quinta-feira, agosto 09, 2012

Finanças: Governo moçambicano procura alternativa à Europa

Moçambique vai procurar financiamento externo nas economias emergentes e em instituições financeiras multilaterais como alternativa à provável redução dos doadores europeus face à crise na zona euro. Os Países Baixos, recorde-se, decidiram suspender a sua ajuda financeira referente ao ano de 2013.


O Governo também já afirmou publicamente que alguns países parceiros e doadores internacionais estão a retrair-se porque também atravessam momentos difíceis, enquanto outros reduziram inicialmente os financiamentos, depois introduziram algumas cláusulas quanto à utilização e desembolso desses fundos.

O ministro da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuerneia, falando terça-feira em Maputo, num “briefing” com a Imprensa, afirmou que o maior contribuinte da economia moçambicana é a União Europeia, organização cujos países membros estão afectados pela crise na zona euro.

“A estratégia de Moçambique para fazer frente a essa crise é incentivar a produção nacional e procurar financiamento para a economia noutros quadrantes do mundo, principalmente nos países de economias emergentes, e também trabalhar com instituições multilaterais de financiamento. Importa referir que, apesar da crise na Europa, Moçambique continua a crescer”, afirmou.

O Banco Mundial também já manifestou interesse em conceder financiamento não-concessional à Moçambique, através de uma das suas janelas para projectos estruturantes orientados para exportação. O apoio do Banco Mundial poderá ser pela mobilização de financiamento para o sector privado através da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA, sigla inglesa) e da International Finance Corporation (IFC).

O alumínio, um dos principais produtos de exportação com peso considerável nas contas moçambicanas, está também a ver o seu preço reduzido no mercado internacional.
Todavia, Aiuba Cuereneia considera que a contribuição do alumínio na economia nacional continua a aumentar.

“Basta referir que o sector de manufacturas teve um crescimento no primeiro semestre de 2012 de 5.1 por cento, quando a nossa previsão para o final deste ano é de um crescimento de 3.6 por cento. Isso significa que, apesar do decréscimo de preços do alumínio no mercado internacional, a nossa produção continua a ser constante e está sendo aumentada. Nesta área, para além do alumínio há também os sectores de bebida e produção alimentar que contribuíram para o crescimento de 5.1 por cento nesse sector”, disse.

O governante falou também sobre a visão do Executivo em relação ao açúcar.
“Até agora, a Europa não disse que não vai consumir o nosso açúcar, mas temos de estar preparados para que, no dia em que a Europa não conseguir absorver todo o nosso açúcar, tenhamos outros mercados onde colocá-lo”, afirmou.

Fonte: Rádio Moçambique – 08.08.2012

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