“A expansão da SIDA está estreitamente relacionada com os padrões comportamentais e com as práticas sexuais” e “dada a estrutura de poder na sociedade, as mulheres têm menos controle do seu corpo e da sua sexualidade, o que faz com que mesmo sabendo quais são os meios de defesa contra a contaminação, não os podem pôr em prática. Com efeito, em geral, as raparigas e as mulheres quase nunca podem dispor do seu próprio corpo e decidir quando, como e com quem devem ter relações sexuais”, adianta aquela ONG.
A indignação do «Forum Mulher» manifestada em comunicado, resulta do facto de, “no passado dia 16 de Fevereiro de 2006, o Presidente da República, Armando Guebuza, numa iniciativa visando congregar esforços no combate ao HIV/SIDA” ter realizado “um encontro com organizações de mulheres implicadas na luta contra esta epidemia” e nessa reunião “de extrema importância por revelar o compromisso e o interesse das mais altas chefias do país, várias activistas” terem exprimido “diversos pontos de vista que reflectiam as suas experiências” a que, “em vez de dar(em) conta de toda a riqueza do debate, a maioria dos órgãos de comunicação social escolheu divulgar uma visão monolítica e redutora do evento”.
“Foi assim que, na semana passada, o público tomou conhecimento” através de “certos” órgãos de comunicação social de que “«as organizações de mulheres» defendiam que uma das vias de combate ao SIDA era o controlo da maneira como as jovens se vestem, de modo a evitar que com a exposição dos seus corpos elas «provoquem» os homens, levando-os a cometer «desvios de comportamento»”.
A «Forum Mulher» prossegue o seu manifesto de indignação contra alguns dos órgãos de informação existentes no País que veicularam aquilo que considera uma visão disturcida do que se passou no encontro com Guebuza e afirma no seu comunicado que “na descrição destes «desvios» estão a violação e o assédio sexual, o adultério, etc. Em consequência, propunha-se a elaboração de leis que controlassem o vestuário das raparigas e das mulheres.
O «Forum Mulher» está contra e defende que “a expansão da SIDA está estreitamente relacionada com os padrões comportamentais e com as práticas sexuais” e que “ dada a estrutura de poder na sociedade, as mulheres têm menos controle do seu corpo e da sua sexualidade, o que faz com que mesmo sabendo quais são os meios de defesa contra a contaminação, não os podem pôr em prática. Com efeito, em geral, as raparigas e as mulheres quase nunca podem dispor do seu próprio corpo e decidir quando, como e com quem devem ter relações sexuais. (x)
Fonte: Canal de Mocambique, 2006-02-27 07:36:00
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