segunda-feira, dezembro 06, 2010

Ouattara forma novo gabinete

Costa do Marfim/A crise persiste

Apesar da mediação do ex-chefe de Estado sul-africano Thabo Mbeki, a crise política persistiu neste domingo na Costa do Marfim, após o anúncio da formação de um governo do opositor Alassane Ouattara, que reivindica a presidência da República, como seu adversário, Laurent Gbagbo.
Primeiro-ministro demissionário de Gbagbo, desde o acordo de paz de 2007, Guillaume Soro, líder da antiga rebelião das Forças Novas (FN) que controla o norte do país, e leal a Ouattara, dirige a equipe na qual é ministro da Defesa.
Guillaume Soro compôs o novo gabinete a pedido de Ouattara, anunciou à imprensa o porta-voz de Soro.
Treze ministros compõem este governo, cuja formação foi fixada em um decreto lido pelo porta-voz Sindou Meïté.
Os outros Ministérios foram confiados a membros da coligação de oposição, a RHDP (Rassemblement des Houphouétistes pour la Démocratie et la Paix), que apoiou Ouattara antes do segundo turno das presidenciais do dia 28 de Novembro.
Guillaume Soro e as FN, que controlam o norte do país, reconheceram a vitória de Ouattara, ao mesmo tempo em que Laurent Gbagbo, o presidente actual, também se proclamou vencedor.
O anúncio surpreendente da formação do novo gabinete foi feito no próprio dia da visita a Abidjan do ex-presidente sul-africano, Thabo Mbeki, enviado de urgência pela União Africana para encontrar uma saída para o impasse.
Após um breve encontro de meia hora com Mbeki, Ouattara mostrou-se firme: "peço que Laurent Gbagbo não se aferre ao poder".
Mediador da crise marfinense no passado, Mbeki encontrou-se, antes, com o representante especial da ONU no país, Youn-jin Choi, e depois com o actual presidente Gbagbo.
A situação "é evidentemente muito grave", reconheceu o emissário, considerando "importante evitar a violência e não retornar à guerra" através de uma "solução pacífica".
O país está em plena tormenta política após Gbagbo ter até sido investido no cargo de presidente pelo Conselho Constitucional, que atribui a ele 51,45% dos votos. O mesmo Conselho invalidou os resultados entregues pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) que davam como vencedor o adversário Alassane Quattara com 54,1% dos votos.
No entanto, o Estado Maior das Forças Armadas anunciou na noite de domingo a abertura das fronteiras do país a partir desta segunda, depois de fechadas desde quinta-feira.
Ouattara conta com o apoio das Nações Unidas, dos Estados Unidos e União Europeia, além de França, Grã-Bretanha, União Africana e da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), do qual faz parte a Costa do Marfim.
Esta instituição celebrará uma reunião de cúpula na terça-feira em Abuja, capital da Nigéria, consagrada à crise marfinense.

Fonte: Angolapress - 06.12.2010

2 comentários:

Anónimo disse...

Reflectindo,

O poder em África é como mel, diziam os combatentes da Frelimo em 1975, sobre "os ambiciosos".
Mbeki falhou no Zimbabwe.
Será que acerta em Cote de Ivoire?
Se isso serve de modelo, que se cuidem as oposições em África!
Dizia um especialista americano em política africana-Dr Cohen-" que golpes de Estado, eram eleições mais baratas em África-e melhores quando feitas dentro do Palácio, para evitar muitas mortes".
Já agora, Reflectindo, abrir um directório sobre Costa do Marfim, para lermos os comentários anteriores.

Fungulamasso

Reflectindo disse...

Vou tentar abrir o directório sobre Côte d'Ivoire.