O recenseamento eleitoral arrancou oficialmente no dia 24 de Setembro. Assim previa-se que em todos os postos de recenseamento ao nível nacional o processo desse início. Mas há tanta bazófia que uma pessoa pessoa como Rogério Sitoe devia ter se pronunciado duma outra maneira que desta aqui. A Renamo não é e nem pode ser parte do problema, isso pelo menos se uma pessoa não quer servir-se de advogado da Frelimo, o partido no poder em Moçambique.
A demora de aprovação da lei eleitoral não é da culpa da Renamo se alguém tiver em conta que ela não está no parlamento apenas para bater palmas quando a bancada da Frelimo decide. Todos nós sabemos o que fez demorar a aprovação da lei eleitoral e de como ela foi aprovada. Apesar de tanto legalismo que se alega, sabemos também de tantos atropelos tanto à lei como aos objectivos da sua criação. Gosto de me referir dos objectivos da criação duma lei, pois sou adverso aos contornos intencionais da mesma. Sempre compreendo quando um advogado se contorna aos objectivo duma lei e aos princípios da moral para salvar seu cliente, mas isso devia ficar para só eles. Portanto, sobre a lei e todo o processo eleitoral, o objectivo que une a todos moçambicanos de bom senso é a possibilidade de eleições livres, justas e transparentes. Os três elementos em si, precisam de uma profunda análise. Enquanto isto possa-me servir para qualquer análise ao processo eleitoral, volto ao caso do decorrente recenseamento.
Entanto que moçambicano de carne, pele e osso sinto-me pejorado quando a nossa comissão eleitoral (CNE), através do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), nos mostra ao mundo como incapazes de pensar e organizar bem um recenseamento eleitoral, embora me orgulhe pela boa organização de recenceamentos gerais da população. Aliás, eu como instrutor distrital do primeiro (1980) recenceamento geral da população, sei da capacidade dos moçambicanos nesta tarefa. Nisso continuamos impecáveis e ao João Loureiro merece uma congratulação patriótica.
A situação embaraçosa do recenseamento eleitoral, se concentra nos seguintes pontos:
1. Como é possível que o STAE pense no uso de material informático sem:
a) tê-lo. Diz-se que uma boa parte desse material ainda não chegou de África do Sul.
b) preparar ou formar o pessoal que o manejaria. A partir da minha
primeira convivência com o material informático (computador e mesmo calculadoras com a TI-86), sei que não se trata de coisa de habilidade muito fácil. O manuseamento só do rato precisa de muito treinamento. Nisto, não fico surpreendido com as dificuldades que muitos recenseadores têm, imaginando que uma boa parte deles não é familiar aos computadores.
2. Como é possível que em zonas internacionalmente reconhecidas como eleitoralmente da oposição, é onde passa quase toda a semana sem recenseamento? Em Sofala, uma província reconhecida como bastião da Renamo, o recenseamento não começou, mesmo em muitos bairros da cidade da Beira.
3. Que resposta ao país, a CNE/STAE vai dar em relação as supostas declarações maquiavélicas do partido no poder, publicadas pelo jornal Zambeze? Será que o mano Rogério Sitoe tem maneira de desfazer o que o Zambeze mostra com um documento do partido no poder?
A minha tese, desde os resultados eleitorais das autárquicas de 2003, foi de que abstencões só podem dar vitória sem esforço ao batuque e maçaroca. Portanto, o único poder de um membro e simpatizante de qualquer partido da oposição, é resistir contra abstenção. Isto é, ir ao recenseamento e às urnas, mesmo que mais tempo exija, é uma forma de resistir a qualquer apelo à abstenção.
A demora de aprovação da lei eleitoral não é da culpa da Renamo se alguém tiver em conta que ela não está no parlamento apenas para bater palmas quando a bancada da Frelimo decide. Todos nós sabemos o que fez demorar a aprovação da lei eleitoral e de como ela foi aprovada. Apesar de tanto legalismo que se alega, sabemos também de tantos atropelos tanto à lei como aos objectivos da sua criação. Gosto de me referir dos objectivos da criação duma lei, pois sou adverso aos contornos intencionais da mesma. Sempre compreendo quando um advogado se contorna aos objectivo duma lei e aos princípios da moral para salvar seu cliente, mas isso devia ficar para só eles. Portanto, sobre a lei e todo o processo eleitoral, o objectivo que une a todos moçambicanos de bom senso é a possibilidade de eleições livres, justas e transparentes. Os três elementos em si, precisam de uma profunda análise. Enquanto isto possa-me servir para qualquer análise ao processo eleitoral, volto ao caso do decorrente recenseamento.
Entanto que moçambicano de carne, pele e osso sinto-me pejorado quando a nossa comissão eleitoral (CNE), através do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), nos mostra ao mundo como incapazes de pensar e organizar bem um recenseamento eleitoral, embora me orgulhe pela boa organização de recenceamentos gerais da população. Aliás, eu como instrutor distrital do primeiro (1980) recenceamento geral da população, sei da capacidade dos moçambicanos nesta tarefa. Nisso continuamos impecáveis e ao João Loureiro merece uma congratulação patriótica.
A situação embaraçosa do recenseamento eleitoral, se concentra nos seguintes pontos:
1. Como é possível que o STAE pense no uso de material informático sem:
a) tê-lo. Diz-se que uma boa parte desse material ainda não chegou de África do Sul.
b) preparar ou formar o pessoal que o manejaria. A partir da minha
primeira convivência com o material informático (computador e mesmo calculadoras com a TI-86), sei que não se trata de coisa de habilidade muito fácil. O manuseamento só do rato precisa de muito treinamento. Nisto, não fico surpreendido com as dificuldades que muitos recenseadores têm, imaginando que uma boa parte deles não é familiar aos computadores.
2. Como é possível que em zonas internacionalmente reconhecidas como eleitoralmente da oposição, é onde passa quase toda a semana sem recenseamento? Em Sofala, uma província reconhecida como bastião da Renamo, o recenseamento não começou, mesmo em muitos bairros da cidade da Beira.
3. Que resposta ao país, a CNE/STAE vai dar em relação as supostas declarações maquiavélicas do partido no poder, publicadas pelo jornal Zambeze? Será que o mano Rogério Sitoe tem maneira de desfazer o que o Zambeze mostra com um documento do partido no poder?
A minha tese, desde os resultados eleitorais das autárquicas de 2003, foi de que abstencões só podem dar vitória sem esforço ao batuque e maçaroca. Portanto, o único poder de um membro e simpatizante de qualquer partido da oposição, é resistir contra abstenção. Isto é, ir ao recenseamento e às urnas, mesmo que mais tempo exija, é uma forma de resistir a qualquer apelo à abstenção.
2 comentários:
Reflectindo tirou-me as palavras da boca. Sabe, sinto que esta desorganização é intencional. Não mais sabendo como manter-se no poder, agora tira-se-nos o diteito de recensear para votar.
Estou sem palavras...o ilustre já disse tudo!
Ivone Soares
Obrigado. São coisas difíceis de entender. É difícil por exemplo, entender que haja até impedimento de pessoas em se recensear com motivos de documentacão qd a AR decidiu que isto não pudesse ser problema.
A criacão de menos postos de recenseamento em Sofala e Zambézia em comparacão com Inhambane e Tete é outro problema levantado pela AWEPA.
Nós mocambicanos queremos coisas que nos dignificam.
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