Encontro ditará futuro de Daviz na Renamo
— Afonso Dhlakama deverá ser indicado por aclamação candidato do partido às presidenciais de 2009
Por Eurico Dança, na Beira
Uma reunião da Renamo, ao mais alto nível, terá lugar entre esta sexta-feira e sábado, na cidade de Quelimane, província da Zambézia. Nela se vai ditar a expulsão, ou não, de Daviz Simango da Renamo.
O caminho que será usado para tal será idêntico ao que se usou para se expulsar Raúl Domingos: um Conselho Nacional. A rebeldia de Daviz Simango, segundo rotulou Fernando Mazanga, ao candidatar se como independente à sua própria sucessão à presidência do Município da Beira, está na origem deste encontro que vai reunir quadros e dirigentes da “Perdiz, que se vai depenando a olhos vistos.
Contudo, as informações vindas de dentro da Renamo divergem quanto à importância e forma do encontro.
Enquanto que Fernando Mazanga diz que a reunião tem como ponto de agenda as autárquicas de 2009, as eleições em Angola e a situação do Zimbabwe, uma outra fonte da “Perdiz” diz tratar-se de um encontro onde basicamente vai se discutir se Daviz Simango fica ou não. O secretário-geral da Renamo, Ossufo Momade, em declarações ao SAVANA, precisou que a reunião vai discutir o futuro de Daviz na Renamo, mas declarou que, neste momento, nada está decidido nesse sentido.
A questão, segundo afirmou, será amadurecida e homologada na reunião de Quelimane.
A posição de Simango, que justifica que está a responder aos anseios das bases da Renamo na Beira, está sendo considerado pela cúpula do líder do seu partido, Afonso Dhlakama, como sendo uma atitude rebelde.
“Estou tranquilo”
Em declarações ao SAVANA, nesta terça-feira, Simango disse que está ciente de que a reunião de Quelimane, que não estava prevista na agenda da “Perdiz”, foi motivada pelos últimos acontecimentos de injustiça reinante dentro do partido, suscitados por renamistas que apelidou de “caloteiros”. Trata-se de Fernando Mbararano e Faque Ferraria Inácio, delegados políticos da Renamo em Sofala e na Beira, respectivamente, e do brigadeiro Moisés Machava.
O “rebelde” Daviz Simango declarou que, o encontro da Renamo em Quelimane, para o qual não foi convidado, nem recebeu qualquer informação sobre o mesmo, vai tomar medidas duras contra a sua pessoa dentro do partido.
“Independentemente do que vier a ser decidido, continuarei firme defensor da liberdade e da vontade do
povo. São estes os pressupostos de um verdadeiro democrata defendidos pelo partido (Renamo)”, frisou Simango.
Renamistas na Beira, atentos ao evoluir da situação que envolve Simango e o seu partido, disseram ao SAVANA que a expulsão é inevitável.
É de salientar que o partido Renamo, em Sofala, esteve reunido todo o dia de terça-feira, mas nada transpirou para o conhecimento público.
Contudo, algumas pessoas que tomaram parte na reunião afiançaram ao SAVANA, que, basicamente, a reunião tinha como objectivo preparar documentos para serem submetidos ao Conselho Nacional da Renamo.
Um dos documentos, que deverá ser apresentado por Fernando Mbararano, delegado político provincial da Renamo em Sofala, recomenda, sem reservas, a expulsão de Daviz Simango. Recorde-se que Simango, na qualidade de presidente do Conselho Municipal da Beira, exonerou Mbararano do cargo de vereador para a área de construções, um afastamento que aumentou a ira da Renamo naquele ponto do país e na sede em Maputo.
Aliás, Fernando Mazanga rotulou Daviz de homem “perigoso para o país. “Daviz Simango é bastante perigoso para a estabilidade do país, por tratar-se de um indivíduo demasiadamente ambicioso e apegado ao poder”.
“Estou a trabalhar”
Ao longo da conversa que manteve com o SAVANA, Simango ia repetindo que não estava informado sobre a reunião do Conselho Nacional da Renamo.
“Isto só me dá a entender que o partido vai ser duro para comigo. Mas, mesmo assim, irei acompanhar as decisões pela comunicação social” “O que mais me preocupa,neste momento, é a organização da minha candidatura, que é do povo”, repisou.
