma cultura democrática. Samuge como membro do Conselho Nacional e segundo os estatutos da Renamo, artigo 24 a 27, tinha direitos através dos quais o partido Renamo pode cultivar um sistema verdadeiramente democrático.
Na verdade, se boicotar fosse coisa fácil, eu o teria feito. Isto é, eu boicotaria a muita coisa, entre outras Moçambique como país, por causa de tanta roubalheira que por este país passa, a apatia para com os problemas reais do país, e não menos pelo comportamento de muitos políticos sejam eles da Frelimo como da Renamo. Mas eu sou refém da pátria amada.
P.S: todos são livres de discutir comigo aqui ou enviando-me e-mail: askwaria@gmail.com.
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