terça-feira, setembro 25, 2007

Recenseamento eleitor arranca com problemas

O recenseamento eleitoral arrancou ontem. Supunha-se que o arranque fosse em todo o país, mas não foi isso. Em muitos distritos isso não se verificou devido ao alegado falta de material. O Canal de Moçambique foi rápido em reportar este facto que não podia voltar a verificar-se. As mais afectadas pela falta de material são as províncias do Centro e Norte – uma coincidência? Não pode ser.

Após as eleições legislativas e presidenciais de 2004, houve uma análise profunda sobre problemas de recenseamento eleitoral. Acharam-se problemas graves, desorganização que levaram aos observadores a interrogarem-se se tinha sido uma má fé, como se pode ler no boletim de awepa número 30, de 27 de Agosto de 2004, na página 3. É que se não é má fé, como é que se explica que os problemas são sempre nas zonas com potencial da oposição? E eu até posso perguntar-me porquê as dificuldades que se reportam agora, afectando as zonas centro e norte, em particular, e, rurais, em geral, não foram de igual modo reportados no último recenseamento geral da população [corrijam-me se estou errado]? Não é grave que numa província de maior número de eleitores como Nampula, o recenseamento arranque apenas com oito dos vinte e um ler (aqui) e (aqui) distritos? Não é grave que na segunda província com maior número de eleitores, Zambézia, continue com distritos, Pebane, por exemplo, que sempre que haja algo de eleição, seus habitantes se sintam não gozar do mesmo direito dos outros moçambicanos? Não é grave que em Gaza, apenas seis dos onze distritos tenham arrancado com o recenseamento?

Mas caros compatriotas, o melhor que cada um pode fazer, é insistir até ter o cartão de eleitor para finalmente eleger. Boicote é inútil em Moçambique. Quem deposita seu voto tem o direito de reclamá-lo, em caso de irregularidade. Lembremo-nos disso.

2 comentários:

Ivone Soares disse...

Ilustre!
Isso é gravissimo.Mas estes senhores fazem-no com vontade. Não há coragem para primeiro organizar as coisas. É de louvar sua iniciativa ao denunciar estes actos prenhos de irregularidades.
Colocxam sempre os carros em frente dos bois. alguém nos acuda e assessore estes senhores.
Aquele abraço

Reflectindo disse...

Sim, vamos ser vigilantes do processo democrático e, sobretudo, resistentes aos truques.