sábado, junho 21, 2008

Erros que se deviam evitar numa reportagem

Para além da estima que tenho para com a personagem desta reportagem, a sua publicação neste blogue serve para dar atenção aos jornalistas em terem que ser muito cuidados aos factos sob risco de nunca os acreditarmos. Eis a notícia na íntegra:

ESCRITOR PREPARA LIVRO SOBRE PRÁTICAS FUNERÁRIAS

Depois de lançar “O que dizem certos animais”
Alberto Viegas, autor do livro “O que Dizem Certos Animais”, está à procura de patrocínio para a edição de nova obra, intitulada “Práticas Funerárias”, na qual abre espaço para uma reflexão sobre os procedimentos de certas comunidades à volta dos funerais.

Nessa obra, o escritor questiona o uso do luto, bem como aquilo que considera de “despesas exageradas” efectuadas pelas famílias enlutadas para animar o ambiente durante as cerimonias fúnebres. Será por sermos negros que a roupa de cor preta nos identifica com a tristeza?!. Questiona-se Viegas, anotando que quando alguém perde um ente querido, depois do enterro as pessoas ficam três dias a cantar, a comer, a beber, e a família enlutada tem de fazer mais despesas. Isso é correcto?

Alberto Viegas remete os académicos a uma profunda reflexão sobre estas práticas para que a população se aperceba das suas consequências negativas.

O nosso entrevistado disse ter escrito, igualmente, alguns episódios sobre a história da província de Nampula que, entretanto, não foram editados, por alegada falta de fundos.
Segundo a fonte, a história retrata várias cenas do distrito de Mossuril (onde esteve cerca de 25 anos como professor primário) e de Mogovolas.

Por exemplo, à minha chegada ao Mossuril, em 1950, conheci a mulher de Neutel de Abreu, que era conhecido na região, por Mahoho, e cuja estátua se encontra patente no Museu Militar. Na altura, também residiam ali outros oficiais militares que haviam participado na batalha de ocupação do território moçambicano.

Alberto Viegas realçou os apoios do Banco de Moçambique (BM) e da Universidade Lúrio (UNILÚRIO), que tornaram possível a publicação deste seu segundo livro, que contém, maioritariamente, histórias de animais.

A cerimónia do lançamento de “O que nos contam certos animais” teve lugar no passado dia 13 deste mês e foi testemunhada por um vasto auditório.
Alberto Viegas nasceu em Karau, distrito de Cuamba, província do Niassa a 10 de Junho de 1927. Em 1950 tirou o curso de professores indígenas em Nampula e começou a leccionar em Mossuril e Lunga.
De 1975 a 1984 leccionou no Centro de Formação de Professores Primários em Namapa, e em 1987, aos 60 anos de idade, completou o curso de História e Geografia no Instituto Médio.
Ao longo da sua carreira, Viegas desempenhou vários cargos, nomeadamente, o de secretário da OJM e o de delegado do então Instituto Nacional de Prevenção e Combate às Calamidades Naturais. Actualmente, exerce a função de assessor do governador da província de Nampula para assuntos comunitários.

WAMPHULA FAX - 20.06.2008 Retirado do Mocambique para todos


Nota do Reflectindo:

O projecto de Alberto Viegas "o Jovem Antigo", como ele se identifica por estar sempre a par dos jovens de todas as geracões (é prova a amizade entre ele e o filho Mário Viegas), é muito importante. O Jovem Antigo é uma daquelas pessoas com uma boa memória e que seria-nos muito útil se tivesse que escrever o que viveu pelo menos até aqui. Porém, não deixo de pensar que ele esteja a escrever apenas o que acha que lhe mantém a assessor do governador provincial, mesmo aos 80 anos de idade. Também não duvido que ele como Herculano Miguel em Nacala, possa assessorar a qualquer governo moçambicano, isso que eu pediria com humildade a todos políticos de todos partidos em Nampula.

Entretanto, há nesta reportagem erros muito graves. Deve haver partes de identificacão pessoal de Alberto Viegas que não conheço, mas sei perfeitamente que embora “jovem antigo”, Alberto Viegas nunca foi secretário da OJM (Organização Nacional da Juventude), ele foi sim, secretário provincial da Organizacão Nacional dos Professores (ONP).

Também, Alberto Viegas foi instrutor no Centro de Formacão de Professores Primários de Momola/Nampula e não de Namapa. Se necessário for, até posso fazer a distinção entre o centro de Momola e o de Nacarôa. Alguma vez existiu um centro de formação de professores em Namapa?

Depois, será que Alberto Viegas não concluiu algum nível na Universidade Pedágogica? Duvido porque sei que em 2001 ele esta a frequentar o curso de história na UP, em Nampula.

2 comentários:

V. Dias disse...

Antigo mas serve para dizer que Viegas não permino sequer o primeiro ano do curso de História. Ele é uma pessoa amiga. Ele e o filho Mário.

Zicomo

V. Dias disse...

terminou