quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Frelimo reúne-se e debate hospedagem de Dhlakama

A ocupação por arrendamento temporário de seis dias, da casa de hóspedes do Ministério da Agricultura pelo líder da Renamo, Afonso Dhlakama, agitou a Frelimo na província de Inhambane.
[2/9/2006]
Em consequência directa disso, a Frelimo convocou em vão, uma sessão extraordinária do Comité da Cidade da Maxixe, para debater a forma política de expulsar Afonso Dhlakama da residência. O encontro tinha como objectivo forçar o líder da perdiz a abandonar a casa, coisa que não aconteceu.

O líder da Renamo ocupou o imóvel de 30 de Janeiro último a 4 de Fevereiro corrente, do quadro do exercício de uma actividade totalmente política do seu partido.

- O périplo

Ido do distrito de Morrumbene no prosseguimento da sua visita a seis distritos incluindo a cidade de Inhambane, o líder da Renamo escalou Maxixe, como centro da sua digressão, para depois viajar para Homoíne e outros locais previstos para encontros populares.

Aconteceu, segundo, uma fonte renamista, que o protocolo conseguiu uma casa melhor a custo muito baixo, na qual pagou duma só vez para seis dias, nove milhões, incluindo a hospedagem do Presidente e espaço para reunião da direcção do partido. Tratou-se da casa de hóspedes do Ministério da Agricultura.

“Quando os camaradas se aperceberam de que a casa de hóspedes da Agricultura na Maxixe havia sido ocupada pela Renamo, correram para se reunir no Comité da Cidade, mas foi tudo em vão, porque nós tínhamos avançado o pagamento da renda na totalidade para três dias. Só que iniciaram algumas provocações, tais como o pedido de rescisão do nosso contrato de arrendamento temporário, alegando que era um pequeno modelo no papel A4, fácil de se deteriorar”, disse o nosso interlocutor.

Para contrariar a operação dos “camaradas”, a fonte explicou que logo de imediato, o líder da Renamo mandou prorrogar a ocupação do imóvel por mais três dias, totalizando seis dias de ocupação efectiva da casa do Estado por arrendamento.

No dia dois de Fevereiro, aquando dos preparativos da celebração do dia dos heróis moçambicanos, Guidos Agostinho Jorge, chefe do património na Agricultura, deslocou-se a Maxixe na companhia de dois técnicos dos serviços provinciais de Florestas e Fauna Bravia em Inhambane, mandatados e foram ter com a comitiva do líder da “perdiz” para se inteirar sobre quem havia autorizado a ocupação do imóvel.

No fim, um deles confidenciou ao ZAMBEZE que o líder da Renamo ocupou o imóvel sob capa de membro do Conselho do Estado, só que estranho é que pagou a renda de nove milhões de meticais.

Ainda assim, Artur Zefanias, outro boss do património da Agricultura ao nível provincial, não tinha informação nenhuma sobre a ocupação daquele imóvel, e ficou sem palavras quando na sessão do governo foi referido o seu nome na qualidade de responsável do património da Agricultura na província de Inhambane.

A sessão do governo para debater a hospedagem de Dhlakama numa casa de Estado foi antecedida por muitos encontros que foram surgindo, no âmbito da preparação das cerimónias da abertura do ano lectivo escolar, bem como da celebração do dia dos heróis moçambicanos.

Por via do seu telemóvel, esta Terça-feira no contacto com o chefe do património provincial da Agricultura, em Inhambane, de Artur Zefanias, apurámos que “Dhlakama é nosso dirigente e membro do Conselho do Estado. Pagou a renda tal como um hóspede qualquer e tudo está a decorrer normalmente”.

Aquele responsável esclareceu que “Dhlakama não foi o primeiro hóspede daquela casa naquele momento, tinha estado a governadora do Maputo, Telmina Pereira e depois da sua saída a casa foi ocupada pelo presidente da Renamo”.

Em paralelo a este facto, constou que o líder da Renamo havia solicitado hospedagem na casa reservada a hóspedes da ECMEP. Contudo, o responsável do património naquela empresa construtora, António da Costa, recusou-se a ceder as chaves, não obstante a clareza no pagamento da renda pretendida.

António Zacarias

Fonte: Zambeze - 09-02.2006

2 comentários:

Reflectindo disse...

A Renamo devia agir contra este tipo de atitude da Frelimo. Veja-se que a Frelimo agiu contra o presidente do maior partido da oposição, o membro do Conselho do Estado moçambicano, uma figura respeitável nacional e internacionalmente, digo uma figura que nos outros países se respeita e representa Moçambique. Portanto, isto é mais que prova quanto ao que acontece ao simples simpatizantes da Renamo; é a prova daquilo que o deputado Manuel Pereira acaba dizendo sobre o apoio aos vítimas das calamidades em Sofala; é a prova da exclusão dos membros e simpatizantes da Renamo.

Se a casa de hóspedes é do Ministério da Agricultura significa que ela é do Estado Moçambicano e não da Frelimo. Frelimo é uma coisa e o Estado é outra. É isto que acho que as nossas escolas devem ensinar a distinguir.

Ainda, se a casa de hóspedes do Ministério da Agricultura se se aluga e se paga, deve ser uma violação de alguma lei, proibir alguém alugá-la com base nas cores partidárias. Penso que mesmo que essa casa fosse da Frelimo, funcionando como hotel/lodging pagável, tinha que respeitar a lei comercial ou tinha que ser encerrada.

Um exemplo, são as casas dos caminhos na Cidade de Nacala. Elas são alugadas por quem quer que seja.

A Renamo tinha que ensinar aos frelimistas, provando esta provocação em tribunal. É a minha opinião.

Reflectindo disse...

A Renamo devia agir contra este tipo de atitude da Frelimo. Veja-se que a Frelimo agiu contra o presidente do maior partido da oposição, o membro do Conselho do Estado moçambicano, uma figura respeitável nacional e internacionalmente, digo uma figura que nos outros países se respeita e representa Moçambique. Portanto, isto é mais que prova quanto ao que acontece ao simples simpatizantes da Renamo; é a prova daquilo que o deputado Manuel Pereira acaba dizendo sobre o apoio aos vítimas das calamidades em Sofala; é a prova da exclusão dos membros e simpatizantes da Renamo.

Se a casa de hóspedes é do Ministério da Agricultura significa que ela é do Estado Moçambicano e não da Frelimo. Frelimo é uma coisa e o Estado é outra. É isto que acho que as nossas escolas devem ensinar a distinguir.

Ainda, se a casa de hóspedes do Ministério da Agricultura se se aluga e se paga, deve ser uma violação de alguma lei, proibir alguém alugá-la com base nas cores partidárias. Penso que mesmo que essa casa fosse da Frelimo, funcionando como hotel/lodging pagável, tinha que respeitar a lei comercial ou tinha que ser encerrada.

Um exemplo, são as casas dos caminhos na Cidade de Nacala. Elas são alugadas por quem quer que seja.

A Renamo tinha que ensinar aos frelimistas, provando esta provocação em tribunal. É a minha opinião.