MULHERES grávidas do posto administrativo de Muculuone, no distrito de Muecate, em Nampula, recusam-se a usar as unidades sanitárias ali existentes para serviços de parto. Tal recusa resulta do facto de as enfermarias de maternidade funcionarem no mesmo edifício frequentado por homens e crianças para consultas externas, situação que, conforme advogam, atenta contra algumas tradições locais.
Algumas parturientes de Mucoluene, que estão à frente da campanha de pressão contra a junção de serviços de partos com as de consultas diversas, disseram num encontro havido com o governante de Nampula, Filipe Paúnde, ser urgente a introdução de algumas mudanças na actual configuração dos centros de Saúde ali existentes.
Segundo explicaram, as baixas taxas de frequência das mulheres grávidas aos serviços de partos institucionais derivam de alguma forma dessa recusa. Não há dados estatísticos elucidativos do impacto do "boicote" em Muculuone, porém os referentes ao distrito em geral, também não são animadores, segundo constatação da médica-chefe provincial, Fátima Ibo.
Com efeito, segundo apurámos do Governo do distrito, ao longo do primeiro semestre do presente ano, o distrito registou nas nove unidades sanitárias ali existentes, cerca de 1456 partos institucionais, cifra que corresponde a uma média de 242 partos por mês. Consta que ao longo do mesmo período, outras 358 parturientes, teriam abdicado dos serviços de Saúde para procurar cuidados das parteiras tradicionais, número que representa quase cerca de metade das pacientes assistidas pelas instituições públicas. As populações sublinham que não estão contra a instalação das unidades sanitárias, mas sim contra a forma como estas são concebidas, nomeadamente a junção dos serviços de maternidade com os de outras consultas.
Sensibilizado com o facto, o governador de Nampula prometeu interceder junto do sector da Saúde, no sentido de encontrar formas de fazer valer as preocupações das populações, alegadamente porque "afinal vocês é que são os nossos objectivos, vamos ver o que podemos fazer, se for necessário até podemos introduzir mudanças na tipologia dos centros de Saúde", assegurou .
De referir que no princípio do presente ano, o Ministro da Saúde, Ivo Garrido, foi confrontado com preocupações idênticas no distrito de Nampula-Rapale, onde algumas parturientes não aceitavam ser observadas ou assistidas pelas enfermeiras da saúde materno-infantil por, alegadamente, serem "muarussis" que traduzido em língua portuguesa significa algo como garota. Na ocasião, de nada valeu a sensibilização de que tinha de ser assim, porque as "muarussis" em alusão tinham sido formadas para o efeito.
Fonte: Notícias (2006-10-02)
Algumas parturientes de Mucoluene, que estão à frente da campanha de pressão contra a junção de serviços de partos com as de consultas diversas, disseram num encontro havido com o governante de Nampula, Filipe Paúnde, ser urgente a introdução de algumas mudanças na actual configuração dos centros de Saúde ali existentes.
Segundo explicaram, as baixas taxas de frequência das mulheres grávidas aos serviços de partos institucionais derivam de alguma forma dessa recusa. Não há dados estatísticos elucidativos do impacto do "boicote" em Muculuone, porém os referentes ao distrito em geral, também não são animadores, segundo constatação da médica-chefe provincial, Fátima Ibo.
Com efeito, segundo apurámos do Governo do distrito, ao longo do primeiro semestre do presente ano, o distrito registou nas nove unidades sanitárias ali existentes, cerca de 1456 partos institucionais, cifra que corresponde a uma média de 242 partos por mês. Consta que ao longo do mesmo período, outras 358 parturientes, teriam abdicado dos serviços de Saúde para procurar cuidados das parteiras tradicionais, número que representa quase cerca de metade das pacientes assistidas pelas instituições públicas. As populações sublinham que não estão contra a instalação das unidades sanitárias, mas sim contra a forma como estas são concebidas, nomeadamente a junção dos serviços de maternidade com os de outras consultas.
Sensibilizado com o facto, o governador de Nampula prometeu interceder junto do sector da Saúde, no sentido de encontrar formas de fazer valer as preocupações das populações, alegadamente porque "afinal vocês é que são os nossos objectivos, vamos ver o que podemos fazer, se for necessário até podemos introduzir mudanças na tipologia dos centros de Saúde", assegurou .
De referir que no princípio do presente ano, o Ministro da Saúde, Ivo Garrido, foi confrontado com preocupações idênticas no distrito de Nampula-Rapale, onde algumas parturientes não aceitavam ser observadas ou assistidas pelas enfermeiras da saúde materno-infantil por, alegadamente, serem "muarussis" que traduzido em língua portuguesa significa algo como garota. Na ocasião, de nada valeu a sensibilização de que tinha de ser assim, porque as "muarussis" em alusão tinham sido formadas para o efeito.
Fonte: Notícias (2006-10-02)
1 comentário:
Duvido que as parturientes tenham usado o termo "muarussis" que é pejorativo em termos culturais macuas. Mas se bem que houve isso há algo mais que se deve fazer...
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