Contou que o que está acontecer é que “dentro e fora do meu partido estou sendo considerado como uma ameaça à liderança.
“Alguns indivíduos dentro da Renamo estão a notar que um dia o filho pode tornar-se pai. Como forma de ofuscar o meu sucesso político e administrativo preferem acomodar interesses da Frelimo na Beira. Isto passa por me afastarem como candidato, tendo em conta que a Frelimo me considera incómodo no Chiveve”.
Contudo, analistas políticos entendem que Simango, apesar dos detractores da figura do seu pai, na Frelimo, é uma homem capaz de reunir consensos que ultrapassem as meras fronteiras do partidarismo político moderno e pode ir buscar votos a zonas que os ortodoxos se recusam a aceitar actualmente.
Mas nas hostes da Renamo, dos partidos que formam a coligação e na própria Frelimo, olha-se com muita desconfiança a crescente popularidade de Daviz Simango.
Reactivação do PCN
Daviz Simango desqualificou as notícias segundo as quais ele pretende reactivar o Partido da Convenção Nacional (PCN).
“Não é verdade, porque não sou do PCN. Eu sou e continuarei a ser da Renamo, até decisões contrárias que sejam tomadas pelo partido”.
Simango acredita que a posição tomada pelas bases da Renamo, na Beira, vai mudar a maneira de ser e de agir de algumas lideranças partidárias no país, passando estas a respeitarem as verdadeiras bases.
Expulsão não travará o vento com as mãos
Adelino Marqueza, renamista residente no bairro do Vaz, na cidade da Beira, advertiu que não vai ser por causa da expulsão de Daviz Simango do partido que as bases vão deixar de apoiar aquela figura que tanta simpatia grangeou no seio dos beirenses.
Pelo contrário, afirma, a tal medida poderá vir agudizar o descontentamento dentro do partido e significará o suicídio político de Afonso Dhlakama.
Ele aconselha a liderança do partido a investigar a situação que gera desavenças dentro do partido, procurando métodos de como unir a família renamista.
Fonte: Savana 19.09.2008
Por Eurico Dança, na Beira
Uma reunião da Renamo, ao mais alto nível, terá lugar entre esta sexta-feira e sábado, na cidade de Quelimane, província da Zambézia. Nela se vai ditar a expulsão, ou não, de Daviz Simango da Renamo.
O caminho que será usado para tal será idêntico ao que se usou para se expulsar Raúl Domingos: um Conselho Nacional. A rebeldia de Daviz Simango, segundo rotulou Fernando Mazanga, ao candidatar se como independente à sua própria sucessão à presidência do Município da Beira, está na origem deste encontro que vai reunir quadros e dirigentes da “Perdiz, que se vai depenando a olhos vistos.
Contudo, as informações vindas de dentro da Renamo divergem quanto à importância e forma do encontro.
Enquanto que Fernando Mazanga diz que a reunião tem como ponto de agenda as autárquicas de 2009, as eleições em Angola e a situação do Zimbabwe, uma outra fonte da “Perdiz” diz tratar-se de um encontro onde basicamente vai se discutir se Daviz Simango fica ou não. O secretário-geral da Renamo, Ossufo Momade, em declarações ao SAVANA, precisou que a reunião vai discutir o futuro de Daviz na Renamo, mas declarou que, neste momento, nada está decidido nesse sentido.
A questão, segundo afirmou, será amadurecida e homologada na reunião de Quelimane.
A posição de Simango, que justifica que está a responder aos anseios das bases da Renamo na Beira, está sendo considerado pela cúpula do líder do seu partido, Afonso Dhlakama, como sendo uma atitude rebelde.
“Estou tranquilo”
Em declarações ao SAVANA, nesta terça-feira, Simango disse que está ciente de que a reunião de Quelimane, que não estava prevista na agenda da “Perdiz”, foi motivada pelos últimos acontecimentos de injustiça reinante dentro do partido, suscitados por renamistas que apelidou de “caloteiros”. Trata-se de Fernando Mbararano e Faque Ferraria Inácio, delegados políticos da Renamo em Sofala e na Beira, respectivamente, e do brigadeiro Moisés Machava.
