Jovens representantes dos grupos foliões amotinaram-se, ontem, em frente ao Conselho Municipal de Quelimane para reivindicar o adiamanto do carnaval. O desfile de carnaval iria decorrer de 17 a 26 deste mês, mas foi adiado devido ao luto de três dias decretado em homenagem às vítimas do naufrágio ocorrido no rio Chipaca a 12 de Fevereiro.
Os descontentes afirmam que o adiamento do carnaval os prejudica pelo facto de terem gasto muito dinheiro nos preparativos para a celebração.
“Nós contraímos muitas dívidas no bairro, confiávamos no valor que seria cedido pelo município, com este adiamento não sabemos como iremos fazer para arcar com as dívidas. Estamos a ficar com uma reputação no bairro”, disse José Pedro, representante do grupo Novos Talentos.
Os manifestantes reclamam ainda que o município não dialogou com os participantes antes de tomar a decisão. Por sua vez, o edil de Quelimane, Manuel de Araújo, diz que os manifestantes estão a demonstrar insensibilidade perante a dor dos outros.
“Se calhar as pessoas que estão a revindicar o adiamento do carnaval não perderam nenhum familiar. Se tivessem perdido um filho, uma esposa ou um marido não estariam a reivindicar o adiamento do carnaval. Em 2015 houve cheias em todo o país, houve perda de vidas humanas, mantivemos o carnaval. Mas recebemos muitas críticas nas redes sociais e nas ruas. Diziam que a edilidade de Quelimane estava a ser insensível perante o sofrimento dos outros. Hoje que estamos solidários com as vítimas do naufrágio estamos também a ser contestados ”, disse Manuel de Araújo, edil de Quelimane.
O Conselho Municipal de Quelimane já iniciou o processo de diálogo com os grupos participantes do Carnaval.
Fonte: O País – 16.02.2017
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