quinta-feira, agosto 09, 2007

HIV/SIDA: factos e mitos (1)

O teme está em debate no imensis. Depois de tanto tempo sem minha intervencão volto ao assunto embora tenha sido eu o promotor, coloquei hoje o seguinte:

Ao falar de impacto das agulhas resumi muito, mas isso é devido ao tempo que me faz falta neste momento. Concretamente eu gostaria de saber da vossa opinião se as agulhas ou material de injeccão e transfusão de sangue não podem ocupar em primeiro lugar na disseminacão do HIV/SIDA.

Na minha opinião, negar que HIV existe, pode ser perigoso porque há pessoas que lêem as nossas opiniões e fazem logo de uma lei científica. E vão para aí fazer relacões sexuais sem proteccão como se não acreditassem pelo menos que gonorreia, sifilis, clamídia existam. Portanto, de qualquer das formas sexo com proteccão é muitíssimo útil para a nossa saúde.

Mesmo que HIV/SIDA seja menos transmissível por relacões sexuais, os que apanham outras DTS como gonorreia, sifilis recorrem aos enfermeiros ambulantes com agulhas velhas que utilizam para muitas e diferentes pessoas. As razões de recurso a esse tipo de enfermeiros todos nós mocambicanos sabemos. E näo só. Injeccão usa-se abusivamente em Mocambique. Para muitos, todas as doenças, mesmo dores de cabeça ou barriga, curam-se melhor e rápidamente pela penecilina injectável. Espero que isto não seja apenas com os meus familiares, mas posso dizer que estou há anos lutando para convencer ao meu pai para não se aplicar injeccão pelos ambulantes, contudo, parece-me não ser nada fácil.

E na questão de negar a existência de HIV/SIDA, repito que estou até aqui a chorar por um meu grande amigo. Digo aqui que meu grande amigo era como um dos meus amigos aqui nos debates. Por que ele estava mais perto dos familiares e amigos, eu confiava-no para informação sobre a DOENçA DO SÉCULO. Em algum tempo parecia que ele funcionava, embora houvesse ainda uma coisa que não o convencia. Sabendo eu que o meu amigo era muito mulherengo, näo tinha que lhe falar de abster-se do seu vício, mas proteger-se na prática disso. Só que o meu amigo me respondia que sexo era "carne a carne". Quando para Nacala fui em 2001, vi que na cabeça do meu amigo tudo estava no pior. Até aqui não sei se é que ele já havia tido o diagnóstico de quem sofria de SIDA. Na verdade é que ele não me deixou falar de HIV/SIDA, porque se tratava de algo que não existia. Falando eu de protecção, vinha ele a zombar de mim. Mas o mais problemático nisto e o que ainda me arrepia é que em 2004, depois de que ninguém queria me revelar, eu telefonera para a casa do meu amigo para informar-lhes sobre o nascimento da minha filha, é quanto me falam do estado moribundo do meu amigo. Ele já esteve internado e acabava de se trazer a casa. A mulher não me ocultura do que o meu amigo ia morrendo - SIDA, ou doença do século. Tentei com ela, a mulher, a fazer uma ginástica para salvá-lo que nunca nos valeu, pois foi muito tarde. Eu obriguei a levá-lo para HCN (hospital Central de Nampula), onde dois dias depois veio a falecer.

Portanto, eu penso que temos que ser mais responsáveis ao discutirmos sobre a problemática HIV/SIDA.

Continuo depois com questões empíricas relacionadas a HIV/SIDA.

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