O “rebelde” Daviz Simango declarou que, o encontro da Renamo em Quelimane, para o qual não foi convidado, nem recebeu qualquer informação sobre o mesmo, vai tomar medidas duras contra a sua pessoa dentro do partido.
“Independentemente do que vier a ser decidido, continuarei firme defensor da liberdade e da vontade do
povo. São estes os pressupostos de um verdadeiro democrata defendidos pelo partido (Renamo)”, frisou Simango.
Renamistas na Beira, atentos ao evoluir da situação que envolve Simango e o seu partido, disseram ao SAVANA que a expulsão é inevitável.
É de salientar que o partido Renamo, em Sofala, esteve reunido todo o dia de terça-feira, mas nada transpirou para o conhecimento público.
Contudo, algumas pessoas que tomaram parte na reunião afiançaram ao SAVANA, que, basicamente, a reunião tinha como objectivo preparar documentos para serem submetidos ao Conselho Nacional da Renamo.
Um dos documentos, que deverá ser apresentado por Fernando Mbararano, delegado político provincial da Renamo em Sofala, recomenda, sem reservas, a expulsão de Daviz Simango. Recorde-se que Simango, na qualidade de presidente do Conselho Municipal da Beira, exonerou Mbararano do cargo de vereador para a área de construções, um afastamento que aumentou a ira da Renamo naquele ponto do país e na sede em Maputo.
Aliás, Fernando Mazanga rotulou Daviz de homem “perigoso para o país. “Daviz Simango é bastante perigoso para a estabilidade do país, por tratar-se de um indivíduo demasiadamente ambicioso e apegado ao poder”.
“Estou a trabalhar”
Ao longo da conversa que manteve com o SAVANA, Simango ia repetindo que não estava informado sobre a reunião do Conselho Nacional da Renamo.
“Isto só me dá a entender que o partido vai ser duro para comigo. Mas, mesmo assim, irei acompanhar as decisões pela comunicação social” “O que mais me preocupa,neste momento, é a organização da minha candidatura, que é do povo”, repisou.
Contou que o que está acontecer é que “dentro e fora do meu partido estou sendo considerado como uma ameaça à liderança.
“Alguns indivíduos dentro da Renamo estão a notar que um dia o filho pode tornar-se pai. Como forma de ofuscar o meu sucesso político e administrativo preferem acomodar interesses da Frelimo na Beira. Isto passa por me afastarem como candidato, tendo em conta que a Frelimo me considera incómodo no Chiveve”.
Contudo, analistas políticos entendem que Simango, apesar dos detractores da figura do seu pai, na Frelimo, é uma homem capaz de reunir consensos que ultrapassem as meras fronteiras do partidarismo político moderno e pode ir buscar votos a zonas que os ortodoxos se recusam a aceitar actualmente.
Mas nas hostes da Renamo, dos partidos que formam a coligação e na própria Frelimo, olha-se com muita desconfiança a crescente popularidade de Daviz Simango.
Reactivação do PCN
Daviz Simango desqualificou as notícias segundo as quais ele pretende reactivar o Partido da Convenção Nacional (PCN).
“Não é verdade, porque não sou do PCN. Eu sou e continuarei a ser da Renamo, até decisões contrárias que sejam tomadas pelo partido”.
Simango acredita que a posição tomada pelas bases da Renamo, na Beira, vai mudar a maneira de ser e de agir de algumas lideranças partidárias no país, passando estas a respeitarem as verdadeiras bases.
Expulsão não travará o vento com as mãos
Adelino Marqueza, renamista residente no bairro do Vaz, na cidade da Beira, advertiu que não vai ser por causa da expulsão de Daviz Simango do partido que as bases vão deixar de apoiar aquela figura que tanta simpatia grangeou no seio dos beirenses.
Pelo contrário, afirma, a tal medida poderá vir agudizar o descontentamento dentro do partido e significará o suicídio político de Afonso Dhlakama.
Ele aconselha a liderança do partido a investigar a situação que gera desavenças dentro do partido, procurando métodos de como unir a família renamista.
Fonte: Savana 19.09.2008
Sem comentários:
Enviar um comentário