O líder da RENAMO, principal partido da oposição moçambicana, Afonso Dhlakama, considerou hoje que o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, "falhou" no primeiro ano da sua governação por indigitar ministros que "se preocupam apenas em defender interesses partidários".
Falando à Lusa no final de um encontro com jovens do seu partido, em Maputo, Afonso Dlhakama referiu que o executivo de Armando Guebuza, que tomou posse a 02 de Fevereiro de 2005, "não fez nada de concreto" para alterar a vida dos moçambicanos e que "ainda tem muita coisa por fazer".
"O Governo tem mais gente com discurso partidário, ainda não vi nada de concreto que tenha feito, pois há muita coisa por fazer", disse o líder da oposição.
"O Governo falhou porque tem mais gente política do que técnica, enquanto em Moçambique precisamos mais de administradores do que técnicos", acrescentou.
Segundo o líder da RENAMO, a vida dos moçambicanos, "piorou" nos primeiros 12 meses de Guebuza, em particular para a juventude, que "não vê alternativas para o futuro".
Dlhakama apelou para a atribuição de subsídio de desemprego aos jovens recém-graduados, criticando o Governo "por permitir que empresas que operam no país exijam profissionais com mais de cinco anos de experiência".
"É necessário que o Governo subsidie o jovem desempregado e crie um sistema de reembolso deste valor durante cinco anos, após este arranjar uma vaga", sugeriu o líder da RENAMO.
Dlhakama considerou que a actual tendência das instituições moçambicanas "visam desencorajar os jovens", propondo, por isso, a criação pelo Governo de projectos de auto-sustentabilidade para jovens licenciados.
Entretanto, Armando Guebuza, descreveu recentemente como "positivo" o primeiro ano da sua governação, por ter conseguido assinar o memorando de entendimento com Portugal, que culminará com a reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) a Moçambique.
Guebuza destacou igualmente a atitude de autoconfiança criada pelos moçambicanos, visando o cumprimento do programa quinquenal, e a supressão de vistos para alguns países da África Austral como principais conquistas do Governo de Moçambique nos primeiros 12 meses de actuação.
Armando Guebuza, que dirige o terceiro Governo eleito democraticamente, desde a introdução do multipartidarismo em Moçambique, em 1994, substituiu no cargo Joaquim Chissano, que esteve no poder durante 18 anos, após a morte de Samora Machel, em 1986.
Fonte: STOP [12-02-2006]
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