O protocolo de cooperaçãoo no dominio militar recentemente assinado entre Moçambique e o Zimbabwé prioriza a formação técnico-profissional e a realização de exercícios militares conjuntos, confirmou o ministro moçambicano da Defesa Nacional, Tobias Dai.
O protocolo foi rubricado, semana passada, na cidade moçambicana de Chimoio, província central de Manica.
O protocolo foi rubricado, semana passada, na cidade moçambicana de Chimoio, província central de Manica.
"Através deste protocolo, estão criadas as condições para a capacitação dos militares dos dois país e para a realização de exercícios práticos e teóricos, de modo a que os militares dos Estados signatários do protocolo possam melhorar o desempenho das suas funções, tanto agora que estão ainda no activo como depois de abandonarem as fileiras militares", disse Dai.
O protocolo estabelece ainda o estudo de formas de melhorar as condiçoes de vida nas unidades militares e estabelece ainda plataformas de cooperação entre as forças armadas de Moçambique (FADM) e do Zimbabwe na salvaguarda dos interesses nacionais dos dois países, incluindo a segurança dos cidadãos, bem como na gestão de calamidades naturais e a protecção do meio ambiente.
Tobias Dai explicou que na questão referente à gestão de calamidades naturais, o protocolo assegura a realização de esforços para a redução do impacto "de uma das principais ameaças à estabilidade e segurança dos dois países, sobretudo para Moçambique que denota uma forte propensão a crises climatéricas cíclicas, caracterizadas por inundações, secas prolongadas, entre outros fenómenos naturais".
Segundo o ministro, que assinou o protocolo de cooperação com o seu homologo do Zimbabwe, Sidney Sekeremay, particularmente para Moçambique, este entendimento é muito importante, porque o país tem sido assolado por um conjunto de fenómenos naturais, cuja mitigação "requer a conjugação de sinergias e acções conjuntas".
"No que concerne à protecção do meio ambiente e da fauna bravia, a cooperação entre países que partilham uma fronteira comum, desempenha um papel fulcral, particularmente num momento em que no espaço geográfico dos Estados signatários do protocolo se confrontam com o ressurgimento de fenómenos tais como pirataria, tráfico de animais, caça furtiva e a dilapidação de recursos". A assinatura deste protocolo foi antecedida por uma sessão da Comissão Mista Permanente Moçambique-Zimbabwe, realizada recentemente em Maputo, em que foram detalhados os aspectos previstos na cooperação militar entre os dois países. O protocolo foi assinado numa altura em que entidades policiais moçambicanas e zimbabweanas se preparam para dar início a um trabalho de delimitação da fronteira comum, após vários anos de indefinição.
Nos últimos tempos, as autoridades moçambicanas tem denunciado alegadas atitudes negativas de alguns agentes da polícia zimbabweana, que retiraram os marcos fronteiriços, particularmente na província de Manica. Os agentes zimbabweanos alegaram que os marcos tinham sido deslocados e colocados dentro do território do Zimbabwe.
Na semana passada, uma missão integrando técnicos moçambicanos e zimbabweanos terminou o trabalho de verificação dos marcos, alguns dos quais foram retirados na sequência de uma série de desmandos protagonizados por agentes policiais e alguns militares zimbabweanos, na perseguição de cidadãos moçambicanos violadores de fronteira.
Técnicos moçambicanos envolvidos na operação disseram à AIM que a delimitação da fronteira Moçambique-Zimbabwe vai abranger uma extensão de cerca de 1200 quilómetros, a partir de Pafúri, na província de Gaza, até ao Zumbo, na província de Tete, no centro.
Aparentemente, alguns dos marcos terão sido removidos durante o regime de Ian Smith, Primeiro-Ministro da ex-Rodésia do Sul, na sua guerra contra os guerrilheiros zimbabweanos que lutavam pela independência do Zimbabwe, alguns dos quais tinham as suas bases em território moçambicano.
Fonte: Notícias (2006-10-10)
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